Monthly Archives: março 2018

Reflexão para o Sábado Santo

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Reflexão para o Sábado Santo

“Como Maria, com o coração em luto, a Igreja aguarda esperançosa, que a promessa do Cristo se cumpra, que ele surja, que ele ressuscite. A ausência não é experiência do vazio, mas aprofunda a presença desejada!”

Santo Sepulcro em Jerusalém - Foto: Vatican News

Santo Sepulcro em Jerusalém – Foto: Vatican News

 

Hoje fazemos experiência do vazio. O Senhor cumpriu sua missão nos redimindo, através de sua paixão e cruz, através de sua entrega até a morte. Na noite passada contemplamos o sepultamento de seu corpo.

 

Agora, nesta manhã de sábado, a saudade está presente, mas uma saudade cheia de paz e de esperança.

 

Como Maria, com o coração em luto, a Igreja aguarda esperançosa, que a promessa do Cristo se cumpra, que ele surja, que ele ressuscite. A ausência não é experiência do vazio, mas aprofunda a presença desejada!

 

Podemos recordar e refletir sobre os sábados santos de nossa vida, nossas experiências de vazio após sofrimentos e perdas.

 

Como vivenciamos esses mistérios dolorosos quando irromperam em nossa existência? Permitimos que luz da fé na certeza da vitória da Vida, iluminasse nossa mente e aquecesse nosso coração? Preenchemos esse vazio abrindo as portas de nosso coração a Jesus, Palavra de Vida, de Eternidade? Ou nos fragilizamos mais ainda, permitindo que a escuridão da morte nos envolvesse?

 

Jesus é Vida! Nossa Senhora, a verdadeira discípula, na manhã de sábado permaneceu, apesar da dor, do luto, esperançosa. Ela acreditou nas palavras de seu Filho e não permitiu que o sofrimento pela perda dissesse a última palavra, mas que a palavra definitiva seria a promessa de seu Filho, a própria Palavra, que disse que iria ressuscitar que ele era o Caminho, a Verdade, a Vida!

 

Hoje à noite iremos celebrar a Vitória da Vida, a ressurreição de Jesus, o encontro do Filho ressuscitado com a Mãe que deixará de ser a Senhora das Dores, para ser a Senhora da Glória.

 

Contudo, para nós que perdemos entes queridos, esse encontro ainda não aconteceu e sabemos que nesta vida, não acontecerá. Como viver, então, a Páscoa da Ressurreição?

 

Nossa vida deverá ser um permanente Sábado Santo, não com vazio, mas pleno de fé, de esperança na certeza da vitória da Vida e que também teremos o reencontro que Maria teve, e será para sempre! Quanto mais nos deixarmos envolver pela Palavra de Vida, que é Jesus, mais nos aproximaremos da tarde da ressurreição; de modo mais intenso essa palavra irá nos iluminar e aquecer.

 

Ouça o áudio da reflexão abaixo:

 

Padre César Augusto dos Santos SJ – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Papa Francisco: aceitar o perdão de Deus, a misericórdia que salva

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Papa Francisco: aceitar o perdão de Deus, a misericórdia que salva

A misericórdia de Deus nos salva da danação eterna. Como aconteceu com o bom ladrão na cruz, que nos últimos momentos da sua vida se confiou a Jesus e ouviu dizer: “Em verdade te digo, hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.

Papa em oração

A Páscoa é “a festa mais importante da nossa fé” porque “é a festa de nossa salvação, a festa do amor de Deus por nós”. Foi o que reiterou o Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira (28/03) dedicada ao tema do Tríduo Pascal. Salvação de que?

 

Morte, juízo, inferno, paraíso

 

Francisco afirmou, numa missa celebrada na Casa Santa Marta (22/11/2016), que o mundo “não gosta de pensar” nas realidades últimas. O que existe depois desta vida? Recordou que, quando criança, quando frequentava o catecismo, eram ensinadas quatro coisas: morte, juízo, inferno e paraíso. Isso poderia assustar alguém – ressaltou na ocasião –, mas “é a verdade. Porque se você não cuida do coração, a fim de que o Senhor esteja sempre consigo e vive se distanciando sempre do Senhor, pode haver o perigo de continuar eternamente distante do Senhor”.

 

Não uma sala de tortura

 

O inferno – explica – “não é uma sala de tortura”, mas o permanecer para sempre distante do “Deus que dá a felicidade”, do “Deus que nos quer tanto bem” (Missa na Casa Santa Marta, 25/11/2016). A misericórdia de Deus nos salva da danação eterna. Como aconteceu com o bom ladrão na cruz, que nos últimos momentos da sua vida se confiou a Jesus e ouviu dizer: “Em verdade te digo, hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.

 

O diabo está no inferno

 

“Você não é mandado para o inferno” – observa Francisco –, “é você quem vai por escolha sua. O inferno é querer distanciar-se de Deus porque não quero o amor de Deus.” “O diabo está no inferno porque ele o quis” e “é o único de quem temos certeza de estar no inferno” (Visita à Paróquia romana de Santa Maria Mãe do Redentor – encontro com crianças e jovens (08/03/2015).

 

O juízo final

 

No final desta vida “todos seremos julgados”. O juízo final será o amor: “Tive fome e me destes de comer…” “O Senhor nos oferece tantas ocasiões para salvar-nos e entrar passando pela porta da salvação” (Angelus, 21/08/2016) e até o fim, apesar dos nossos pecados, não se cansa de perdoar-nos e de esperar-nos: essa é a sua Misericórdia. Mas temos a liberdade de rejeitá-la: essa é a corrupção. Um pecador que não se arrepende, que rejeita o amor de Deus.

 

A salvação eterna

 

“Mas se Deus é bom e nos ama – se pergunta o Papa –, por que a um certo ponto fechará a porta? Porque nossa vida não é um videojogo ou uma telenovela; nossa vida é séria e o objetivo a ser alcançado é importante: a salvação eterna” (Angelus, 21/08/2016).

 

O Senhor é bom

 

Francisco apresenta a solução aos nossos medos: “Se cada um de nós for fiel ao Senhor, quando a morte chegar, diremos como Francisco: ‘irmã morte, vem’. Não nos assusta”. E no dia do juízo “olharemos para o Senhor” e poderemos dizer: “Senhor, tenho muitos pecados, mas procurei ser fiel”. E como “o Senhor é bom”, não teremos medo (Missa na Casa Santa Marta, 22/11/2016).

 

Ouça o áudio da matéria abaixo:

 

Fonte: Vatican News

A importância da Vigília Pascal

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A importância da Vigília Pascal

Em 1951, o Papa Pio XII mandou celebrar a Vigília Pascal de novo como era nas origens, a saber, na noite do Sábado Santo para o Domingo da Páscoa. A reforma do Concílio Vaticano II a confirmou. O Catecismo da Igreja Católica, renovado a partir das mudanças do Concílio, acentua a importância da solenidade Pascal.Vigília Pascal na Basílica de São Pedro

 

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a falar sobre a reforma litúrgica, destacando no programa de hoje, a valorização da Vigília Pascal.

 

Estamos em plena Semana Santa – a “Semana Maior” para nós cristãos – e a reforma litúrgica trazida pelo Concílio Vaticano II, incidiu também na forma de celebrá-la. Recordamos que o Papa Pio XII já havia determinado que a Vigília Pascal voltasse a ser celebrada como o era nos primórdios, ou seja, na noite de sábado para o Domingo de Páscoa, o que foi confirmado pelo Concílio Vaticano II. Padre Gerson Schmidt:

“Faltam dois aspectos do 10 importantes pontos que escolhemos da Renovação Litúrgica a partir da Constituição Sacrosanctum Concilium: A Vigília Pascal e o Mistério Pascal. Embora uma única temática, separamos aqui pedagogicamente nosso comentário, devido à importância particular de cada um.

 

VIGILIA PASCAL foi restabelecida por Pio XII, já antes do Concilio. Em 1951, o Papa Pio XII mandou celebrar a Vigília Pascal de novo como era nas origens, a saber, na noite do Sábado Santo para o Domingo da Páscoa. A reforma do concílio Vaticano II a confirmou.

 

Antes da reforma litúrgica da Semana Santa feita por Pio XII, a Vigília Pascal era celebrada durante o dia, destoando da primitiva tradição litúrgica. Para tanto, proporcionando o escuro que ainda hoje é requerido, tampavam as janelas das igrejas. Pelo século VII, anteciparam a celebração da Vigília pascal da noite do sábado para as 14h do sábado.

 

Posteriormente, a partir do século XVI, com o Papa Pio V, vemos a Vigília antecipada para mais cedo ainda, para as 9h da manhã do sábado – prática que vigorou até 1955[1]. Mas agora, tanto na forma nova quanto no rito antigo, é ordenado que a Vigília só seja celebrada à noite, pelo menos depois que o sol se ponha e antes de amanhecer o domingo.

 

Com isso se resgatou o valor e sentido supremos da Páscoa da ressurreição. A Vigília Pascal é a festa das festa, a Vigília das vigílias, a noite das noites. A Vigília Pascal é o centro de todas as Eucaristias e a fonte de todas as liturgias. Da noite da Páscoa, toda a espiritualidade da Igreja primitiva partia. Esta noite, a noite santa a noite sacramental, a noite do memorial do Cristo Ressuscitado dos mortos, é o centro de toda a Liturgia.

 

O Catecismo da Igreja Católica, renovado a partir das mudanças do Concílio, acentua a importância da solenidade Pascal: “Por isso, a páscoa não é simplesmente uma festa entre outras: é a “festa das festas”, “solenidade das solenidades”, como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos (o grande sacramento). Santo Atanásio a denomina “o grande domingo como a semana santa é chamada no Oriente “a grande semana”. O mistério da ressurreição, no qual Cristo esmagou a morte, penetra nosso velho tempo com sua poderosa energia até que tudo lhe seja submetido” (CIC, 1169).

 

Na noite da Vigília Pascal, os catecúmenos eram preferencialmente batizados, após uma preparação intensa catecumenal de 3 ou mais anos. Por isso, a celebração do batismo de adultos, dentro da vigília Pascal ainda é recomendada com insistência porque traduz essa realidade nova, do renascer da Páscoa. Somos, na verdade, todos filhos da Páscoa. Nascemos na noite santa da vitória de Cristo sobre a morte”.

 

Ouça o áudio o áudio da matéria clicando abaixo:

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[1] Liturgia em Mutirão: subsídios para formação/CNBB, 1ª edição, 2007, p. 29-31.

 

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Papa no cárcere de Regina Caeli: toda pena deve ser aberta à esperança

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Papa no cárcere de Regina Caeli: toda pena deve ser aberta à esperança

Sem transmissão ao vivo, o Pontífice celebrou a Missa da Ceia do Senhor na prisão de Regina Caeli. Após a homilia, Francisco lavou os pés de 12 detentos, entre os quais católicos, muçulmanos, um ortodoxo e um budista.

 

Entre os encarcerados da prisão romana de Regina Caeli o Papa Francisco celebrou nesta Quinta-feira Santa a Missa da Ceia do Senhor, com o rito do Lava-pés.

 

A cerimônia foi feita em caráter reservado, sem transmissão ao vivo pela televisão.

 

Antes da celebração, o Papa visitou a enfermaria, para saudar os detentos doentes. Já em sua homilia, Francisco recordou o costume daquele tempo, de os escravos lavarem os pés dos hóspedes antes de entrarem à casa.

 

“Era o trabalho dos escravos, mas era também um serviço. E Jesus quis fazer este serviço para nos dar um exemplo de como devemos servir uns aos outros.”

 

Jesus pede aos discípulos que não façam como os chefes das nações, reis e imperadores, que eram servidos pelos escravos.

 

“ Entre vocês isso não deve acontecer. Quem comanda deve servir. Jesus inverte o costume histórico, cultural daquela época e também de hoje. Quem comanda, para ser um bom patrão, seja onde estiver, tem que servir. ”

 

Pensando na história, acrescentou o Papa, se muitos reis, imperadores e chefes de estado tivessem compreendido esse ensinamento de Jesus, muitas guerras teriam sido evitadas.

 

Serviço

 

Francisco prosseguiu recordando o modo amoroso de agir de Cristo. Às pessoas que sofrem, descartadas pela sociedade, Jesus vai e diz: você é importante para mim. Jesus aposta em cada um de nós. “Jesus se chama Jesus, não Pôncio Pilatos. Jesus não sabe lavar as mãos, sabe somente arriscar”, afirmou o Pontífice.

“ Eu sou pecador como vocês, mas hoje represento Jesus. Sou embaixador de Jesus. Quando eu me ajoelho diante de cada um de vocês, pensem: Jesus apostou neste homem, um pecador, para vir até mim e dizer que me ama. Este é o serviço, este é Jesus. Jamais nos abandona, jamais se cansa de nos perdoar, nos ama muito. ”

 

Lava-pés

A cerimônia prosseguiu com o rito do lava-pés a 12 homens provenientes de sete países: quatro italianos, dois filipinos, dois marroquinos, um moldavo, um colombiano, um nigeriano e um de Serra Leoa.

 

Oito são de religião católica, dois muçulmanos, um ortodoxo e um budista.

 

No momento do abraço da paz, o Papa improvisou mais algumas palavras para dizer que em nosso coração vivemos sentimentos contrastantes. É fácil estar em paz com quem queremos bem, mas é mais difícil com que nos ofendeu e a quem ofendemos.

 

“Peçamos ao Senhor, em silêncio, a graça de dar a todos, bons e maus, o dom da paz”, convidou o Santo Padre.

 

Esperança

Além da saudação aos doentes e a celebração da missa, a visita ao cárcere de Regina Caeli previa também um encontro com outros detentos e a saudação aos diretores e funcionários.

 

Como em outras ocasiões, Francisco reiterou que não se pode conceber uma prisão sem a dimensão da esperança, da recuperação e da ressocialização:

“Aqui os hóspedes estão para aprender, para semear esperança: não existe qualquer pena justa – justa! – sem que seja aberta à esperança. Uma pena que não seja aberta à esperança não é cristã, não é humana!”

 

O Papa falou ainda da pena de morte, que não é humana nem cristã justamente porque a condenação se insere num horizonte de esperança.

 

“Água de ressurreição, olhar novo, esperança: é isso que desejo a vocês.”

 

Ouça o áudio da matéria abaixo:

 

Veja Imagens da celebração:

Fonte: Vatican News

Papa: Jesus Cristo, o único que nos justifica e nos faz renascer, nenhum outro

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Papa: Jesus Cristo, o único que nos justifica e nos faz renascer, nenhum outro

 

”Na manhã de Páscoa, levem as crianças até a torneira e lavem os olhos delas. Será um sinal de como ver Jesus Ressuscitado”, disse o Papa ao concluir sua catequese sobre o Tríduo Pascal.Praça São Pedro - Audiência Geral

 

O anúncio de que Cristo ressuscitou é o centro de nossa fé!

 

O Papa Francisco dedicou a catequese da Audiência Geral desta quarta-feira ao Tríduo Pascal, “para aprofundar um pouco” o que representam para nós, crentes,  os dias “mais importantes do ano litúrgico”, que constituem “a memória celebrativa de um único grande mistério: a morte e a ressurreição do Senhor Jesus”.

 

O Papa começou perguntando aos 12 mil fiéis presentes na Praça São Pedro qual era a festa mais importante da nossa fé, a Páscoa ou o Natal?

 

E recordou, que até aos 15 anos, ele acreditava que fosse o Natal, “mas todos erramos”, pois é a Páscoa, “porque é a festa da nossa salvação, a festa do amor de Deus por nós, a festa, a celebração da sua morte e ressurreição”.

 

Tríduo Pascal

 

“O Tríduo – explicou  o Pontífice  – começa amanhã com a Missa  da Ceia do Senhor e se concluirá com as vésperas do Domingo da Ressurreição, depois vem a “Pasquetta” para celebrar esta grande festa”, mas estes dias constituem a memória celebrativa de um grande único mistério: a morte e a ressurreição do Senhor Jesus.

 

Estes dias marcam as etapas fundamentais de nossa fé e da nossa vocação no mundo, e todos os cristãos são chamados a viver os três dias Santos como, por assim dizer, a “matriz” de sua vida pessoal e comunitária, como viveram os nossos irmãos judeus o êxodo do Egito.

 

Estes três dias, de fato –frisou o Papa – “repropõe ao povo cristão os grandes eventos da salvação operados por Cristo, e assim o projetam no horizonte de seu destino futuro e o fortalecem no seu compromisso de testemunha na história”.

 

O Canto da Sequência anuncia solenemente que “Cristo, nossa esperança, ressuscitou e nos precede na Galileia”. Aqui,  Tríduo Pascal encontra seu ápice, disse Francisco, que explica:

Ele contém não somente um anúncio de alegria e de esperança, mas também um apelo à responsabilidade e à missão. E não acaba com a “colomba” (especiaria pascal italiana, ndr), os ovos, as festas. Isto é bonito, é bonito porque é a festa de família, mas não fica nisto. Começa ali com o caminho à missão, ao anúncio: Cristo ressuscitou”.

 

E este anúncio, ao qual o Tríduo conduz preparando-nos para acolhê-lo, é o centro de nossa fé e da nossa esperança, é o cerne, é o anúncio, é o kerigma que continuamente evangeliza a Igreja e que esta, por sua vez, é convidada a evangelizar”.

 

Batismo

 

“O Cordeiro que foi imolado”. Assim São Paulo fala de Cristo, e com Ele “as coisas velhas passaram, eis que tudo se fez novo”.  No Tríduo Pascal “a memória deste acontecimento fundamental se faz celebração plena de reconhecimento e, ao mesmo tempo, renova nos batizados o sentido de sua nova condição”:

“E por isto, no dia de Páscoa, desde o início se batizava as pessoas. Também na noite deste sábado eu batizarei aqui, em São Pedro, oito pessoas adultas que começam a vida cristã. E começa tudo: nasceram de novo”.

 

Cristo, o único que nos justifica

 

São Paulo também nos recorda que Cristo “foi entregue à morte por causa de nossas culpas e ressuscitou para nossa justificação”:

“O único, o único que nos justifica; o único que nos faz renascer de novo é Jesus Cristo. Nenhum outro. E por isto não se deve pagar nada, porque a justificação – o fazer-se justos – é gratuita. E esta é a grandeza do amor de Jesus: dá a vida gratuitamente para nos fazer santos, para nos renovar, para nos perdoar. E isto é o cerne deste Tríduo Pascal”.

 

No Tríduo Pascal é renovado nos batizados o sentido de sua nova condição, como diz São Paulo: “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto”:

“Olhem para o alto. Olhar, olhar o horizonte, ampliar os horizontes: esta é a nossa fé, esta é a nossa justificação, este é o estado de graça”.

“Um cristão, se verdadeiramente deixa-se lavar por Cristo, se verdadeiramente deixa-se despojar por Ele do homem velho para caminhar em uma vida nova, mesmo permanecendo pecador – porque todos o somos – não pode ser corrupto: a justificação de Jesus nos salva da corrupção – somos pecadores, mas não corruptos -, não pode viver com a morte na alma e muito menos ser causa de morte”.

 

Falsos cristãos

 

O Papa então, diz que “deve dizer uma coisa triste e dolorosa”:

“Existem cristãos fingidos, aqueles que dizem “Jesus ressuscitou”, “eu fui justificado por Jesus”, estou na vida nova, mas vivo uma vida corrupta. E estes falsos cristãos acabarão mal. O cristão – repito, é pecador – todos o somos, eu sou. O corrupto finge ser uma pessoa honrada, mas no final, no seu coração existe a podridão. Jesus nos dá uma vida nova. O cristão não pode viver com a morte na alma e nem ser causa de morte.”

 

Pensemos – para não ir muito longe – pensemos em casa, pensemos nos assim chamados “cristãos mafiosos”. Mas eles, de cristão, não têm nada. Dizem-se cristãos, mas levam a morte na alma, e aos outros. Rezemos por eles, para que o Senhor toque as suas almas”.

 

Lavar os olhos das crianças

 

O Papa recorda que em muitos países, no dia de Páscoa, quando tocam os sinos, as mães, as avós, lavam os olhos das crianças com água, com a água da vida, em um sinal para que possam ver as coisas de Jesus, as coisas novas.

 

“Deixemo-nos nesta Páscoa – foi o convite de Francisco – nos lavar a alma, nos lavar os olhos da alma, para ver as coisas belas, e fazer  coisas belas. E isto é maravilhoso! Esta é justamente a Ressurreição de Jesus após a sua morte, que foi o preço para salvar todos nós”.

 

Presença da Virgem Maria

 

O Papa convida a nos dispormos a viver bem este Tríduo Santo já iminente  “para estar sempre mais profundamente inseridos no mistério de Cristo, morto e ressuscitado por nós” e pede que a Virgem Maria nos acompanhe neste itinerário espiritual:

Ela, “que seguiu Jesus na sua paixão, ela estava lá, olhava, sofria, esteve presente e unida a Ele aos pés da cruz, mas não se envergonhava do filho. Uma mãe nunca se envergonha do filho. Estava lá, e recebeu em seu coração de mãe a imensa alegria da ressurreição. Que ela nos obtenha a graça de estarmos interiormente envolvidos pelas celebrações dos próximos dias, para que o nosso coração e a nossa vida sejam realmente transformados por elas”.

 

O Santo Padre conclui, desejando a todos “os mais cordiais votos de uma feliz e santa Páscoa, juntamente com as comunidades de vocês e os seus queridos”.

 

E dou um conselho a vocês, disse o Santo Padre concluir: ”Na manhã de Páscoa, levem as crianças até a torneira e lavem os olhos delas. Será um sinal de como ver Jesus Ressuscitado”.

 

Fonte: Vatican News

Palavra do Arcebispo: Uma sociedade fraterna

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Uma sociedade fraterna

Li, certa vez, que o trabalho afasta do ser humano três grandes males: o tédio, o vício e a miséria. O desemprego é Sociedade-660x330sempre um mal e, quando atinge determinados limites – me parece ser a situação que estamos vivendo no país! -, pode tornar-se uma verdadeira calamidade social. Ele se torna um problema particularmente dramático quando são atingidos pais de família e jovens. É doloroso acompanhar a situação de quem tem vontade de trabalhar e um desejo profundo de assumir suas próprias responsabilidades, e não vê saída para a situação em que está.

 

Precisamos unir nossas forças e usar os meios que tivermos ao nosso alcance para que a sociedade se sensibilize com a grave situação dos desempregados, conheça as causas que a geram e as consequências que dela decorrem. Há necessidade de trabalhar na construção de uma sociedade baseada em novos paradigmas, nos quais a pessoa esteja no centro das decisões, a vida humana não se subordine à lógica econômica e o trabalho não se reduza à mera sobrevivência. Mais: é necessário que cresça um amplo movimento de solidariedade para manter viva a esperança dos que enfrentam diretamente o problema do desemprego.

 

A Quaresma é um tempo de avaliação de nosso ser cristão. É discípulo de Jesus quem promove a fraternidade e imita seu amor pelos pequenos, fracos e doentes. Segundo a visão bíblica, pobre, necessitado ou pequeno, é aquele que, sozinho, não pode sair da situação em que se encontra, nem consegue caminhar sem a ajuda de algum irmão.

 

Se cada um de nós olhar para as próprias mãos, descobrirá que elas estão cheias de dons. Ora, todo dom que o Senhor dá a seus filhos não é para a própria autossatisfação e proveito. Cada dom recebido é sempre para os outros, para servi-los mais e amá-los melhor. Usando, pois, nossas capacidades, saibamos fazer o que estiver ao nosso alcance para diminuir o número de desempregados.

 

Precisamos, além disso, de reconhecer humildemente que somos limitados. Daí a necessidade de voltarmos nosso olhar suplicante para o Senhor, como fez Salomão, ao tomar consciência de seus próprios limites na arte de governar o povo. Quando Deus lhe perguntou o que desejava obter, ouviu o pedido: “Digna-te, Senhor, conceder-me sabedoria e inteligência para que possa conduzir este povo” (2Cr 1,10). Agradou ao Senhor que Salomão não tivesse pedido riquezas, tesouros nem glórias, e lhe deu muito mais do que lhe havia pedido.

 

Dessa sabedoria, isto é, dessa capacidade de ver o mundo, os homens e os acontecimentos com o olhar de Deus, nossa época tem imensa necessidade. Faltam-nos sábios. Precisamos de pessoas que, com sabedoria, defendam valores como a justiça, a fraternidade e o respeito à dignidade de cada ser humano.

 

Dom Murilo S.R. Krieger, scj

Arcebispo de São Salvador da Bahia – Primaz do Brasil

 

Fonte: Arquidiocese de São Salvador da Bahia

Reflexão: Domingo de Ramos

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Reflexão: Domingo de Ramos

 

Jesus não temeu a derrota, mas confiou plenamente no Pai.

 

A paixão segundo Marcos é a mais antiga das quatro e, certamente um dos textos evangélicos mais antigos. Ela tem como ideia central o silêncio de Jesus e sua absoluta confiança no Pai.

 

Quando Judas o beijou, Jesus não reagiu, como também não o fez em relação às demais agressões sofridas na Paixão e nem ao aparente silêncio do Pai.

 

Aqueles que desejam seguir Jesus deverão abandonar tudo, até a própria vida. Tudo em favor da vontade do Pai e de seu Reino. É necessário, como o Mestre estar só, vivenciar a solidão.

 

Do mesmo modo que os discípulos, também nós queremos seguir Jesus, por amor. Mas como esse seguimento está sendo feito? Através do seguimento de ideias cristãs, de sua ética ou através do seguimento da pessoa de Jesus?

 

O batismo nos proporcionou esse seguimento, mas no transcorrer de nossa vida, de nosso dia a dia, abandonamos nossa vida, nossas primeiras opções, e nos deixamos às mãos do Pai, como Jesus e como Santa Terezinha do Menino Jesus gostava de fazer? E se somos submetidos às provações, qual é ou qual será nossa reação?

 

O abandono de Jesus e o sentir-se abandonado pelo Pai foi ultra forte; ele clamou: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” E isso na hora da morte em que lutava pela justiça, pelos interesses do Pai!

 

Qual a reação de Jesus?

 

Ele chorou, pediu conforto ao Pai e que o consolasse. Marcos apresenta um Jesus fraco e que experimentou quão é exigente e difícil obedecer ao Pai.

 

Por que Jesus não discutiu? Ele sabia que a sentença já estava decidida. Por isso seu silêncio não demonstra covardia e sim, superioridade, não se perturbando com a calúnia, não se colocando no mesmo nível de seus acusadores, mas confiando na vitória final da verdade.

 

Jesus não temeu a derrota, mas confiou plenamente no Pai.

 

A entrega de Jesus ao Pai já começou a dar frutos no próprio ato. Um pagão, o centurião romano fez sua profissão de fé imediatamente à morte de Jesus: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus”. Ele respondeu às perguntas que eram feitas no início do evangelho. Somente após a morte e ressurreição é que se pode compreender quem é Jesus. O que fez o centurião crer, um pagão crer, foi a entrega de Jesus, por amor, até a morte e morte na cruz. O amor rasgou o véu do templo e, desse momento em diante, todos os homens poderão ser feitos filhos de Deus.  Tudo dependerá da fé em Jesus, da crença nele, da qual o centurião, segundo Marcos, foi o primeiro.

 

Jesus compartilhou conosco as experiências dramáticas da vida!

 

Queridos ouvintes, entramos na Semana Santa, onde aprofundaremos nosso conhecimento no amor de Cristo por nós e, consequentemente seremos agraciados com mais amor. Que possamos chegar à Páscoa da Ressurreição mais assemelhados ao Cristo obediente!

 

Padre César Augusto – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Cinco anos de alegria

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Cinco anos de alegria

Cinco anos de alegria

Francisco pede somente, de modo simples e sincero, a cada um que encontra, “não se esqueça de rezar por mim”. Um pedido que também hoje faz a todos nós.

 

Francisco toma seu cajado de pastor, deixa o Vaticano e visita Pietrelcina e San Giovani Rotondo, lugares ligados ao nascimento, à vida, à morte e à devoção a São Pio de Pietrelcina, o santo com os estigmas. Uma visita pastoral como tantas outras que ele fez ao longo de seus 5 anos de pontificado que nós comemoramos no último dia 13 de março.

 

Um aniversário comemorado sem festa mas com muita oração. O povo de Deus rezou pelo seu pastor em todos os lugares do planeta, e o filho da Argentina, que veio do fim do mundo, teve um dia normal de trabalho.

 

Passaram-se cinco anos e de maneira muito rápida, no ritmo de tantos eventos alegres e tristes, disse ao Vatican News o cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin. A verdade, disse ainda, é que a eleição de um Papa e seu Ministério são sempre um dom para a Igreja e para a humanidade e cuja dimensão espiritual deve ser considerada, avaliada e lida à luz da fé e da ação da Providência. O que mais impressiona Dom Pietro Parolin é que todos os documentos de Francisco, ou os mais importantes, como Evangelii Gaudium, Amoris Laetitia e Laudato Sì’ , evocam sempre a alegria. A característica fundamental deste Pontificado é justamente a alegria que nasce do fato de saber-se amados pelo Senhor.

 

Cinco anos atrás, eram muito poucos os que podiam prever a eleição no Conclave do arcebispo de Buenos Aires, e ainda menos aqueles que esperavam o nome que escolheria o sucessor de Bento XVI após a renúncia ao pontificado, pela primeira vez depois seis séculos. No entanto, a expectativa desse nome existia pois algumas fotos de 5 anos atrás da Praça São Pedro, em meio à chuva gelada, um homem ajoelhado, trazia um cartaz pendurado no pescoço com a escrita “Papa Francisco”: Quase resumindo no escrito a expectativa, recorrente na Idade Média, de uma renovação radical graças a um papa com o nome do pobrezinho de Assis.

 

Como recordou nos dias passados o jornal vaticano L’Osservatore Romano, na tradição judaica e depois cristã, em um nome está contido muito mais do que uma preferência ou uma inclinação, como aparece na Bíblia: o Senhor muda o nome de Abraão e assim Jesus faz com Pedro para indicar a transformação da sua vida. O uso de assumir um nome diferente do próprio foi estabelecido muito mais tarde em algumas ordens religiosas, como acontecera depois dos primeiros séculos na sucessão papal. No entanto, nenhum pontífice optou por se chamar Francisco, um nome de origem profana que, no latim medieval, indicava a França, mas se tornou cristão por excelência porque recorda o santo de Assis e sua radicalidade na imitação de Cristo.

 

No início do sexto ano de pontificado, aparece clara a força do nome que Bergoglio quis explicar aos jornalistas com os quais se encontrou três dias depois da eleição. Nome que evoca a figura de São Francisco por três razões: atenção e proximidade aos pobres, recomendadas ao novo pontífice por “um grande amigo”, o cardeal brasileiro Cláudio Hummes que estava ao seu lado na Capela Sistina, quando os votos já tinham superado os dois terços necessários, a pregação de paz e a custódia da criação. Três componentes da mensagem cristã que caracterizam o desdobramento dos dias do primeiro papa americano, que também é o primeiro não-europeu há quase treze séculos e o primeiro jesuíta.

 

Indicando a necessidade para a Igreja de sair às periferias reais e metafóricas do mundo para anunciar o Evangelho, o arcebispo de Buenos Aires traçava pouco antes do Conclave as linhas de um pontificado essencialmente missionário, linhas que, em alguns meses, seriam desenvolvidas no longo documento programático Evangelii Gaudium. Alegria, sim, apesar das perseguições e do martírio de muitos cristãos, apesar do desequilíbrio que cresce entre o norte e o sul do mundo, apesar da guerra mundial “em pedaços” tantas vezes denunciada, apesar da devastação do planeta ao dano dos pobres descrita na Laudato si, uma encíclica acolhida com interesse e esperança também por muitas pessoas que não fazem parte da Igreja Católica. O homem que veio do fim do mundo e que carrega o grande fardo de conduzir mais de um bilhão de católicos no caminho do Senhor, pede somente de modo simples e sincero a cada um que encontra, “não se esqueça de rezar por mim”. Um pedido que também hoje faz a todos nós.

 

Ouça o Editorial

 

Silvonei José – Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Existe proteção quando se usa amuletos?

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Existe proteção quando se usa amuletos?

 

Deve-se ter confiança em Deus e não no uso de amuletosAmuletos

 

São inúmeros os amuletos nos quais acredita-se que, ao portá-los, cria-se uma proteção de todo mal e ainda traz sorte. São eles: figa, olho de cabra, pé de coelho, moedas da sorte, chave, elefante virado de costas para a porta ou a ferradura atrás dela etc.; mas, será que tudo isso é verdade?

 

Esses objetos possuem mesmo algum tipo de poder capaz de afetar a vida do ser humano?

 

Há uma mentalidade vinda do século III ainda muito presente nas pessoas, que é a doutrina maniqueísta, fortemente criticada por Santo Agostinho. Essa seita gnóstica afirma a existência ontológica do bem e do mal, como sendo os dois princípios eternos opostos, ou seja, acredita-se que o Reino da Luz e o Reino das Trevas lutam entre si e possuem o mesmo poder. Contrária a essa crença, o cristão católico sabe que só existe um único Deus, Ele é o Todo-poderoso, portanto, não existe nada além ou igual a Ele, porque senão Ele não seria o único Deus. “Jamais haverá outro Deus, ó Trifão, nem houve outro, desde sempre (…) além daquele que fez e ordenou o universo”, afirma São Justino.

 

Não recorrer a amuletos

 

Havendo um único Deus, devemos ter confiança n’Ele, ter a certeza do salmista quando nos diz: “O Senhor vai te proteger quando sais e quando entras, desde agora e para sempre.” (Sl 121, 8). O próprio Jesus, Deus encarnado, antes da agonia experimentada no Getsêmani, fez uma oração de proteção para seus discípulos, para nós: “Eu já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, enquanto eu vou para junto de ti. Pai Santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um, como nós somos um” (Jo 17, 11). Ora, não precisamos recorrer a objetos de superstição, uma vez que, o próprio Deus nos guarda. Ele é o Pai que dá segurança e proteção para nós que somos Seus filhos.

 

Dentro da própria Igreja podemos cair nas superstições. Isso acontece quando se “atribui só à materialidade das orações ou aos sinais sacramentais a respectiva eficácia, independentemente das disposições interiores que exigem” (CIC 2111). O cristão que utiliza de objetos sagrados, tais como o terço no bolso, a cruz ou o escapulário no pescoço, as imagens dos santos entre outros, somente como proteção sem depender de Deus é um supersticioso. Esses objetos devem manifestar o amor que se tem a Deus, ou seja, para louvá-lo. Eles servem para demonstrar que se é cristão, embora o mais importante é a intenção do coração, pois é dele que saem as boas ou más intenções (Cf. Mt 15, 19).

 

Prestar culto a Deus

 

É importante percebermos que os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens e à prestação dos cultos a Deus. Os sacramentais são sinais sagrados que significam realidades, sobretudo, espirituais. São obtidos pela oração da Igreja, onde os homens se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e santificam as diversas situações da vida (Cf. SC 60). Assim, os sacramentais nos conduzem aos sacramentos e não podem ser confundidos como amuletos.

 

Deus aceita não ser amado, mas é inadmissível para Ele ficar em segundo lugar na nossa vida. Pede-se na Sagrada Escritura: “Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Dt 6,5). Portanto, recorrer a tais amuletos da sorte ou, ainda mais, à magia, feitiçaria e adivinhação, é desrespeitar o amor de Deus, porque “o primeiro mandamento chama o homem a crer em Deus, a esperar n’Ele e a amá-Lo sobre todas as coisas” (CIC 2134). Assim, a verdadeira proteção do cristão é o próprio Deus.

 

Ricardo Cordeiro

Ricardo é membro da Comunidade Canção Nova. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP).  Bacharelando em Teologia pela Faculdade Dehoniana, Taubaté (SP) e pós-graduando em Bioética pela Faculdade Canção Nova.

 

Fonte: Canção Nova

Papa: a fé não é espetáculo, é preciso pensar com espírito de Deus

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Papa: a fé não é espetáculo, é preciso pensar com espírito de Deus

 

Na missa matutina, Francisco recordou que a Igreja nos pede uma conversão do pensamento, segundo os ensinamentos de Cristo.

 

A religião e a fé não são “um espetáculo”. O Papa começou a semana celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta.

 

Na homilia, comentou as leituras do dia: a Primeira dedicada a Naamã o Sírio e o Evangelho de Lucas, em que Jesus explica que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. O Pontífice explicou que neste tempo da Quaresma a Igreja nos faz refletir hoje sobre a conversão do pensamento, das obras e dos sentimentos.

 

A conversão do pensamento

 

“A Igreja nos diz que as nossas obras devem se converter, e nos fala do jejum, da esmola, da penitência: é uma conversão das obras. Fazer obras novas, obras com estilo cristão, o estilo que vem das Bem-aventuranças, em Mateus 25: fazer isto. Também a Igreja nos fala da conversão dos sentimentos: também os sentimentos devem se converter. Pensemos por exemplo na Parábola do Bom Samaritano: converter-se à compaixão. Sentimentos cristãos. Conversão das obras; conversão dos sentimentos; mas, hoje, nos fala da ‘conversão do pensamento’: não daquilo que pensamos, mas também de como pensamos, do estilo do pensamento. Eu penso com um estilo cristão ou com um estilo pagão? Esta é a mensagem que hoje a Igreja nos dá”.

 

Deus não faz espetáculo

 

A propósito do episódio de Naamã o Sírio, doente de lepra, o Papa lembra que ele “vai até Eliseu para ser curado” e é aconselhado a se banhar sete vezes no Jordão. Ao contrário, ele pensa que os rios de Damasco são melhores do que as águas de Israel, “fica irritado e vai embora sem fazê-lo”, recorda Francisco, porque “este homem queria o espetáculo”.

 

“Pensava que Deus vinha somente no espetáculo. E, dentro do espetáculo, a cura. ‘Eu pensava que ele sairia para me receber e que, de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, e que tocaria com sua mão o lugar da lepra e me curaria’, esperava o espetáculo. E o estilo de Deus é outro: cura de outro modo. Ele deve aprender a pensar num estilo novo, deve converter o modo de pensar”.

 

O Pontífice notou que o mesmo acontece com Jesus que volta a Nazaré e vai até Sinagoga.

 

Inicialmente “as pessoas o olhavam”, “estavam impressionadas”, “contentes”.

 

“Mas sempre tem um falador que começou a dizer: Mas este, este é o filho do carpinteiro. O que nos ensina? Em que universidade ele estudou? Sim! É o filho de José. Começam a cruzar opiniões, muda o comportamento das pessoas e querem matá-lo.  Da admiração e surpresa ao desejo de matá-lo. Eles também queriam espetáculo. Dizem que fez milagres na Galileia e nós acreditamos. Jesus explica: “Eu garanto a vocês: nenhum profeta é bem recebido em sua pátria”. Isso porque nós resistimos em dizer que alguns de nós podem nos corrigir. Deve vir alguém com o espetáculo a nos corrigir. A religião não é um espetáculo. A fé não é um espetáculo: é a Palavra de Deus e o Espírito Santo que age nos corações.”

 

A graça da conversão

 

“A Igreja”, sublinhou Francisco, “nos convida a mudar a maneira de pensar, o estilo de pensar. Podemos recitar o Credo e todos os dogmas da Igreja”, mas:

“A conversão do pensamento. Não é usual que pensemos desse modo. Não é usual. Também a maneira de pensar, a maneira de crer deve ser convertida. Podemos nos fazer uma pergunta: com que espírito eu penso? Com o espírito do Senhor ou com o próprio espírito, com o espírito da comunidade à qual pertenço ou do grupinho ou da classe social da qual faço parte, com o do partido político ao qual pertenço? Com que espírito eu penso? E procurar saber se penso realmente com o espírito de Deus. Pedir a graça de discernir quando penso com o espírito do mundo e quando penso com o espírito de Deus. Pedir a graça da conversão do pensamento.”

 

Para assistir um trecho da homilia do Santo Padre, clique aqui.

Fonte: Vatican News