Categoria: Notícias

curso

Edições CNBB oferece curso gratuito “Vocação e missão do catequista: por que um ministério?”

By | Notícias | No Comments

Com a instituição do Ministério laical de catequista pelo Papa Francisco, a Edições CNBB oferece gratuitamente o curso: “Vocação e Missão do Catequista: por que um ministério?”. A formação on-line será nos dias 18, 19 e 20 de agosto, sempre às 20h, com transmissão pelas redes sociais. Para aqueles que desejarem certificado, é necessário se inscrever.

A editora explica que o material das aulas foi todo baseado na Carta Apostólica Antiquum Ministerium, por meio da qual o Papa Francisco instituiu o Ministério de Catequista. O objetivo do curso é aprofundar o entendimento acerca da instituição do ministério instituído, bem como contribuir para a vocação do catequista e a iluminação bíblica dos(as) participantes.

Padre Jânison de Sá

Padre Jânison de Sá | Foto: reprodução

O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Jânison de Sá Santos, convidado para orientar a formação, avalia a iniciativa como importante oportunidade para “fortalecer a vocação do catequista, motivar, agradecer a Deus pelo chamado de cada um, para conhecer melhor os fundamentos da vocação e da missão”.

Padre Jânison ressalta ainda que é “importante que o catequista se sinta um vocacionado, alguém que foi chamado por Deus e realiza uma missão muito importante na Igreja, como lemos nos documentos: ‘que ele realiza um serviço único e indispensável’”.

O orientador da formação também ressalta que o Papa Francisco, no Motu Proprio Antiquum Ministerium, insiste na dimensão vocacional do chamado de Deus: “É Deus que chama os catequistas, como Jesus chamou os seus discípulos, seus seguidores – Jesus chamou, formou e os enviou – assim também os catequistas são chamados, formados e enviados para realizar a missão de catequisar”.

 

Público-alvo

Podem realizar a formação catequistas, líderes comunitários, animadores e animadoras de diferentes pastorais e movimentos. É um curso voltado para os catequistas, de modo geral, mas aberto para os demais interessados. “Pois a catequese não deve interessar somente aos catequistas, mas toda a comunidade eclesial missionária deve interessar-se pela catequese”, salienta padre Jânison.

 

Presente aos catequistas

Junto com o grande presente que foi a instituição do ministério de catequista, o curso é uma oferta aos catequistas de todo o Brasil neste Mês Vocacional, quando também é celebrado o Dia dos Catequistas. “Neste mês de agosto, nosso desejo é estarmos mais próximos dos catequistas, parabenizá-los, celebrar com eles neste mês a vocação de cada um. Então é muito importante nos reunirmos, nos encontrarmos, rezarmos juntos, refletirmos juntos. É de fato um tempo de graça, um tempo especial para todos nós”, comenta o assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética.

 

Participe

Para participar, inscreva-se gratuitamente acessando este link para garantir seu certificado digital e assista on-line, a partir das 20h (horário de Brasília), pelos canais no Facebook e no YouTube: CNBB ou Edições CNBB.

 

 

Temas e os assessores

🔹 18 de agosto | Tema: A vocação de catequista.
Pe. Jânison de Sá Santos, assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB;
Maria Erivan Ferreira, Teóloga, coordenadora da Comissão Bíblico-Catequética do Regional Nordeste I e professora da ESPAC (Escola Pastoral Catequética);
Pe. Wilson da Mota Fernandes, coordenador do Colegiado da Animação Bíblico-Catequética do Regional Sul 3 da CNBB.

 

🔹 19 de agosto | Tema: Ministério de catequista – iluminação bíblica.
Irmã Maria Aparecida Barboza, ICM, mestra em Teologia Bíblica, pós-graduada em Pedagogia Catequética;
Pe. Jânison de Sá Santos.

 

🔹 20 de agosto | Tema: Ministério instituído de catequista.
Pe. Jânison de Sá Santos;
Lucimara Trevisan, coordenadora do curso de Especialização em Catequética do Regional Leste 2 da CNBB;
Pe. Joãozinho, Scj.

 

cronograma

SAV_43

Mês vocacional: eventos na Igreja do Brasil celebram o dom da vocação à vida consagrada

By | Notícias | No Comments

Na terceira semana do Mês Vocacional lembra-se e celebra-se o dom da vocação à Vida Consagrada, que se faz presente na Igreja, através das centenas de carismas. “Cada carisma é um dom do Espírito Santo colocado no coração dos fundadores e fundadoras para o serviço do Evangelho, na Igreja, Povo de Deus”, afirma o bispo de Caxias do Sul, dom José Gislon.

“Ao longo dos séculos, com seus carismas, a vida consagrada e os consagrados foram e continuam sendo protagonistas na vida da Igreja, com maior ou menor intensidade, dependendo das realidades de cada continente. Eles participam da missão da Igreja e contribuem com a formação espiritual do Povo de Deus. Mas também, com seus carismas específicos, ajudam no serviço da evangelização, através da ação missionária, no serviço da caridade junto aos mais excluídos, além da presença nas realidades da educação e da saúde”, diz dom Gislon.

Segundo dom José Gislon, a vida consagrada vive um tempo de desafios exigentes e necessidades de renovação, mas o compromisso dos consagrados, de serem profetas que anunciam, com a vida, na missão, o Evangelho da Alegria, da esperança e a paz, não pode ser esquecido porque faz parte do DNA da vida consagrada.

“Pelo ‘sim’ da consagração escolheram seguir Jesus e entregar a vida ao Pai para levar a todos o amor e a consolação de Deus, que se manifesta no Cristo Jesus, Crucificado e Ressuscitado”, finaliza.

Programações

Em homenagem à vida consagrada, a Igreja no Brasil preparou diversas programações para celebrar o momento.

“A vida consagrada é uma resposta ao grande amor de Deus por nós. É uma oferta de todo o próprio ser e capacidades. É fruto do amor recebido de Deus, um amor grande, fecundo e gratuito. Um amor que preenche a pessoa e toda a sua existência, é um dom, que dá sentido à vida, de modo a ser também oferta a Deus e aos irmãos.

Quem experimenta o seu amor tem grande responsabilidade, é chamado a ser o bom perfume de Cristo, que não pode ser visto, porém pode ser sentido. Ser o bom perfume da fé, da esperança que dá significado aos dias”, afirma a Aparecida Guadalupe, presidente da CNISB.

Jornada Nacional Vocacional – A Conferência Nacional dos Institutos Seculares (CNISB) irá realizar uma jornada nacional vocacional no dia 17 de agosto, às 20h, com a convidada Nelza Silveira, da IS Unitas Brasil, sobre a temática “Maria Serva do Senhor e os Consagrados Seculares”.

Roda de Conversa Vocacional – Também no dia 19 de agosto, às 20h, haverá uma roda de conversa com alguns convidados sobre o tema “Escrever com a própria vida, parábolas de esperança”. O encontro acontecerá por meio do Google Meet e o evento é uma realização da CNISB.

Vigília Vocacional – Já no dia 20 de agosto, às 20h, haverá uma vigília vocacional com a juventude, organizada pelo Serviço de Animação Vocacional/Pastoral Vocacional e a CNISB. A transmissão será feitas nas redes sociais da CNISB (@cnisbrasil).

II Semana Nacional da Vida Consagrada –  Ao comemorar a vida consagrada, a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) também preparou uma programação, de 15 a 21 de agosto, e convida cada regional e congregação religiosa a realizarem ações para marcar este momento. Saiba mais aqui.

mesvocacional

Subsídio para o Mês Vocacional apresenta contemplação rumo à práxis vocacional

By | Notícias | No Comments

Na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christus Vivit, o Papa Francisco destaca três verdades que, segundo ele, são a coisa mais importante a ser anunciada; aquilo que nunca se deveria calar e que todos precisamos sempre escutar.

Se em 2020 a animação vocacional do Brasil se deteve na primeira verdade como tema de aprofundamento do Mês Vocacional, com o tema: “Amados e chamados por Deus”, e o lema: “És precioso a meus olhos… eu te amo” (Is 43,4), neste ano de 2021 será aprofundando a segunda verdade. Por isso o tema: “Cristo nos salva e nos envia”, e o lema: “Quem escuta a minha palavra possui a vida eterna” (cf. Jo 5,24).

A terceira verdade, que dá o nome à Exortação Apostólica Christus Vivit (Cristo vive), será aprofundada em 2022, já no clima do Ano Vocacional, marcado para 2023.

Hora Vocacional

O subsídio que animará o Mês Vocacional de 2021, celebrado em agosto, foi construído a várias mãos, envolvendo os organismos que compõem a Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), bem como outras Comissões da CNBB.  Oferecendo uma riqueza de celebrações, o subsídio leva o nome de “Hora Vocacional”, ou seja, momento orante de escuta da Palavra de Deus, leitura, meditação e contemplação rumo à práxis vocacional.

São seis roteiros de Leituras Orantes e cinco Rodas de Conversa, com temas relacionados às vocações específicas – cristãos leigos e leigas, família, catequistas, missão, vida consagrada, ministério ordenado, animação vocacional da juventude. Além disso, o subsídio oferece uma proposta de Terço Vocacional e uma Vigília Vocacional. No fim, uma reflexão a partir da mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações de 2021, cujo tema foi “São José: o sonho da vocação”.

Segundo dom João Francisco Salm, presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, tal mensagem pode ser complemento para qualquer das propostas de celebração, nas três palavras chave vocacionais ali meditadas pelo papa Francisco. “O chamado de Deus realiza nossos maiores sonhos; nossa resposta concretiza-se no serviço e na missão; essa vocação – chamado e resposta – vai amadurecendo através da fidelidade cotidiana”, disse.

“O Hora Vocacional é para ser utilizado durante o ano todo. A proposta é produzir a cada novo ano um novo subsídio vocacional, a partir do tema central. Que possamos continuar o mandamento de Jesus, quando se dirigiu aos seus mais próximos e disse: “Rogai, pois, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores à sua messe” (Mt 9,38, Lc 10,2)”, explicou dom Salm.

Fonte: CNBB

jovens

Mensagem do Santo Padre aos participantes no Festival dos Jovens

By | Notícias | No Comments

Caro!

O Festival da Juventude é uma semana intensa de oração e encontro com Jesus Cristo, especialmente na sua Palavra viva, na Eucaristia, na adoração e no sacramento da Reconciliação. Este acontecimento – diz a experiência de tantos – tem a força para nos colocar no caminho do Senhor. E este é precisamente o primeiro passo que o «jovem rico» de quem nos falam os Evangelhos sinópticos (cf. Mt 19,16-22; Mc 10,17-22; Lc 18,18-23), que assumiu o assim, ao contrário, correu ao encontro do Senhor, cheio de entusiasmo e desejo de encontrar o Mestre para herdar a vida eterna, ou seja, a felicidade. A palavra norteadora do Festival deste ano é justamente a pergunta que aquele jovem dirigiu a Jesus: “O que devo fazer para herdar a vida eterna?”. É uma palavra que nos coloca diante do Senhor; e fixa o seu olhar em nós, ama-nos e convida-nos: «Vinde! Me siga!” (Mt 19:21).

O Evangelho não nos diz o nome daquele jovem, e isso sugere que ele pode representar cada um de nós. Além de possuir muitos bens, ele se mostra bem educado e educado, e também animado por uma inquietação sadia que o leva a buscar a verdadeira felicidade, a vida em plenitude. Portanto, ele se propõe a encontrar um guia autorizado, confiável e confiável. Ele encontra essa autoridade na pessoa de Jesus Cristo e é por isso que lhe pergunta: “Bom Mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?” (Mc 10,17). Mas o jovem pensa em um bem a ser conquistado pela própria força. O Senhor responde com outra pergunta: “Por que você me chama de bom? Ninguém é bom, só Deus ”(v. 18). Assim, Jesus o dirige a Deus, que é o único e supremo Bem de quem todos os outros bens vêm.

Para ajudá-lo a ter acesso à fonte do bem e da verdadeira felicidade, Jesus mostra-lhe o primeiro passo a dar, ou seja, aprender a fazer o bem aos outros: “Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mt 19,17 ) Jesus o traz de volta à vida terrena e mostra-lhe o caminho para herdar a vida eterna, ou seja, o amor concreto ao próximo. Mas o jovem responde que sempre fez isso e percebeu que seguir os preceitos não basta para ser feliz. Então Jesus fixa nele um olhar cheio de amor. Na verdade, ele reconhece o desejo de plenitude que o jovem carrega no coração e a inquietação sadia que o coloca em busca; por isso ela sente ternura e afeto por ele.

No entanto, Jesus também entende qual é o ponto fraco de seu interlocutor: ele está muito apegado aos tantos bens materiais que possui. Por isso o Senhor propõe um segundo passo a ser dado, o de passar da lógica do “mérito” para a do dom: “Se você quer ser perfeito, vá, venda o que você tem, dê aos pobres e você terá um tesouro no céu ”(Mt 19,21). Jesus muda a perspectiva: convida-o a não pensar em garantir a vida após a morte, mas a dar tudo na vida terrena, imitando assim o Senhor. É o chamado para um maior amadurecimento, para passar dos preceitos observados para obter recompensas para o amor livre e total. Jesus pede a ele para deixar o que pesa no coração e atrapalha o amor. O que Jesus propõe não é tanto um homem privado de tudo, mas um homem livre e rico de relacionamentos. Se o coração está cheio de bens, o Senhor e o próximo tornam-se apenas coisas entre outras. Ter muito e muito sufocará nosso coração e nos tornará infelizes e incapazes de amar.

Por fim, Jesus propõe uma terceira etapa, a da imitação: “Venha! Me siga!”. “O seguimento de Cristo não é uma imitação exterior, porque toca o homem na sua interioridade profunda. Ser discípulos de Jesus significa conformar-se a ele »(João Paulo II, Carta Encíclica Veritatis Splendor, 21). Em troca, receberemos uma vida rica e feliz, cheia do rosto de tantos irmãos e irmãs, e de pais e mães e filhos … (cf. Mt 19,29). Seguir a Cristo não é perda, mas ganho incalculável, enquanto a renúncia diz respeito ao obstáculo que impede o caminho. Aquele jovem rico, porém, tem o coração dividido entre dois senhores: Deus e o dinheiro. O medo de arriscar e perder os seus bens o deixa triste ao voltar para casa: “Ele escureceu o rosto e foi embora entristecido” (Mc 10,22). Não hesitou em fazer a pergunta decisiva, mas não teve coragem de aceitar a resposta, que é a proposta de “desatar-se” e das riquezas para “ligar-se” a Cristo, de caminhar com Ele e descobrir a verdadeira felicidade. .

Amigos, Jesus diz também a cada um de vocês: «Vinde! Me siga!”. Tende a coragem de viver a vossa juventude, entregando-vos ao Senhor e pondo-vos a caminho com Ele. Deixai-vos conquistar pelo seu olhar de amor que nos liberta da sedução dos ídolos, das falsas riquezas que prometem a vida mas procuram a morte. Não tenha medo de acolher a Palavra de Cristo e de aceitar seu chamado. Não desanime como o jovem rico do Evangelho; antes, fixai o vosso olhar em Maria, grande modelo da imitação de Cristo, e confiai-vos nela que, com o seu «aqui estou», respondeu sem reservas ao apelo do Senhor. A sua vida é uma entrega total, desde o momento da Anunciação ao Calvário, onde se tornou nossa Mãe. Contamos com Maria para encontrar a força e receber a graça que nos permite dizer o nosso “aqui estou” ao Senhor. Olhemos para Maria para aprender a levar Cristo ao mundo, como o fez quando, cheia de atenção e alegria, correu para ajudar Santa Isabel. Contamos com Maria para transformar nossa vida em um dom para os outros. Com seu interesse pelas esposas de Caná, ela nos ensina a estar atentos aos outros. Com a sua vida ela nos mostra que na vontade de Deus está a nossa alegria e acolhê-la e viver não é fácil, mas nos faz felizes. Sim, «a alegria do Evangelho enche o coração e toda a vida de quem encontra Jesus. Quem se deixa salvar por ele é libertado do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. A alegria sempre nasce e renasce com Jesus Cristo ”(Exortação apostólica Evangelii gaudium, 1).

Caríssimos jovens, no vosso caminho com o Senhor Jesus, animado também por este Festival, confio todos vós à intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, nossa Mãe celeste, invocando a luz e a força do Espírito Santo. O olhar de Deus, que te ama pessoalmente, te acompanhe todos os dias, para que, na relação com os outros, possas ser testemunhas da nova vida que recebeste como dom. Por isso eu oro e abençoo você, e também peço que ore por mim.

Roma, San Giovanni in Laterano, 29 de junho de 2021

FRANCISCO

Texto original em Italiano. Traduzido pelo Google Translate

Nota Presidência da CNBB para CFE 2021

Presidência da CNBB divulga nota sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021

By | Notícias | No Comments

Presidência da CNBB divulga nota sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021

11 de fevereiro de 2021

 

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, nesta terça-feira, 9 de fevereiro, uma nota na qual esclarece pontos referentes à realização da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, cujo tema é: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema: “Cristo é a nossa paz. Do que era dividido fez uma unidade”,  (Ef 2,14a).

 

O documento reafirma a Campanha da Fraternidade como uma marca e, ao mesmo tempo, uma riqueza da Igreja no Brasil que deve ser cuidada e melhorada sempre mais por meio do diálogo. Iluminado pela Encíclica Ut Unum Sint, de 1999, do Papa São João Paulo II, o texto aponta também ser necessário cuidar da causa ecumênica.

 

Sobre o texto-base da CFE deste ano, os bispos afirmam que a publicação seguiu a estrutura de pensamento e trabalho do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), conselho responsável pela preparação e coordenação da campanha da fraternidade em seu formato ecumênico. “Não se trata, portanto, de um texto ao estilo do que ocorreria caso fosse preparado apenas pela comissão da CNBB”, aponta a Nota.

Nota Presidência da CNBB para CFE 2021

Nota Presidência da CNBB para CFE 2021

 

No documento, a presidência da CNBB reafirma que a Igreja Católica tem sua doutrina estabelecida a respeito das questões de gênero e se mantém fiel a ela. “A doutrina católica sobre as questões de gênero afirma que ‘gênero é a dimensão transcendente da sexualidade humana, compatível com todos os níveis da pessoa humana, entre os quais o corpo, a mente, o espírito, a alma. O gênero é, portanto, maleável sujeito a influências internas e externas à pessoa humana, mas deve obedecer a ordem natural já predisposta pelo corpo” (Pontifício Conselho para a Família, Lexicon – Termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas., pág. 673).

 

A nota informa que os recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) seguem rigorosa orientação, obedecendo não apenas a legislação civil vigente para o assunto, mas também a preocupação quanto à identidade dos projetos atendidos. “Os recursos só serão aplicados em situações que não agridam os princípios defendidos pela Igreja Católica”, reforça a nota.

 

A presidência da CNBB afirma, no parágrafo final, que apesar de nem sempre ser fácil cuidar das dificuldades levantadas pela realização de uma Campanha da Fraternidade e da caminhada ecumênica e de muitos outros aspectos da ação evangelizadora da Igreja, nem por isso se deve desanimar e romper a comunhão, o que segundo os bispos é uma das maiores marcas dos cristãos. “Não desanimemos. Não desistamos. Unamo-nos”, exorta a presidência da CNBB.

Conheça, abaixo, a íntegra do documento.

 

NOTA DA PRESIDÊNCIA DA CNBB

 

Irmãos e irmãs em Cristo Jesus,

“Não apagueis o Espírito, não desprezais as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom” (1 Ts 5,21)

 

  1. No exercício de nossa missão evangelizadora, deparamo-nos com inúmeros desafios, diante dos quais não podemos esmorecer, mas, ao contrário, buscar forças para responder com tranquilidade e esperança.

 

  1. Nosso país vive um tempo entristecedor, com tantas mortes causadas pela covid-19, um processo de vacinação que gostaríamos fosse mais rápido e uma população que se cansou de seguir as medidas de proteção sanitária. Nosso coração de pastores sofre diante de tantas sequelas que surgem a partir da pandemia, em especial o empobrecimento e a fome.

 

A Campanha da Fraternidade 2021 e suas características

 

  1. Em meio a tudo isso e atendendo à solicitação de irmãos bispos, desejamos abordar a Campanha da Fraternidade deste ano. Algumas afirmações têm ocasionado insegurança e mesmo perplexidade.

 

  1. Como sabemos, a Campanha da Fraternidade é uma riqueza da Igreja no Brasil, nascida e amadurecida não sem dificuldades e mesmo sofrimentos. A cada Campanha, o aprendizado se fortalece e se mostra continuamente necessário. Assim acontece com cada tema escolhido e assim acontece quando as Campanhas, desde o ano 2000, são feitas em modo ecumênico.

 

  1. Para este ano, o tema escolhido foi o diálogo, com o tema, portanto, fraternidade e diálogo: compromisso de amor. Trata-se, como explicado nas formações feitas pelo nosso Setor de Campanhas, do recolhimento dos temas anteriores, em especial desde 2018, que tratou da superação da violência, até 2020, quando apresentou-se a proposta cristã do cuidado.

 

  1. Para 2021, conforme aprovação em nossa Assembleia Geral de 2018, a Campanha foi construída ecumenicamente e, conforme costume desde o ano 2000, sob a responsabilidade do CONIC. Nas primeiras reuniões, discerniu-se pelo tema do diálogo, urgência num tempo de polarizações e fanatismos, cabendo então ao CONIC a construção do texto-base. Isso foi feito conforme está explicado na apresentação do mesmo, com detalhamento da equipe elaboradora, na pág. 9.

 

  1. Consequentemente, o texto seguiu a estrutura de pensamento e trabalho do CONIC. Foram realizadas várias reuniões, o texto passou por revisão da assessoria teológica do CONIC, uma assessoria com membros das diversas igrejas, chegando, então, ao que hoje temos. Não se trata, portanto, de um texto ao estilo do que ocorreria caso fosse preparado pela comissão da CNBB, pois são duas compreensões distintas, ainda que em torno do mesmo ideal de servir a Jesus Cristo. O texto-base desse ano, por conseguinte, deve ser assim compreendido, como o foi nas Campanhas da Fraternidade levadas a efeito de modo ecumênico.

 

Algumas questões específicas

 

  1. Nos últimos dias, reações têm surgido quanto ao texto. Apresentam argumentos que esquecem da origem do texto, desejando, por exemplo, de uma linguagem predominantemente católica. Trazem ainda preocupações com relação a aspectos específicos, a saber, as questões de gênero, conforme os números 67 e 68 do referido texto.

 

  1. A doutrina católica sobre as questões de gênero afirma que “gênero é a dimensão transcendente da sexualidade humana, compatível com todos os níveis da pessoa humana, entre os quais o corpo, a mente, o espírito, a alma. O gênero é, portanto, maleável sujeito a influências internas e externas à pessoa humana, mas deve obedecer a ordem natural já predisposta pelo corpo” (Pontifício Conselho para a Família, Lexicon – Termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas., pág. 673).

 

Uma ajuda destacável

 

  1. Já pronto o texto-base, fomos presenteados com a Fratelli Tutti, que recomendamos vivamente seja também utilizada como subsídio para a Campanha da Fraternidade deste ano. Ela estabelece forte conexão entre o tema de 2020 e o de 2021, cuidado e diálogo, e muito ajudará na reflexão sobre o diálogo e a fraternidade.

 

Coleta da Solidariedade

 

  1. Junto com essas preocupações de conteúdo, surgiu ainda a sugestão de que não se faça a oferta da solidariedade no Domingo de Ramos, uma vez que existiria o risco de aplicação dos recursos em causas que não estariam ligadas à doutrina católica.

 

  1. Lembramos que, em 2019, foi distribuída pelo Fundo Nacional de Solidariedade – FNS a quantia de R$3.814.139,81, fruto da generosidade de nossas comunidades, não se incluindo nessa quantia o que foi destinado aos fundos diocesanos. Em 2020, por causa da pandemia, não ocorreu arrecadação. Somente com a ajuda da instituição alemã Adveniat conseguimos atender a 15 projetos.

 

  1. Sobre isso, recordamos que o FNS segue rigorosa orientação, obedecendo não apenas a legislação civil vigente para o assunto, mas também preocupação quanto à identidade dos projetos atendidos. Desde o início da construção da Campanha da Fraternidade de 2021, temos informado ao CONIC a respeito da dificuldade e até mesmo da impossibilidade de mantermos a estrutura do Fundo de Solidariedade como ocorrido nas Campanhas ecumênicas anteriores. Sobre este ponto, tendo como base a última dessas Campanhas, a de 2016, esta Presidência já manifestou ao CONIC as dificuldades e, por espírito de comunhão e corresponsabilidade, vai conversar sobre o assunto na próxima reunião do CONSEP. A conclusão será informada em seguida.

 

Desse modo:

 

  1. Em consequência, respeitando a autonomia de cada irmão bispo junto aos seus diocesanos e como não poucos irmãos nos têm solicitado indicações para informar ao povo sobre a CF 2021, consideramos importante que sejam destacados os seguintes aspectos:

 

  1.   A Campanha da Fraternidade é um valor que não podemos descartar.
  2.  Alguns temas, conforme seu modo de ser apresentado, tornam-se mais difíceis que outros.
  3.  A Igreja tem sua doutrina estabelecida a respeito das questões de gênero e se mantém fiel a ela.
  4.  Os recursos do Fundo Nacional de Solidariedade serão aplicados em situações que não agridam os princípios defendidos pela Igreja Católica.
  5.  A causa ecumênica se mantém importante. “Uma comunidade cristã que crê em Cristo e deseja com o ardor do Evangelho a salvação da humanidade não pode de forma alguma fechar-se ao apelo do Espírito que orienta todos os cristãos para a unidade plena e visível … O ecumenismo não é apenas uma questão interna das comunidades cristãs, mas diz respeito ao amor que Deus, em Cristo Jesus, destina ao conjunto da humanidade; e criar obstáculos a este amor é uma ofensa a Ele e ao Seu desígnio de reunir todos em Cristo” (S. João Paulo II, Encíclica Ut Unum Sint, 99)

 

  1. Concluímos lembrando a importância da Campanha da Fraternidade na história da evangelização do Brasil. É nossa marca. Cabe-nos cuidar dela, melhorá-la sempre mais por meio do diálogo, assim como nos cabe cuidar da causa ecumênica, um ideal que se nos impõe. Se nem sempre é fácil cuidar de ambos e de muitos outros aspectos de nossa ação evangelizadora, nem por isso devemos desanimar e romper a comunhão, uma de nossas maiores marcas, um tesouro que o Senhor Jesus nos deixou e do qual não podemos abrir mão. Não desanimemos. Não desistamos. Unamo-nos.

 

Brasília-DF, 09 de fevereiro de 2021


Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

 

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB

 

Fonte: Arquidiocese de São Salvador

A caridade não é um sentimento estéril - Papa Francisco - Foto: Vatican Media

O Papa na mensagem para a Quaresma: cuidar de quem sofre por causa da Covid-19

By | Notícias | No Comments

O Papa na mensagem para a Quaresma: cuidar de quem sofre por causa da Covid-19

 

O Pontífice convida a renovar a nossa fé, “neste tempo de conversão”, a obter “a «água viva» da esperança” e receber “com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo”.

 

Foi divulgada, nesta sexta-feira (12/02), a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano sobre o tema “Vamos subir a Jerusalém. Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade”.

A caridade não é um sentimento estéril - Papa Francisco - Foto: Vatican Media

A caridade não é um sentimento estéril – Papa Francisco – Foto: Vatican Media

 

O Pontífice convida a renovar a nossa fé, “neste tempo de conversão”, a obter “a «água viva» da esperança” e receber “com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo”. Francisco recorda que “na noite de Páscoa, renovaremos as promessas do nosso Batismo, para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do Espírito Santo. Entretanto o itinerário da Quaresma, como aliás todo o caminho cristão, já está inteiramente sob a luz da Ressurreição que anima os sentimentos, atitudes e opções de quem deseja seguir a Cristo”.

 

Quem jejua faz-se pobre com os pobres 

 

“O jejum, a oração e a esmola, tal como são apresentados por Jesus na sua pregação, são as condições para a nossa conversão e sua expressão”, ressalta o Papa na mensagem.

 

De acordo com Francisco, o “jejum, vivido como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, n’Ele encontram plena realização. Ao fazer experiência duma pobreza assumida, quem jejua faz-se pobre com os pobres e «acumula» a riqueza do amor recebido e partilhado. Jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações, verdadeiras ou falsas, e produtos de consumo, a fim de abrirmos as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas «cheio de graça e de verdade»: o Filho de Deus Salvador”.

 

Dizer palavras de incentivo

 

“No contexto de preocupação em que vivemos atualmente onde tudo parece frágil e incerto, falar de esperança poderia parecer uma provocação. O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua cuidando de sua Criação, não obstante nós a maltratamos com frequência.”

 

O Pontífice convida no tempo da Quaresma, a estarmos “mais atentos em «dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam». Às vezes, para dar esperança, basta ser «uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença».”

 

“No recolhimento e oração silenciosa, a esperança nos é dada como inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da nossa missão; por isso mesmo, é fundamental recolher-se para rezar e encontrar, no segredo, o Pai da ternura”, ressalta o Papa.

 

Tempo para crer, esperar e amar

 

“A caridade se alegra ao ver o outro crescer; e de igual modo sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado, necessitado. A caridade é o impulso do coração que nos faz sair de nós mesmos gerando o vínculo da partilha e da comunhão. «A partir do “amor social”, é possível avançar para uma civilização do amor a que todos nos podemos sentir chamados. Com o seu dinamismo universal, a caridade pode construir um mundo novo, porque não é um sentimento estéril, mas o modo melhor de alcançar vias eficazes de desenvolvimento para todos».”

 

Segundo Francisco, “viver uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid19. Neste contexto de grande incerteza quanto ao futuro, ofereçamos, junto com a nossa obra de caridade, uma palavra de confiança e façamos sentir ao outro que Deus o ama como um filho. «Só com um olhar cujo horizonte esteja transformado pela caridade, levando-nos a perceber a dignidade do outro, é que os pobres são reconhecidos e apreciados na sua dignidade imensa, respeitados no seu estilo próprio e cultura e, por conseguinte, verdadeiramente integrados na sociedade»”.

 

“Queridos irmãos e irmãs, cada etapa da vida é um tempo para crer, esperar e amar. Que este apelo a viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, nos ajude a repassar, na nossa memória comunitária e pessoal, a fé que vem de Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito e o amor cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai”, conclui o Papa.

 

Mariangela Jaguraba

Fonte: Vatican News

Papa Francisco - Audiência Geral de 26 de fevereiro - Foto: Vatican Media

Papa: Quaresma, tempo de se desligar do celular e se conectar com o Evangelho

By | Notícias | No Comments

Papa: Quaresma, tempo de se desligar do celular e se conectar com o Evangelho

 

Francisco disse ainda que a Quaresma “é o tempo de renunciar a palavras inúteis, conversinhas, fofocas, mexericos e se aproximar do Senhor. É o tempo de se dedicar a uma ecologia saudável do coração, fazer uma limpeza nele”.

 

“Quaresma, entrar no deserto.” Este foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta Quarta-feira de Cinzas (26/02), na Praça São Pedro.

Papa Francisco - Audiência Geral de 26 de fevereiro - Foto: Vatican Media

Papa Francisco – Audiência Geral de 26 de fevereiro – Foto: Vatican Media

 

“Hoje, iniciamos o caminho quaresmal, caminho de quarenta dias em direção à Páscoa, rumo ao coração do ano litúrgico e da fé”, sublinhou Francisco. “É um caminho que segue o de Jesus, que no início de seu ministério se retirou por quarenta dias para rezar e jejuar, tentado pelo diabo, no deserto.”

 

O deserto é o lugar da Palavra de Deus

 

A seguir, o Papa se deteve no “significado espiritual do deserto, o que significa espiritualmente o deserto para todos nós, também para nós que vivemos na cidade” e convidou os fiéis a imaginarem de estar num deserto. “A primeira sensação seria de estar envolvidos num grande silêncio: sem barulho, a não ser do vento e da nossa respiração”, disse ele.

 

O deserto é o lugar em que se toma distância do barulho que nos circunda. É ausência de palavras para dar espaço a outra Palavra, a Palavra de Deus, que acaricia o nosso coração como a brisa suave. O deserto é o lugar da Palavra, com letra maiúscula. Na Bíblia, o Senhor gosta de conversar conosco no deserto. No deserto, ele entrega a Moisés as “dez palavras”, os dez mandamentos. E quando o povo se afasta Dele, tornando-se como uma noiva infiel, Deus diz: «Vou levá-la ao deserto e conquistar seu coração. Lá me responderá, como nos dias de sua juventude». No deserto, se ouve a Palavra de Deus, que é como um som suave.

 

Quaresma, tempo de se desligar do celular e abrir a Bíblia

 

“No deserto, encontra-se a intimidade com Deus, o amor do Senhor. Jesus gostava de retirar-se todos os dias para lugares desertos para rezar. Ele nos ensinou a procurar o Pai, que nos fala no silêncio”, disse ainda Francisco, acrescentando:

“A Quaresma é o tempo propício para abrir espaço à Palavra de Deus. É o tempo para desligar a televisão e abrir a Bíblia. É o tempo para se desligar do telefone celular e se conectar com o Evangelho. É o tempo de renunciar a palavras inúteis, conversinhas, fofocas, mexericos e se aproximar do Senhor. É o tempo de se dedicar a uma ecologia saudável do coração, fazer uma limpeza nele. Vivemos num ambiente poluído por muita violência verbal, por muitas palavras ofensivas e nocivas, que a rede amplifica.”

 

“Hoje, se insulta como se dissesse “Bom dia”. Somos submergidos de palavras vazias, publicidades e anúncios falsos. Nos acostumamos a ouvir tudo sobre todos e corremos o risco de cair num mundanismo que atrofia os nossos corações. Custamos para distinguir a voz do Senhor que nos fala, a voz da consciência, do bem. Jesus, chamando-nos no deserto, nos convida a prestar atenção no que interessa, no que é importante, no essencial.”

 

O deserto é o lugar essencial

 

Ao diabo que o tentou, Jesus respondeu: “O homem não viverá somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. “Mais que o pão, precisamos da Palavra de Deus, precisamos falar com Deus: rezar”, disse ainda o Papa.

Papa Francisco - Audiência Geral de 26 de fevereiro - Foto: Vatican Media

Papa Francisco – Audiência Geral de 26 de fevereiro – Foto: Vatican Media

 

“O deserto é o lugar do essencial. Olhemos para as nossas vidas: quantas coisas inúteis nos circundam. Seguimos mil coisas que parecem necessárias, mas na realidade não são. Nos fará bem nos libertar de muitas realidades supérfluas a fim de redescobrir o que interessa e reencontrar o rosto de quem está ao nosso lado.” E sobre isso, Jesus nos dá o exemplo, jejuando. “Jejuar é saber renunciar às coisas vãs, supérfluas, para ir ao essencial. Jejuar não é apenas para emagrecer, jejuar é ir ao essencial, é buscar a beleza de uma vida mais simples”, sublinhou Francisco.

 

O deserto é o lugar da solidão

 

Por fim, o Papa disse que o deserto “é o lugar da solidão”. “Ainda hoje, perto de nós, existem muitos desertos, muitas pessoas sozinhas. São pessoas sós e abandonadas”.

 

“Quantos pobres e idosos estão ao nosso lado e vivem em silêncio, sem fazer barulho, marginalizados e descartados!”

 

“Falar sobre eles não faz audiência. Mas o deserto nos leva a eles, àqueles que, em silêncio, pedem a nossa ajuda. Muitos olhares silenciosos que pedem a nossa ajuda. O caminho no deserto quaresmal é um caminho da caridade para com os vulneráveis. Oração, jejum e obras de caridade: eis o caminho no deserto quaresmal”, concluiu o Papa.

 

 

Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Papa no Angelus: Jesus convida à generosidade desinteressada

By | Notícias | No Comments

Papa no Angelus: Jesus convida à generosidade desinteressada

 

“A retribuição humana, de fato, geralmente distorce os relacionamentos, os torna comerciais, introduzindo o interesse pessoal em uma relação que deveria ser generosa e gratuita. Em vez disso, Jesus convida à generosidade desinteressada, para abrir-nos o caminho em direção a uma alegria muito maior, a alegria de ser partícipes do próprio amor de Deus que nos espera, todos nós, no banquete celeste.”

Papa no Angelus - Foto: Vatican Meda

Papa no Angelus – Foto: Vatican Meda

 

O Papa Francisco, que começou o Angelus desculpando-se pelo atraso – explicando ter ficado 25 minutos preso no elevador do Palácio Apostólico – destacou em sua alocução a generosidade desinteressada e a humildade indicada por Jesus.

 

Sua reflexão foi inspirada no Evangelho de São Lucas que narra a presença de Jesus em um banquete na casa de um chefe dos fariseu. “Jesus olha e observa como os convidados correm, se apressam para conseguir os primeiros lugares”.

 

Afirmar superioridade sobre os outros

 

“É um comportamento bastante difundido, também em nossos dias – observou o Papa –  e não somente quando somos convidados para um almoço: habitualmente busca-se o primeiro lugar para afirmar uma suposta superioridade sobre os outros.”

 

Comportamento prejudicial à comunidade

 

Mas essa corrida pela busca dos primeiros lugares faz mal à comunidade – afirma Francisco – quer civil como eclesial, porque destrói a fraternidade:

 

Todos conhecemos estas pessoas: galgadores, que sempre se agarram para subir, subir. Fazem mal à fraternidade, prejudicam a fraternidade”.

 

Diante dessa cena, Jesus conta duas breves parábolas. O Papa recorda então a primeira, dirigida a uma pessoa convidada para um banquete, e é advertida para não ocupar o primeiro lugar, sob o risco de ser convidada pelo dono da festa a cedê-lo para outra pessoa e ocupar o último lugar, o que seria uma vergonha.

 

Escolher o último lugar

 

“Em vez disso – recordou o Santo Padre –  Jesus nos ensina a ter a atitude oposta, a sentar-se no último lugar: “Portanto, não devemos buscar por iniciativa própria a atenção e a consideração de outros, mas sim deixar que sejam os outros a dá-la”:

“Jesus nos mostra sempre o caminho da humildade – devemos aprender o caminho da humildade! –  porque é o mais autêntico, o que também permite ter relações autênticas. A verdadeira humildade, não a humildade fingida, aquela que no Piemonte se chama a “mugna quacia”, não, aquela não. A verdadeira humildade.”

 

A generosidade humilde é cristã

 

Já na segunda parábola – continuou Francisco – Jesus se dirige ao dono da festa, sugerindo que na escolha dos convidados, chame os “pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir””:

“Também aqui, Jesus vai completamente contracorrente, manifestando como sempre a lógica de Deus Pai. E também acrescenta a chave para interpretar esse seu discurso. E qual é a chave? Uma promessa: se fizeres assim,  “receberás a recompensa na ressurreição dos justos”. Isso significa que aquele que assim se comportar, terá a recompensa divina, muito superior à retribuição humana que se espera: eu te faço esse favor esperando que tu me faça outro. Não, isso não é cristão. A generosidade humilde é cristã”.

 

Jesus convida à generosidade desinteressada

 

O Papa observa que a retribuição humana, “geralmente distorce os relacionamentos, os torna comerciais, introduzindo o interesse pessoal em uma relação que deveria ser generosa e gratuita”.

Jesus, por sua vez, “convida à generosidade desinteressada, para abrir-nos o caminho em direção a uma alegria muito maior, a alegria de ser partícipes do próprio amor de Deus que nos espera, todos nós, no banquete celeste”.

 

Ao concluir, Francisco pediu a Virgem Maria que “nos ajude a reconhecer-nos como somos, isto é, pequenos; e a nos alegrarmos em dar, sem esperar recompensa”.

 

Assista ao vídeo da Oração do Angelus

 

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

 

Papa: situação dos cristãos e minorias religiosas piorou no mundo

By | Notícias | No Comments

Papa: situação dos cristãos e minorias religiosas piorou no mundo

Hoje a liberdade religiosa e de consciência deve enfrentar duas ideologias opostas, mas igualmente ameaçadoras disse Francisco: o relativismo secularista e o radicalismo religioso.

Audiência Legisladores Católicos Audiência Legisladores Católicos - Foto:  Vatican Media

Audiência Legisladores Católicos Audiência Legisladores Católicos – Foto: Vatican Media

O Papa Francisco recebeu na manhã desta quarta-feira na antessala da Sala Paulo VI, no Vaticano, antes da Audiência Geral os participantes do anual Encontro Internacional para Legisladores Católicos. Na sua saudação aos presentes o Papa citou o tema da liberdade religiosa e de consciência que esteve ao centro da reflexão deste ano.

 

Francisco depois recordou a Declaração “Dignitatis humanae” de dezembro de 1965 e o momento histórico, no qual os Padres conciliares estavam preocupados sobretudo com aqueles regimes que, mesmo reconhecendo nas suas Constituições a liberdade de culto religioso, tentavam desviar os cidadãos da profissão da religião e tornar a vida nas comunidades religiosas muito difícil e perigosa.

 

Ouça o áudio da reportagem:

 

Situação dos cristãos piorou

Hoje, para além desta situação que infelizmente persiste em alguns países, a situação dos cristãos e de outras minorias religiosas em regiões atravessadas pelo fundamentalismo piorou tragicamente, disse o Papa. A extensão e a intensificação de posições intolerantes, agressivas e violentas provocaram e ainda provocam discriminações e verdadeiras perseguições que nem sempre são adequadamente contrastadas pelas autoridades competentes.

 

Hoje a liberdade religiosa e de consciência deve enfrentar duas ideologias opostas, mas igualmente ameaçadoras disse Francisco: o relativismo secularista e radicalismo religioso – na realidade, pseudo-religioso. A este respeito o Papa chamou a atenção para o perigo real de combater o extremismo e a intolerância com tanto de extremismo e intolerância, também nas atitudes e palavras.

 

Ser sal, luz e fermento

Como cristãos, sabemos que nossa vocação e missão é ser sal, luz e fermento na condição histórica específica em que nos encontramos.

 

O Papa recordou por fim que o político cristão é chamado antes de tudo, como todo batizado, a buscar com humildade e coragem ser testemunha, e também propor com competência projetos de lei coerentes com a visão cristã do homem e da sociedade, buscando sempre a colaboração com todos aqueles que compartilham os mesmos ideais.

 

Silvonei José – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News

Papa exorta jovens a serem protagonistas no bem, “não basta não fazer o mal”

By | Notícias | No Comments

Papa exorta jovens a serem protagonistas no bem, “não basta não fazer o mal”

 

O Papa Francisco rezou o Angelus na Praça São Pedro após a celebração presidida pelo cardeal Gualtiero Bassetti na presença de milhares de jovens, participantes da iniciativa “Por mil estradas rumo a Roma”, em preparação ao Sínodo e à JMJ Panamá 2019

Papa abençoa Cruz de São Damião e imagem de Nossa Senhora de Loreto, que serão levadas ao Panamá - Foto: Vatican Media

Papa abençoa Cruz de São Damião e imagem de Nossa Senhora de Loreto, que serão levadas ao Panamá – Foto: Vatican Media

90 mil segundo a Gendarmaria Vaticana, era o número de fiéis presentes na Praça São Pedro e Via da Conciliação na manhã deste domingo, na Missa conclusiva da iniciativa “Por mil estradas rumo a Roma”, em preparação ao Sínodo de outubro sobre os jovens.

 

A celebração foi presidida pelo cardeal Gualtiero Bassetti, presidente da Conferência Episcopal Italiana e concelebrada por 120 bispos das diversas dioceses de proveniência dos 70 mil jovens, que já no início de agosto botaram o pé na estrada partindo de diversas localidades italianas – dos Alpes às Pirâmides, como disse o cardeal Bassetti ao agradecer ao Santo Padre – para viver estes dois dias de espiritualidade e partilha em Roma.

 

O Papa Francisco já os havia encontrado no Circo Máximo no final da tarde de sábado. E neste domingo, rezou o Angelus com eles após a Missa, abençoando a Cruz de São Damião e uma imagem de Nossa Senhora de Loreto, símbolos da JMJ que serão doados à diocese que organiza a JMJ 2019, uma prática que teve início já em 1987, em Buenos Aires.

 

Desde cedo os jovens formavam longas filas para passar pelos controles de segurança. Ao final a Missa aumentaram as expectativas pela chegada do Papa Francisco que entrou na Praça São Pedro com o papamóvel às 11h24, ultrapassando os seus limites para chegar à Via da Conciliação. Jovens jogavam bonés, lenços, camisetas que, quando Francisco conseguia segurá-los, os atirava de volta retribuindo o gesto com um sorriso.

 

Fazia 31°C na Praça São Pedro, mas a sensação térmica era bem maior. Os bombeiros do Vaticano refrescavam a multidão com jatos de água, a exemplo do que já havia ocorrido no encontro internacional dos coroinhas.  Embalados pelo calor e por canções religiosas italianas, o clima na Praça era contemporaneamente de festa e comoção.

 

O Angelus

 

“É bom não fazer o mal, mas é mal não fazer o bem”. Uma frase que os jovens foram convidados a repetir diversas vezes durante a alocução do Santo Padre, que inspirou-se no convite de São Paulo a não entristecermos o Espírito Santo com que fomos marcados por Deus no dia de nosso Batismo.

 

“Mas eu me pergunto: como se entristece o Espírito Santo? Todos nós o recebemos no Batismo e na Crisma, portanto, para não entristecer o Espírito Santo, é necessário viver de uma maneira coerente com as promessas do Batismo, renovadas na Crisma. De maneira coerente, não com hipocrisia: não esqueçam disso! O cristão não pode ser hipócrita: ele deve viver de maneira coerente. As promessas do Batismo têm dois aspectos: renúncia ao mal e adesão ao bem”.

 

Renunciar ao mal – explicou o Papa – significa dizer “não” às tentações, ao pecado, a satanás, mas mais concretamente,  “significa dizer “não” a uma cultura da morte, que se manifesta na fuga do real para uma falsa felicidade que se expressa nas mentiras, na fraude, na injustiça, no desprezo do outro. Para tudo isso, “não””:

“A vida nova que nos é dada no Batismo, e que tem como fonte o Espírito, rejeita um comportamento dominado por sentimentos de divisão e discórdia. Por isso que o apóstolo Paulo exorta a remover do seu coração “toda aspereza, desdém, ira, gritaria e insultos com todo tipo de maldade”. Isto é o que Paulo diz. Esses seis elementos ou vícios – desdém, ira, gritaria, maledicência e todo tipo de maldade – que perturbam a alegria do Espírito, envenenam o coração e levam a praguejar contra Deus e o próximo”.

 

Não basta não fazer o mal, é preciso fazer o bem

 

O Papa insiste que para ser bom cristão, não basta não fazer o mal, mas “é preciso aderir ao bem e fazer o bem”:

“Muitas vezes acontece de ouvir alguns que dizem: “Eu não faço mal a ninguém”. E acredita-se ser um santo. Não. Ok, mas você faz o bem? Quantas pessoas não fazem o mal, mas nem mesmo o bem, e sua vida acaba na indiferença, na apatia, na tibiez. Essa atitude é contrária ao Evangelho, e também é contrária ao caráter de vocês jovens, que por natureza são dinâmicos, apaixonados e corajosos”.

 

Francisco então, convida os jovens a repetirem juntos que “é bom não fazer o mal, mas é mal não fazer o bem”, uma frase que São Alberto Hurtado SJ costumava dizer.

 

Protagonistas no bem

 

Os jovens por fim, são exortados pelo Papa a serem “protagonistas no bem”:

“Não se sintam bem quando vocês não fazem o mal, não: não é suficiente; cada um é culpado pelo bem que poderia ter feito e não fez. Não basta não odiar, é preciso perdoar; não basta não ter rancor, devemos orar pelos inimigos; não basta não ser causa de divisão, é preciso levar a paz onde ela não existe; não basta não falar mal dos outros, é preciso interromper quando ouvimos falando mal de alguém. Parar as fofocas: isso é fazer o bem. Se não nos opomos ao mal, nós o alimentamos calando. É necessário intervir onde o mal se espalha; porque o mal se espalha onde não há cristãos ousados ​​que se opõem com o bem, “caminhando na caridade”, segundo a advertência de São Paulo.

 

Recordando que o muito que caminharam nestes dias os deixou em boa forma, Francisco exortou os jovens a caminharem na caridade, caminharem no amor:

“E caminhemos juntos rumo ao próximo Sínodo dos Bispos. Que a Virgem Maria nos sustente com sua intercessão materna, para que cada um de nós, a cada dia, com os fatos, possa dizer “não” ao mal e “sim” ao bem”.

 

Ouça o áudio da reportagem:

 

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

 

Fonte: Vatican News