Monthly Archives: março 2020

Gratidão, coragem, tribulação e louvor: as palavras do Papa para as vocações

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Gratidão, coragem, tribulação e louvor: as palavras do Papa para as vocações

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou esta terça-feira (24/03) a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Vocações 2020.

 

“As palavras da vocação”: este é o título da mensagem do Papa Francisco para o 57o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV Domingo da Páscoa, em 3 de maio.

 

Para “agradecer aos sacerdotes e apoiar o seu ministério”, o Pontífice escolheu a experiência de Jesus e Pedro durante a noite de tempestade no lago de Tiberíades e ressaltou quatro palavras-chave: gratidão, coragem, tribulação e louvor.

 

Para Francisco, a imagem desta travessia do lago sugere “a viagem da nossa existência”.

Mensagem Dia Mundial das Vocações 2020 - Foto: Vatican Media

Mensagem Dia Mundial das Vocações 2020 – Foto: Vatican Media

 

“De fato, o barco da nossa vida avança lentamente, sempre à procura de um local afortunado de atracagem, pronto a desafiar os riscos e as conjunturas do mar, mas desejoso também de receber do timoneiro a orientação que o coloque finalmente na rota certa. Às vezes, porém, é possível perder-se, deixar-se cegar pelas ilusões.”

 

Gratidão

 

Mas, na aventura desta travessia, o Evangelho diz que não estamos sós. O Senhor caminha sobre as águas e convida Pedro a vir ao encontro Dele. Assim, destaca o Papa, a primeira palavra da vocação é gratidão.

 

“A realização de nós mesmos e dos nossos projetos de vida não é o resultado matemático do que decidimos dentro do nosso «eu» isolado; pelo contrário, trata-se, antes de mais nada, da resposta a uma chamada que nos chega do Alto. É o Senhor que nos indica a margem para onde ir.”

 

Mais do que uma escolha nossa, recorda Francisco, a vocação é resposta a uma chamada gratuita do Senhor; por isso será possível descobri-la e abraçá-la quando o coração se abrir à gratidão e souber individuar a passagem de Deus pela nossa vida.

 

Coragem

 

Coragem é outra palavra selecionada pelo Papa. É a palavra que Jesus diz aos discípulos quando, incrédulos e assustados, O veem caminhar sobre as águas. A mesma incredulidade quando estamos para abraçar um estado de vida, que seja o matrimônio, o sacerdócio ordenado ou a vida consagrada.

 

Esta é a minha vocação? Estou no caminho certo? O Senhor pede isto a mim? Considerações, justificações e cálculos fazem perder o ímpeto e paralisam na margem de embarque.

 

“O Senhor sabe que uma opção fundamental de vida exige coragem. Ele conhece os interrogativos, as dúvidas e as dificuldades que agitam o barco do nosso coração e, por isso, nos tranquiliza: «Não tenhas medo! Eu estou contigo».”

 

Tribulação

 

Toda a vocação requer empenho e aqui entram em jogo as tribulações, que o Papa prefere chamar “fadigas”. Se nos deixarmos levar pelas responsabilidades que nos esperam ou pelas adversidades que surgirão, logo desviaremos o olhar de Jesus e, como Pedro, arriscamos naufragar.

 

Pelo contrário, exorta Francisco, a fé permite caminhar ao encontro do Senhor Ressuscitado e vencer as próprias tempestades. “Pois Ele estende-nos a mão, quando, por cansaço ou medo, corremos o risco de afundar e dá-nos o ardor necessário para viver a nossa vocação com alegria e entusiasmo.”

 

Louvor

 

Por fim, o louvor. Quando Jesus sobe para o barco, cessa o vento e aplacam-se as ondas. “É uma bela imagem daquilo que o Senhor realiza na nossa vida e nos tumultos da história, especialmente quando estamos em meio à tempestade.”

 

O Papa reconhece a fadiga, a solidão, o risco da monotonia que pouco a pouco apaga o fogo ardente da vocação e cita novamente as palavras de Cristo: “Coragem, não tenhais medo! Jesus está ao nosso lado (…) E então a nossa vida, mesmo no meio das ondas, abre-se ao louvor”.

 

O Pontífice então conclui:

“Caríssimos, especialmente neste Dia de Oração pelas Vocações, mas também na ação pastoral ordinária das nossas comunidades, desejo que a Igreja percorra este caminho ao serviço das vocações, para que cada um possa descobrir com gratidão a chamada que Deus lhe dirige, encontrar a coragem de dizer «sim», vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de louvor, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro.”

 

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Francisco reza pelos médicos e sacerdotes mortos na assistência aos doentes de coronavírus

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Francisco reza pelos médicos e sacerdotes mortos na assistência aos doentes de coronavírus

 

Na Missa da manhã desta terça-feira (24/03) na Casa Santa Marta o Papa agradeceu aos médicos, aos enfermeiros e aos sacerdotes comprometidos na assistência aos doentes de Covid-19: um exemplo de heroísmo. Na homilia, chamou a atenção para o pecado da preguiça

Papa Francisco Casa Santa Marta - Foto: Vatican Media

Papa Francisco Casa Santa Marta – Foto: Vatican Media

 

Na Missa na Casa Santa Marta esta terça-feira (24/03), o Papa rezou pelos profissionais da saúde e pelos sacerdotes que estão dando assistência aos doentes do coronavírus, colocando em risco a própria vida. Até hoje na Itália são 24 médicos mortos em sua atividade de assistência aos que foram atingidos pelo Covid-19. Quase cinco mil agentes de saúde foram contagiados. Cerca de 50 sacerdotes morreram por causa desta pandemia.  A seguir, as palavras do Santo Padre no início da celebração:

Recebi a notícia de que nestes dias faleceram alguns médicos, sacerdotes, não sei se algum enfermeiro, mas se contagiaram, foram contaminados porque estavam a serviço dos doentes. Rezemos por eles, por suas famílias, e agradeço a Deus pelo exemplo de heroísmo que nos dão na assistência aos doentes.

 

Na homilia, Francisco, comentando o Evangelho (Jo 5,1-16) em que Jesus cura um doente à beira da piscina de Betesda, ressaltou a periculosidade de um pecado particular: a preguiça. A seguir, o texto da homilia traduzida pelo Vatican News:

 

A liturgia de hoje nos faz refletir sobre a água, a água como símbolo de salvação, porque é um meio de salvação, mas a água é também um meio de destruição: pensemos no Dilúvio… Mas nestas leituras, a água é para a salvação. Na primeira leitura, aquela água que traz a vida, que saneia as águas do mar, uma água nova que saneia. E no Evangelho, a piscina, aquela piscina à qual iam os doentes, repleta de água, para curar-se, porque se dizia que de vez em quando as águas se moviam, como se fosse um rio, porque um anjo descia do céu e as movia, e o primeiro, ou os primeiros, que se atiravam na água eram curados. E muitos – como diz Jesus – muitos doentes, “ficavam em grande número enfermos, cegos, coxos, paralíticos”, ali, esperando a cura, que a água se movesse. Ali se encontrava um homem que estava doente há 38 anos. 38 anos ali, esperando a cura. Este, leva a pensar, não? É um pouco demasiado… porque quem quer ser curado dá um jeito para ter alguém que o ajude, faz alguma coisa, é um pouco ágil, inclusive um pouco astuto… mas este, 38 anos ali, a ponto que não se sabe se é doente ou morto… Jesus, vendo-o deitado, e sabendo a realidade, que estava muito tempo ali, lhe diz: “Queres ficar curado?” E a resposta é interessante: não diz que sim, se lamenta. Da doença? Não. O doente responde: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água é agitada. Quando estou chegando, outro entra na minha frente”. Um homem que sempre chega atrasado. Jesus lhe diz: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”. No mesmo instante, aquele homem ficou curado.

 

A atitude deste homem leva-nos a pensar. Estava doente? Sim, talvez, tinha alguma paralisia, mas parece que pudesse caminhar um pouco. Mas estava doente no coração, estava doente na alma, estava doente de pessimismo, estava doente de tristeza, era doente de preguiça. Esta é a doença deste homem: “Sim, quero viver, mas…”, estava ali. Mas a resposta é: “Sim, quero ser curado!”? Não, é lamentar-se: “São os outros que chegam primeiro, sempre os outros”. A resposta à oferta de Jesus para curar é uma lamentação contra os outros. E assim, 38 anos lamentando-se dos outros. E não fazendo nada para curar-se.

 

Era um sábado: ouvimos o que os doutores da Lei fizeram. Mas a chave é o encontro com Jesus, depois. Encontrou-o no Templo e lhe disse: “Eis que estás curado. Não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior”. Aquele homem estava em pecado, mas não estava ali porque tinha feito algo grave, não. O pecado de sobreviver e lamentar-se da vida dos outros: o pecado da tristeza que é a semente do diabo, daquela incapacidade de tomar uma decisão sobre a própria vida, mas sim, olhar a vida dos outros para lamentar-se. Não para criticá-los: para lamentar-se. “Eles chegam primeiro, eu sou vítima desta vida”: as lamentações, estas pessoas respiram lamentações.

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Se fizermos uma comparação com o cego de nascença que ouvimos domingo passado: com quanta alegria, com quanta decisão reagiu à sua cura, e também com quanta decisão foi discutir com os doutores da Lei”. Este somente foi e informou: “sim, é este”, Ponto. Sem compromisso com a vida… Faz-me pensar em muitos de nós, em muitos cristãos que vivem este estado de preguiça, incapacidade de fazer alguma coisa, mas lamentando-se de tudo. E a preguiça é um veneno, é uma neblina que circunda a alma e não a deixa viver. E também, é uma droga porque se você experimenta mais vezes, acaba gostando. E você acaba se tornando um “triste-dependente”, um “preguiça-dependente”… É como o ar. E esse é um pecado bastante comum entre nós: a tristeza, a preguiça, não digo a melancolia, mas se aproxima.

 

E nós fará bem reler este capítulo 5º de João para ver como é esta doença na qual podemos cair. A água é para salvar-nos. “Mas eu não posso salvar-me” – “Por qual motivo?” – “Por que a culpa é dos outros”. E permaneço 38 anos ali… Jesus me curou: não se vê a reação dos outros que são curados, que tomam o leito e dançam, cantam, agradecem, contam ao mundo inteiro? Não: segue adiante. Os outros lhe dizem que não se deve fazer, diz: “Mas aquele que me curou me disse que sim”, e vai segue adiante. E depois, ao invés de ir até Jesus, agradecer-lhe e tudo, informa: “Foi aquele”. Uma vida cinzenta, mas cinzenta deste espírito mau que é a preguiça, a tristeza, a melancolia.

 

Pensemos na água, a água que é símbolo da nossa força, da nossa vida, a água que Jesus usou para regenerar-nos, o Batismo. E pensemos também em nós, se alguém de nós corre o perigo de deslizar nesta preguiça, neste pecado neutral: o pecado do neutro é este, nem branco nem preto, não se sabe o que é. E este é um pecado que o diabo pode usar para aniquilar a nossa vida espiritual e também a nossa vida de pessoas. Que o Senhor nos ajude a entender como este pecado é feio e maligno.

 

Por fim, o Santo Padre terminou a celebração com a adoração e a bênção eucarística, convidando a fazer a Comunhão espiritual. A seguir, a oração recitada pelo Papa:

Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós!

 

Médicos, enfermeiros, sacerdotes: exemplos de heroísmo

 

 

Fonte: Vatican News

 

O Papa sobre a pandemia: diante de Deus todos nós somos filhos, sairemos dela juntos

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O Papa sobre a pandemia: diante de Deus todos nós somos filhos, sairemos dela juntos

 

Colóquio de Francisco com o jornal italiano La Stampa: “A oração nos faz compreender a nossa vulnerabilidade”, mas o Senhor “nos transmite força e proximidade”.

 

“Aqui se chora e se sofre. Todos. Só podemos sair desta situação juntos, como uma humanidade inteira”. Portanto, devemos “olhar para o outro com espírito de solidariedade” e nos comportarmos de consequência. Foi o que disse Francisco numa conversa com o vaticanista do jornal italiano La Stampa, Domenico Agasso.

Papa Francisco - Foto: Vatican Media

Papa Francisco – Foto: Vatican Media

 

Sobre este momento, o Papa diz que deve ser vivido “com penitência, compaixão e esperança. E humildade, porque muitas vezes esquecemos que na vida existem “áreas escuras”, os momentos escuros. Pensamos que eles só podem ocorrer a outras pessoas. Em vez disso, desta vez está escuro para todos, ninguém excluído. É marcado pela dor e pelas sombras que entraram na nossa casa. É uma situação diferente daquelas que vivemos. Também porque ninguém se pode dar ao luxo de estar tranquilo, todos partilham estes dias difíceis”.

 

A Quaresma, explica o Pontífice, “com a oração e o jejum, nos treina a olhar com solidariedade para os outros, especialmente para aqueles que sofrem”, esperando o brilho daquela luz que iluminará tudo e todos novamente”. Sobre o tema da oração, Francisco acrescenta: “Vem-me em mente os Apóstolos na tempestade que invocam Jesus: “Mestre, estamos nos afogando”. A oração faz-nos compreender a nossa vulnerabilidade. É o grito dos pobres, dos que estão se afundando, dos que se sentem em perigo, sozinhos. E numa situação difícil e desesperada, é importante saber que existe o Senhor a quem nos podemos agarrar”. E Deus “nos apoia de muitas maneiras”. Ele nos dá força e proximidade, como fez com os discípulos que na tempestade pediam ajuda. Ou quando deu Sua mão a Pedro que estava se afogando”.

 

O Papa não quer fazer distinções “entre crentes e não-crentes”. Somos todos humanos e, como homens, estamos todos no mesmo barco. E nenhuma coisa humana deve ser estranha para um cristão. Aqui choramos porque sofremos. Todos nós. Há em comum a humanidade e o sofrimento. Ajuda-nos a sinergia, a colaboração mútua, o senso de responsabilidade e o espírito de sacrifício que é gerado em tantos lugares. Não devemos fazer diferença entre crentes e não-crentes, vamos à raiz: a humanidade. Diante de Deus somos todos filhos”.

 

Francisco falou então da solidão daqueles que morrem sem o conforto de seus familiares: “Nestes dias, contaram-me uma história que me tocou e me entristeceu, também porque representa o que está ocorrendo nos hospitais. Uma senhora idosa compreendeu que estava morrendo e queria despedir-se dos seus entes queridos: a enfermeira pegou o celular e fez uma videochamada para a neta, assim a senhora idosa viu o rosto da neta e pôde partir com este consolo. É necessidade última ter uma mão que segura a sua mão, necessidade de um gesto final de companhia. E muitas enfermeiras e enfermeiros acompanham este desejo extremo com os ouvidos, escutando a dor da solidão, segurando a mão. A dor daqueles que partiram sem se despedir torna-se uma ferida no coração daqueles que ficaram. Agradeço a todos estes enfermeiros e enfermeiras, médicos e voluntários que, apesar do cansaço extraordinário, se inclinam com paciência e bondade de coração, para suprir a ausência obrigada dos familiares”.

 

Falando das consequências para o nosso futuro, o Papa disse que o que está acontecendo servirá para “lembrar aos homens de uma vez por todas que a humanidade é uma única comunidade”. E como é importante, decisiva, a fraternidade universal. Devemos pensar que será um pouco, um pós-guerra. Não haverá mais “o outro”, mas seremos “nós”. Porque nós só podemos sair desta situação juntos. Devemos olhar ainda mais para as raízes: os avós, os idosos. Construir uma verdadeira fraternidade entre nós. Recordar esta experiência difícil que todos nós vivemos juntos. E seguir em frente com esperança, que nunca decepciona. Estas serão as palavras-chave para recomeçar: raízes, memória, fraternidade e esperança”.

 

Silvonei José – Vatican News

Fonte: Vatican News

Papa: tudo parece vacilar. O Terço nos mantém firmes naquilo que realmente conta

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Papa: tudo parece vacilar. O Terço nos mantém firmes naquilo que realmente conta

 

O Papa Francisco se uniu espiritualmente aos fiéis que, às 21h locais (17h em Brasília), rezaram o Terço a convite dos bispos italianos, em meio à emergência provocada pelo coronavírus. O Papa exorta todos à esperança e ao exercício da proximidade em família, através da compreensão, da paciência e do perdão. O Pontífice invoca São José para que proteja a Itália

 

Nesta situação inédita, em que tudo parece vacilar, ajudemo-nos a permanecer unidos naquilo que realmente conta.

Papa Francisco com o terço - Foto: Vatican Media

Papa Francisco com o terço – Foto: Vatican Media

 

Foi o que disse o Papa Francisco numa videomensagem aos fiéis na Itália e de todo o mundo, inclusive do Brasil, ao aderir à iniciativa dos bispos italianos de rezar o Terço na noite de quinta-feira, para pedir o fim da pandemia de coronavírus.

 

O Terço, a oração dos humildes e dos santos

 

A iniciativa da Conferência Episcopal Italiana, observa Francisco, é a mesma que tantos bispos nesses dias dirigiram aos fiéis de suas dioceses, buscando “amparar com sua palavra a esperança e a fé” do povo. O Pontífice então descreve assim a oração da Ave-Maria, repetida 50 vezes, recomendada pela própria Virgem:

A oração do Terço é a oração dos humildes e dos santos que, nos seus mistérios, com Maria contemplam a vida de Jesus, rosto misericordioso do Pai. E quanta necessidade todos temos de ser realmente consolados, de nos sentir envolvidos pela sua presença de amor!

 

A compreensão e o perdão em família

 

É na relação com os outros, diz ainda o Papa, que nós experimentamos a verdade desta presença, e num momento como este em que os outros são “os familiares mais íntimos”, Francisco convida a fazer-se “próximo um do outro, exercitando nós por primeiro a caridade, a compreensão, a paciência e o perdão”. Alargando o coração para que “o outro possa sempre encontrar disponibilidade e acolhimento”. E prossegue:

Esta noite rezemos unidos, confiemo-nos à intercessão de São José, Protetor da Sagrada Família, Protetor de todas as nossas famílias. Também o carpinteiro de Nazaré conheceu a precariedade e a amargura, a preocupação pelo amanhã; mas soube caminhar na escuridão de alguns momentos, deixando-se guiar sempre, sem reservas, pela vontade de Deus.

 

A invocação do Papa a São José

 

A mensagem de Francisco prossegue com uma súplica ao esposo de Maria, de quem a Igreja celebra hoje a Solenidade. Eis as suas palavras:

 

Protegei, Santo Defensor, este nosso País.

 

Iluminai os responsáveis pelo bem comum, para que saibam – como vós – cuidar das pessoas confiadas à responsabilidade deles.

 

Concedei a inteligência da ciência àqueles que procuram meios adequados para a saúde e o bem físico dos irmãos.

 

Sustentai aqueles que se dedicam aos necessitados: os voluntários, os enfermeiros, os médicos, que estão na linha de frente no tratamento dos doentes, mesmo à custa da própria incolumidade.

 

Abençoai, São José, a Igreja: a partir de seus ministros, fazei-a sinal e instrumento da vossa luz e da vossa bondade.

 

Acompanhai, São José, as famílias: com o vosso silêncio orante, construí a harmonia entre os pais e os filhos, de modo particular os mais pequeninos.

 

Preservai os anciãos da solidão: fazei que ninguém seja deixado no desespero do abandono e do desencorajamento.

 

Consolai quem é mais frágil, encorajai quem vacila, intercedei pelos pobres.

 

Com a Virgem Mãe, suplicai ao Senhor para que liberte o mundo de toda forma de pandemia.

 

 

Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

 

Arquidiocese de Salvador divulga novas orientações aos fiéis para a prevenção contra o novo coronavírus

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Arquidiocese de Salvador divulga novas orientações aos fiéis para a prevenção contra o novo coronavírusLogo Arquidiocese sem fundo

 

17 de março de 2020

 

Coronavírus: Fé e Comportamento adequado

 

“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mateus 28, 20).

 

Estamos vivendo momentos particularmente difíceis por causa do novo coronavírus (Covid-19). Mais do que nunca, precisamos acreditar na presença do Senhor em nossa vida. É verdade que, por vezes, precisamos andar “pelo vale tenebroso” (Salmo 23/22,4). Mas também ali “nenhum mal eu temerei”. É especialmente em situações assim que Jesus nos convida a irmos ao seu encontro: “Vinde a mim, vós que estais aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11,28). O mundo encontra-se aflito; todos nós estamos sobrecarregados. Com mais razão, pois, somos chamados a buscar refúgio em seu Coração manso e humilde.

 

As autoridades sanitárias estão fazendo proibições e nos alertando para a necessidade de tomarmos decisões difíceis e necessárias. Precisamos estar atentos a isso, pois é a vida, a nossa e a de multidões, que está em jogo. Como cristãos, somos cidadãos do mundo. O sofrimento de cada irmão é nosso sofrimento. Fazemos parte de uma grande família. A atenção de Jesus pelos mais fracos e necessitados deve ser a nossa atenção.

 

Em nossa Arquidiocese, já tomamos algumas medidas, simples e necessárias, sobretudo nas celebrações eucarísticas: omitir o abraço da paz, não dar as mãos na oração do Pai Nosso e, ao comungar, receber a hóstia na mão. E, diante das orientações dos organismos responsáveis pela saúde pública e dos decretos municipal e estadual, fazemos saber as orientações da Arquidiocese, que devem ser observadas por todos os fiéis:

 

  1. Ficam suspensas, até o dia 02 de abril p.v., as atividades em todas as paróquias, inclusive as celebrações eucarísticas e outros sacramentos (“24 horas para o Senhor”, Festas de Padroeiros, mutirão de confissões, Via-Sacra e outras manifestações da religiosidade popular);

 

  1. Durante este período, a Sagrada Comunhão e a unção para os enfermos ficarão suspensos, ficando a cargo do sacerdote discernir os casos especiais;

 

  1. As igrejas e capelas ficarão abertas para o cuidado com os fiéis, inclusive os serviços das secretarias;

 

  1. Recomenda-se aos sacerdotes celebrar a missa pelo povo e fazer o esforço em transmiti-la, via redes sociais e/ou plataformas digitais, tendo em vista a manutenção da fé de sua comunidade paroquial;

 

  1. Incentivar a espiritualidade e a convivência familiar, por meio dos exercícios espirituais (Leitura orante da Palavra, Via Sacra, Rosário e devoções piedosas à Virgem Maria etc.);

 

  1. Para a Celebração do Tríduo Pascal serão enviadas, em tempo hábil, novas recomendações.

 

  1. Recordamos aos idosos, aos diabéticos, aos hipertensos e a todos os que têm doenças crônicas, incluindo seus cuidadores, que devem tomar especiais cuidados, inclusive, evitando participar de celebrações religiosas, nas quais correriam grandes riscos. Através da televisão, do rádio ou das redes sociais poderão acompanhar celebrações eucarísticas ou outras, fazendo a comunhão espiritual (por desejo), sem prejuízo para o preceito dominical.

Reiteramos o atencioso cuidado com as mãos (lavando-as cuidadosamente e com frequência, ou usar álcool gel 70%), evitar aglomerações, manter distância dos outros de um metro e meio, ter cuidados especiais ao tossir, sair de casa o menos possível, evitar encontros com mais de 50 pessoas, conforme os decretos públicos.

 

A partir de agora, maior será o tempo em que precisaremos ficar sozinhos. Aproveitemos essa oportunidade para escutar o Senhor (“Escuta, Israel!” – Dt 6,4), para ler sua Palavra e lhe responder por uma oração que seja um verdadeiro grito de socorro. Com o Rosário, poderemos, conduzidos por Nossa Senhora, percorrer diversos momentos da vida de seu Filho. Com a possibilidade de nossas igrejas ficarem abertas, cada um poderá escolher momentos adequados para uma visita ao Santíssimo, lembrados de que “O Mestre está aí e te chama” (Jo 11, 28).

 

Somos chamados a manter distância dos outros, mas nossos corações devem estar unidos aos dos irmãos e irmãs pela oração e por gestos de amor. Rezemos particularmente pelos que sofrem por causa do novo coronavírus, pelos médicos e enfermeiros que atendem os enfermos e por todos os que trabalham para conter a propagação desse vírus.

 

Diante dos compromissos financeiros das paróquias, nos confiamos à compreensão dos fiéis na manutenção da fidelidade ao Dízimo, a fim de que os compromissos paroquiais, inclusive a ajuda aos necessitados, possam ser assegurados.

 

Deus sempre nos ensina, também através das provações. Diante de inúmeras notícias de pessoas infectadas ou falecidas, não estará Ele querendo que reflitamos mais sobre a morte e a vida eterna? Afinal, “não temos aqui morada permanente” (Hb 13,14). A morte de tantos irmãos e irmãs nos lembram o sentido da vida e a nossa vocação eterna. Afinal, Deus nos criou para Si e deseja que vivamos eternamente glorificando a Santíssima Trindade. Esse pensamento, longe de nos alienar, nos fará ter, como Santa Dulce dos Pobres, um olhar atento aos necessitados que nos cercam.

 

Unidos em torno do Papa Francisco, rezemos:

 

Ó Maria, tu sempre brilhas em nosso caminho como sinal de salvação e esperança. Nós nos entregamos a ti, Saúde dos Enfermos, que na Cruz foste associada à dor de Jesus, mantendo firme a tua fé. Tu, Salvação do povo cristão, sabes do que precisamos e temos a certeza de que garantirás, como em Caná da Galileia, que a alegria e a celebração possam retornar após este momento de provação. Ajuda-nos, Mãe do Divino Amor, a nos conformarmos com a vontade do Pai e a fazer o que Jesus nos disser. Ele que tomou sobre si nossos sofrimentos e nossas dores para nos levar, através da Cruz, à alegria da Ressurreição. Amém. (Papa Francisco, 11.03.2020).

 

Com nossos irmãos do início do cristianismo, rezemos:

 

Sob a tua proteção, buscamos refúgio, Santa Mãe de Deus. Não desprezes as nossas súplicas, nós que estamos na provação, e livra-nos de todo perigo, Virgem gloriosa e abençoada. Amém!

 

Salvador, Reunião Geral do Clero, 17 de março de 2020.

Dom Murilo S.R. Krieger, scj

Administrador Apostólico da Arquidiocese de São Salvador da Bahia

 

O Papa: rezo pelos anciãos que se encontram sozinhos e no medo

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O Papa: rezo pelos anciãos que se encontram sozinhos e no medo

 

Que o Senhor esteja próximo e dê força aos nossos avôs e avós. Francisco ofereceu por esta intenção a Missa da manhã desta terça-feira /17/03) celebrada via streaming da Casa Santa Marta. E convidou a saber perdoar sempre, de coração

 

O coração do Papa é um coração que olha para todos, a cada dia para alguém de modo particular. Francisco dedicou a Missa na Casa Santa Marta, na manhã desta terça-feira (17/03), aos anciãos que em tempo de restrições devido ao coronavírus estão entre aqueles que mais do que outros sofrem a distância dos entes queridos.

Papa celebrando na Casa Santa Marta na 17/03 - Foto: Vatican Media

Papa celebrando na Casa Santa Marta na 17/03 – Foto: Vatican Media

 

Gostaria que hoje rezássemos pelos anciãos que sofrem este momento de modo particular, com uma solidão interna (interior) muito grande e por vezes com tanto medo. Peçamos ao Senhor que esteja próximo dos nossos avôs, nossas avós, de todos os anciãos e lhes dê a força. Eles nos deram a sabedoria, a vida, a história. Também nós nos fazemos próximos deles com a oração.

 

A homilia é inspirada no Evangelho e no tema do perdão que leva Pedro a perguntar a Jesus quantas vezes é lícito perdoar os outros. Não é fácil, reconheceu Francisco, que recordou que tem “pessoas que vivem condenando pessoas”. Mas aquilo que Deus almeja, afirmou, é a “ser magnânimos” a “perdoar, perdoar de coração”. A seguir, o texto da homilia transcrita pelo Vatican News:

Jesus vem fazer uma catequese sobre a unidade dos irmãos e acaba por fazer uma bonita palavra: Asseguro-lhes que se dois, dois ou três de vocês, chegarem a um acordo e pedirem uma graça, lhes será concedida”. A unidade, a amizade, a paz entre os irmãos atrai a benevolência de Deus. E Pedro fez a pergunta: “Sim, mas o que devemos fazer com as pessoas que nos ofendem? Se meu irmão comete culpas contra mim, me ofende, quantas vezes deverei perdoá-lo? Sete vezes?” E Jesus responde com aquela palavra que significa, no idioma deles, “sempre”: “Setenta vezes sete”. Sempre se deve perdoar. E não é fácil perdoar. Porque o nosso coração egoísta é sempre apegado ao ódio, às vinganças, aos rancores. Todos vimos famílias destruídas pelos ódios familiares que passam de geração em geração. Irmãos que, diante do caixão de um dos pais, não se saúdam porque levam adiante rancores antigos. Parece que o apegar-se ao ódio seja mais forte do que o apegar-se ao amor e este é propriamente o tesouro – digamos assim – do diabo. Ele se agacha sempre entre nossos rancores, entre nossos ódios e os faz crescer, os mantém ali para destruir. Destrói tudo. E muitas vezes, por coisas pequenas, destrói. E também se destrói este Deus que não veio para condenar, mas para perdoar. Este Deus que é capaz de fazer festa por um pecador que se aproxima e esquece tudo. Quando Deus perdoa, esquece todo o mal que fizemos. Alguém dirá: “É a doença de Deus”. Não tem memória, é capaz de perder a memória, nestes casos. Deus perde a memória das histórias feias de tantos pecadores, dos nossos pecados. Perdoa-nos e segue adiante. Pede-nos apenas: “Faça o mesmo: aprenda a perdoar”, não levar adiante esta cruz não fecunda do ódio, do rancor, do “você vai me pagar”. Essa palavra não é nem cristã nem humana. A generosidade de Jesus que nos ensina que para entrar no céu devemos perdoar. Aliás, nos diz: “Você vai à Missa?” – “Sim” – “Mas se quando vai à Missa você se recorda que seu irmão tem algo contra você, primeiro, não venha a mim com o amor por mim numa mão e o ódio ao o irmão na outra”. Coerência de amor. Perdoar. Perdoar de coração. Tem pessoas que vivem condenado pessoas, falando mal das pessoas, continuamente difamando seus companheiros de trabalho, difamando os vizinhos, os parentes, porque não perdoam uma coisa que lhe fizeram, ou não perdoam uma coisa que não lhe agradou. Parece que a riqueza própria do diabo seja esta: semear o amor ao não-perdoar, viver apegados ao não-perdoar. E o perdão é condição para entrar no céu.

 

A parábola que Jesus nos conta é muito clara: perdoar. Que o Senhor nos ensine esta sabedoria do perdão que não é fácil. E façamos uma coisa: quando formos confessar, formos receber o sacramento da reconciliação, antes perguntemo-nos: “Eu perdoo?” Se eu sinto que não perdoo, não faça finta de pedir perdão, porque não será perdoado. Pedir perdão significa perdoar. Ambos estão juntos. Não podem separar-se. E aqueles que pedem perdão para si como este senhor, a quem o patrão perdoa tudo, mas não perdoam os outros, acabarão como este senhor. “Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração”.

 

Que o Senhor nos ajude a entender isto e a abaixar a cabeça, a não ser soberbos, a ser magnânimos no perdão. Ao menos a perdoar “por interesse”. Como é possível? Sim: perdoar, porque se eu não perdoo, não serei perdoado. Ao menos isso. Mas sempre o perdão.

 

Papa reza pelos idosos

 

 

Fonte: Vatican News

 

Arquidiocese conclama fiéis para que se unam em oração contra o coronavírus

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Arquidiocese conclama fiéis para que se unam em oração contra o coronavírus

 

Diante da pandemia que se alastra pelo mundo, católicos de diferentes continentes estão unidos em oração contra o coronavírus (Covid – 19). Confira, abaixo, as orações indicadas para este momento:

 

Oração do Papa Francisco (11 de março de 2020)

 

Ó Maria, tu sempre brilhas em nosso caminho como sinal de salvação e esperança. Nós nos entregamos a ti, Saúde dos Enfermos, que na Cruz foste associada à dor de Jesus, mantendo firme a tua fé. Tu, Salvação do povo cristão, sabes do que precisamos e temos a certeza de que garantirás, como em Caná da Galileia, que a alegria e a celebração possam retornar após este momento de provação. Ajuda-nos, Mãe do Divino Amor, a nos conformarmos com a vontade do Pai e a fazer o que Jesus nos disser. Ele que tomou sobre si nossos sofrimentos e tomou sobre si nossas dores para nos levar, através da Cruz, à alegria da Ressurreição.

Amém.

 

Oração que está sendo rezada na Europa, proposta pela Conferência Nacional Européia (aqui, adaptada ao Brasil)

 

Deus Pai, criador do mundo, todo poderoso e misericordioso, que por amor nos enviaste o Teu Filho como médico das almas e dos corpos, olha para os teus filhos e filhas que neste difícil momento de preocupação e sofrimento em muitas regiões do Brasil e do mundo recorrem a Ti em busca de força, salvação e alívio!

 

Liberta-nos da enfermidade e do medo, cura os nossos doentes, consola suas famílias, dá sabedoria aos nossos governantes, energia e recompensa aos médicos, enfermeiros e voluntários, e vida eterna aos falecidos.

 

Não nos abandone neste momento de prova e liberta-nos de todo o mal.

 

Pedimos isso a Ti, ó Pai, que com Jesus Cristo, Teu Filho, e o Espírito Santo, vives e reinas pelos séculos dos séculos.

Amém.

 

Nossa Senhora, saúde dos enfermos e Mãe da esperança, roga por nós!

 

Oração do segundo século do cristianismo

Imagem capturada do Instagram da Arquidiocese de São Salvador da Bahia

Imagem capturada do Instagram da Arquidiocese de São Salvador da Bahia

 

Sob a tua proteção, buscamos refúgio, Santa Mãe de Deus. Não desprezes as nossas súplicas, nós que estamos na provação, e livra-nos de todo perigo, Virgem gloriosa e abençoada. Amém!

 

13 de março de 2020

Fonte: Arquidiocese de São Salvador

O Papa: Deus ajude as famílias a reencontrar verdadeiros afetos neste tempo difícil

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O Papa: Deus ajude as famílias a reencontrar verdadeiros afetos neste tempo difícil

 

Na Missa na Casa Santa Marta, esta segunda-feira (16/03), Francisco continua rezando pelos doentes e dirige um novo pensamento às famílias nesta situação caracterizada pela doença do coronavírus. Na homilia ressalta a necessidade de acolher a simplicidade de Deus para não cair na soberba

 

O Papa Francisco celebra a missa via streaming da Casa Santa Marta também esta semana para manifestar a sua proximidade aos fiéis que não podem participar da Eucaristia devido à emergência coronavírus. Na manhã desta segunda-feira (16/03), introduzindo a celebração, continuou rezando pelos doentes e as famílias.

Papa celebrando na Casa Santa Marta na 16/03 - Foto: Vatican Media

Papa celebrando na Casa Santa Marta na 16/03 – Foto: Vatican Media

 

“Continuemos rezando pelos doentes. Penso nas famílias, fechadas em casa, as crianças que não vão à escola, os pais que talvez não possam sair; alguns estarão em quarentena. Que o Senhor os ajude a descobrir novos modos, novas expressões de amor, de convivência nesta nova situação. É uma ocasião bela para reencontrar os verdadeiros afetos com uma criatividade na família. Rezemos pela família, para que as relações na família neste momento floresçam sempre para o bem.”

 

Na homilia, Francisco comentou as leituras do dia, extraídas do segundo Livro dos Reis (2 Re 5, 1-15) e do Evangelho de Lucas (Lc 4, 24-30). A seguir, o texto da homilia transcrita pelo Vatican News:

Em ambos os textos que hoje a Liturgia nos leva a meditar, há uma atitude que chama a atenção, uma atitude humana, mas não de bom espírito: a indignação. Este povo de Nazaré começou a ouvir Jesus, gostava de como Ele falava, mas depois alguém disse: “Mas este aí estudou em qual universidade? Este é o filho de Maria e José, este é o carpinteiro! O que vem nos dizer?” E o povo se indignou. Entram nesta indignação. E essa indignação os leva à violência. E aquele Jesus que admiravam no início da pregação é lançado fora da cidade, para jogá-lo do alto do monte. Também Naamã, que era um homem bom, inclusive aberto à fé, mas quando o profeta lhe manda banhar-se no Jordão, se indigna. Mas como é possível? “Eu pensava que ele viria em pessoa, e, diante de mim, invocaria o Senhor, seu Deus, poria a mão no lugar infectado e me curaria da lepra. Porventura os rios de Damasco, o Abana e o Farfar, não são melhores que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles e ficar limpo? E, voltando-se, retirou-se encolerizado”. Com indignação.

 

Também em Nazaré há pessoas boas; mas o que há por trás destas boas pessoas que as leva a essa atitude de indignação? E em Nazaré pior: a violência. Quer as pessoas da Sinagoga de Nazaré, quer Naamã pensavam que Deus se manifestasse somente no extraordinário, nas coisas fora do comum; que Deus não podia agir nas coisas comuns da vida, na simplicidade. Indignavam-se do simples. Eles se indignavam, desprezavam as coisas simples. E o nosso Deus nos faz entender que ele age sempre na simplicidade: na simplicidade, na casa de Nazaré, na simplicidade do trabalho de todos os dias, na simplicidade da oração… As coisas simples. Ao invés, o espírito mundano nos leva à vaidade, às aparências e ambas acabam na violência: Naamã era muito educado, mas bate a porta diante do profeta e vai embora. A violência, um gesto de violência. O povo da sinagoga começa a esquentar-se, a esquentar-se, e toma a decisão de assassinar Jesus, mas inconscientemente, e o expulsam para jogá-lo do monte abaixo. A indignação é uma tentação feia que leva à violência.

 

Dias atrás, me mostraram num celular, um vídeo da porta de um prédio em quarentena. Havia uma pessoa, um senhor jovem, que queria sair. E o guarda lhe disse que não podia. E ele reagiu com socos, com uma indignação, com um desprezo. “Mas quem é você, ‘negro’, para impedir que eu saia?” A indignação é a atitude dos soberbos, mas dos soberbos pobres, dos soberbos com uma pobreza de espírito feia, dos soberbos que vivem somente com a ilusão de ser mais do que aquilo que são. É uma estratificação espiritual, o povo que se indigna: aliás, muitas vezes essa gente precisa indignar-se, indignar-se para se sentir pessoa.

Isso pode acontecer também conosco: “o escândalo farisaico”, chamam-no os teólogos, escandalizar-me de coisas que são a simplicidade de Deus, a simplicidade dos pobres, a simplicidade dos cristãos como, para dizer: “Mas isso não é Deus. Não, não. O nosso deus é mais culto, é mais sábio, é mais importante. Deus não pode agir nesta simplicidade”. E sempre a indignação leva-o à violência; quer à violência física, quer à violência das fofocas, que mata como a violência física.

 

Pensemos nessas duas passagens: a indignação do povo na sinagoga de Nazaré e a indignação de Naamã, porque não entendiam a simplicidade do nosso Deus.

 

 

Fonte: Vatican News

Divulgada a data da posse do novo Arcebispo da Arquidiocese de Salvador

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Divulgada a data da posse do novo Arcebispo da Arquidiocese de Salvador

 

O Cardeal Dom Sergio da Rocha, nomeado pelo Papa Francisco como Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil na última quarta-feira (11), tomará posse na Arquidiocese de Salvador em 5 de junho de 2020, às 19h, na Catedral Metropolitana Transfiguração do Senhor (Catedral Basílica). Dom Sergio será o 28º Arcebispo da Sede Primacial da Igreja no Brasil e, até o dia da posse, Dom Murilo segue como administrador apostólico, passando a ser Arcebispo Emérito nesta mesma data.

 

Cardeal Dom Sérgio da Rocha - Foto: Felipe Rodrigues / Arquidiocese de Brasília

Cardeal Dom Sérgio da Rocha – Foto: Felipe Rodrigues / Arquidiocese de Brasília

Papa Francisco nomeia o Cardeal Dom Sergio da Rocha como Arcebispo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia

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Papa Francisco nomeia o Cardeal Dom Sergio da Rocha como Arcebispo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia

 

Na manhã desta quarta-feira, 11 de março, o Papa Francisco anunciou o nome Cardeal Dom Sergio da Rocha como o novo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, sucedendo o atual Arcebispo, Dom Murilo Krieger. Dom Sergio será o 28º Arcebispo da Sede Primacial da Igreja no Brasil e, a partir de hoje até o dia da posse, Dom Murilo passa a ser o administrador apostólico da Arquidiocese de Salvador.

 

Nomeação Dom Sérgio

 

Nascido em Dobrada, no estado de São Paulo, no dia 17 de outubro de 1959, Dom Sergio recebeu a Ordenação Diaconal na Igreja Santa Cruz de Matão (SP), no dia 18 de agosto de 1984. No mesmo ano, em 14 de dezembro, recebeu a Ordenação Presbiteral na Matriz da Paróquia Senhor Bom Jesus de Matão (SP), na Diocese de São Carlos. Dom Sergio da Rocha foi nomeado como bispo auxiliar da Arquidiocese de Fortaleza (CE) em 13 de junho de 2001; e em 11 de agosto do mesmo ano recebeu a Ordenação Episcopal, assumindo como lema “Omnia in caritate” (Tudo na Caridade – 1Cor 16, 14).

 

O Cardeal é mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, em 1997. Trabalhou como diretor espiritual, professor e reitor do seminário diocesano de Filosofia de São Carlos, exercendo as mesmas funções também no seminário de Teologia da diocese. Desempenhou, também, na diocese de São Carlos, as seguintes funções pastorais: assessor da Pastoral da Juventude, coordenador Diocesano de Pastoral, da Pastoral Vocacional, da Escola de Agentes de Pastoral. Foi vigário paroquial das paróquias Nossa Senhora de Fátima e Catedral, reitor da Igreja São Judas Tadeu e pároco de Água Vermelha e de Santa Eudóxia.

 

Foi ainda professor de Teologia Moral na pontifícia universidade Católica de Campinas (1989-2001) e colaborou em Porto Velho (RO), no Projeto Missionário Sul I / Norte I e na Escola de Teologia Pastoral de São Luiz de Montes Belos (GO), Igreja Irmã da Diocese de São Carlos.

 

Em 31 de janeiro de 2007, foi nomeado pelo Papa Bento XVI como arcebispo coadjutor da Arquidiocese de Teresina (PI), iniciando o pastoreio em 30 de março de 2007 e, pouco mais de um ano depois, em 3 de setembro de 2008, assumiu a Arquidiocese como Arcebispo Metropolitano.

 

No dia 15 de junho de 2011 foi nomeado pelo Papa Bento XVI, Arcebispo Metropolitano de Brasília, tendo sido acolhido na Catedral Metropolitana em 6 de agosto de 2011. Entre suas atividades se destacam a atuação como membro da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, de 2007 a 2011, como presidente da Comissão Episcopal para Doutrina da Fé, de 2011 a 2015. Dom Sérgio também foi presidente do departamento de Vocações e Ministérios do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) de 2007 a 2011. Ele representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na XIII Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização de 2012 e na XIV Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Família.

 

Foi criado cardeal pelo Papa Francisco no Consistório realizado na Basílica de São Pedro, em 19 de novembro de 2016, recebendo o título da Basílica de Santa Cruz na Via Flaminia, em Roma. O cardeal foi presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de 2015 a 2019 e relator geral da XV Assembleia dos Bispos, de 2018, que tratou do tema da juventude. Desde 2011 é o Arcebispo de Brasília e é, também, membro do Conselho da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos (Vaticano) e da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL) e da Congregação para o Clero (Vaticano).

 

Fonte: Arquidiocese de São Salvador da Bahia