Monthly Archives: março 2020

MENSAGEM DE DOM SERGIO PARA A ARQUIDIOCESE DE SALVADOR

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MENSAGEM DE DOM SERGIO PARA A ARQUIDIOCESE DE SALVADOR

 

Queridos irmãos e irmãs da Arquidiocese de Salvador,

 

Envio esta mensagem fraterna a todos, neste dia da minha nomeação, resumindo tantas coisas que gostaria de dizer-lhes em três palavras, que expressam bem os meus sentimentos: agradecer, amar e servir.

Cardeal Dom Sergio da Rocha - Foto: Arquidiocese de Brasília

Cardeal Dom Sergio da Rocha – Foto: Arquidiocese de Brasília

 

AGRADECER. Em primeiro lugar, venho agradecer a Deus, que sempre nos surpreende com seu amor imenso, a ele confiando a nova missão que estou recebendo, na certeza de contar sempre com a sua graça. Manifesto especial agradecimento ao Papa Francisco pela nomeação para uma missão tão exigente numa Igreja com história e cultura tão belas e um povo tão acolhedor. Minha sincera gratidão a Dom Murilo Krieger, pelo seu fraterno apoio e por sua generosa dedicação ao longo destes anos, em Salvador. Estendo este agradecimento a todos os irmãos e irmãs que têm se dedicado ao serviço da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, pelo grande amor à Igreja.

 

AMAR. Desde o primeiro momento da nomeação recebida, tenho voltado o olhar e o coração para Salvador como minha nova família. Com amor de pai, irmão e amigo, assumo esta nova missão com esperança e alegria, sabendo que vou encontrar irmãos e amigos, com os quais quero conviver fraternalmente e trabalhar juntos pelo Reino de Deus. Já me sinto parte dessa família acolhedora. Pela graça de Deus e contando com a ajuda de todos, tenho a esperança de crescer na vivência do lema que tem iluminado meu ministério episcopal “tudo na caridade”, com especial atenção aos que mais sofrem, animado pelo exemplo de Santa Dulce dos Pobres, a quem muito admiro e venero.

 

SERVIR. Quem ama a Igreja, participa de suas alegrias e dores e coloca-se ao seu serviço com generosidade. Venho como servidor do Povo de Deus. Espero poder servir sempre, de coração, a Igreja de Salvador, valorizando o caminho que tem sido percorrido e apoiando as iniciativas pastorais em andamento. Participação, comunhão e missão, resumem bem o caminho a seguir. A missão evangelizadora exige a participação de todos e a comunhão entre todos. Pela graça de Deus, possamos caminhar unidos, como Igreja missionária, valorizando as diversas vocações e ministérios, em comunhão com o Papa Francisco e a Igreja no Brasil, participando do Regional Nordeste 3, ao qual tenho a graça de começar a pertencer.

 

Quem quer amar e servir necessita de muita oração. Por isso, peço encarecidamente: rezem por mim! Estejam certos de minhas orações. Continuem a assumir a vida e a missão da Igreja em Salvador, com Dom Murilo, que assume a missão de Administrador Apostólico da Arquidiocese até o início do meu ministério. Peço as bênçãos do Senhor Bom Jesus do Bonfim para todos, contando com a intercessão materna de Nossa Senhora da Conceição da Praia e de Santa Dulce dos Pobres. A todos, envio a benção de Deus e um afetuoso abraço!

 

Cardeal D. Sergio da Rocha, arcebispo eleito de São Salvador da Bahia.

 

Fonte: Arquidiocese de São Salvador da Bahia

Coronavírus: viver este momento com a força da fé, encoraja o Papa

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Coronavírus: viver este momento com a força da fé, encoraja o Papa

 

“Que o tempo da Quaresma nos ajude a dar um sentido evangélico também a este momento de provação”, disse o Papa ao manifestar sua solidariedade às pessoas afetadas pelo coronavírus.

 

A força da fé, a certeza da esperança e o fervor da caridade: foram os conselhos do Papa Francisco aos bispos, para que ajudem os fiéis a viverem este momento marcado em muitos países pelo combate ao coronavírus.

Angelus dominical - Foto: Vatican Media

Angelus dominical – Foto: Vatican Media

 

No Angelus dominical, realizado justamente dentro da Biblioteca Apostólica para evitar risco de contágio entre os fiéis, o Pontífice manifestou mais uma vez sua proximidade aos que sofrem com o vírus e aos profissionais da área da saúde.

 

“Uno-me aos meus irmãos bispos para encorajar os fiéis a viverem este momento difícil com a força da fé, a certeza da esperança e o fervor da caridade. Que o tempo da Quaresma nos ajude a dar um sentido evangélico também a este momento de provação.”

 

Ao final da saudação, o Papa anunciou que iria assomar à tradicional janela de onde é feito o Angelus para ver os fiéis “um pouco em tempo real”. E assim fez, saudando de longe os presentes.

 

Modificações

 

A Audiência Geral de 11 de março também se realizará seguindo o mesmo procedimento. O evento será transmitido ao vivo pelo Vatican News e nos telões na Praça São Pedro e distribuído pelo Vatican Media aos meios de comunicação que solicitarem.

 

De acordo com um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, essas medidas são necessárias para evitar riscos de difusão do COVID-19 durante a fase dos controles de segurança para entrar na Praça, como solicitado também pelas autoridades italianas.

 

Respeitando a determinação da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano, até o dia 15 de março estará suspensa a participação dos fiéis nas missas realizadas na Santa Marta. O Santo Padre celebrará a Eucaristia em caráter privado.

 

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican Media

Missa ao vivo da Santa Marta: o Papa a oferece aos doentes de coronavírus

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Missa ao vivo da Santa Marta: o Papa a oferece aos doentes de coronavírus

 

Na manhã desta segunda-feira (09/03), o Papa Francisco celebrou a missa na Capela da Casa Santa Marta, transmitida ao vivo hoje e nos próximos dias, para manifestar sua proximidade cotidiana aos que estão envolvidos na epidemia de coronavírus.

Papa celebrando na Casa Santa Marta, na segunda-feira, dia 09-03 - Foto: Vatican Media

Papa celebrando na Casa Santa Marta, na segunda-feira, dia 09-03 – Foto: Vatican Media

 

Unidos ao Papa num momento difícil para estar mais unidos a Cristo, mais unidos entre nós. No Angelus deste domingo, um Angelus especial rezado da Biblioteca Apostólica, Francisco convidou “os fiéis a viverem este momento difícil com a força da fé, a certeza da esperança e o fervor da caridade”, buscando “um sentido evangélico neste momento de provação e dor”. Na missa celebrada nesta segunda-feira na Capela da Casa Santa Marta, o Papa se fez próximo aos que estão sofrendo:

Nestes dias, oferecerei a missa para os doentes dessa epidemia de coronavírus, para os médicos, enfermeiros, voluntários que ajudam muito, familiares, para os idosos que estão em casas de repouso e  para os presos. Rezemos juntos esta semana, esta oração forte ao Senhor: “Salva-me, Senhor, e dá-me misericórdia. Os meus pés estão no caminho certo. Na assembleia bendirei ao Senhor.

 

Veja o Papa Francisco no vídeo

 

Na homilia, Francisco comentou a Primeira Leitura extraída do Livro do Profeta Daniel, recordando a necessidade de se reconhecer pecador. Segue a homilia, segundo a nossa transcrição.

 

A Primeira Leitura do Profeta Daniel é uma confissão dos pecados. O povo se reconhece pecador. “Senhor, você foi fiel a nós, mas pecamos, agimos como maus e ímpios. Fomos rebeldes, nos distanciamos dos seus mandamentos e de suas leis. Não obedecemos aos seus servos, os Profetas, que em seu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos antepassados e a todo o povo do país.”

 

Há uma confissão dos pecados, um reconhecimento de que pecamos. Quando nos preparamos para receber o Sacramento da Reconciliação, devemos fazer um “exame de consciência” e ver o que eu fiz diante de Deus: pequei. Reconhecer o pecado. Reconhecer o pecado não pode ser apenas fazer uma lista dos pecados intelectuais, dizer: “eu pequei”. Depois eu digo ao padre e o padre me perdoa. Não é necessário, não é justo fazer isso. Isso seria como fazer uma lista das coisas que eu devo fazer ou que eu devo ter ou que fiz mal, mas que permanece na cabeça. Uma confissão verdadeira dos pecados deve permanecer no coração. Confessar-se não é apenas dizer ao sacerdote essa lista: “Fiz isso e aquilo”, e depois vou embora. Estou perdoado. Não, não é justo. É preciso dar um passo, um passo a mais, que é a confissão de nossas misérias, mas com o coração, ou seja, que aquela lista que eu fiz de coisas ruins desça ao coração. Assim faz Daniel, o Profeta. “A ti, Senhor, convém a justiça; e a nós, ter vergonha”.

 

Quando reconheço que pequei, que não rezei direito e sinto isso no coração, me vem esse sentimento de vergonha: “Envergonho-me de ter feito isso. Peço-lhe perdão com vergonha”. A vergonha pelos nossos pecados é uma graça, devemos pedi-la: “Senhor, que eu tenha vergonha”. Uma pessoa que perdeu a vergonha, perde a autoridade moral, perde o respeito pelos outros. Um desavergonhado. O mesmo acontece com Deus: resta-nos ter vergonha.  A ti convém a justiça; a nós, a vergonha. A vergonha no rosto, como hoje. “Senhor, continua Daniel, resta-nos ter vergonha no rosto: a nossos reis e príncipes, e a nossos antepassados, pois que pecamos contra ti”. Ao Senhor nosso Deus, antes tinha dito convém a justiça, agora diz: cabe a misericórdia.

 

Quando nós temos não apenas a recordação, a memória dos pecados que fizemos, mas também o sentimento de vergonha, isso toca o coração de Deus que responde com misericórdia. O caminho para ir ao encontro da misericórdia de Deus é envergonhar-se das coisas ruins, das coisas más que fizemos. Assim, quando vou confessar-me vou dizer não somente a lista de pecados, mas os sentimentos de confusão, de vergonha por ter feito isso a um Deus tão bom, tão misericordioso e justo.

 

Peçamos hoje a graça da vergonha: de ter vergonha dos nossos pecados. Que o Senhor conceda a todos nós essa graça.

 

Fonte: Vatican News

 

Cântico dos Cânticos: quando o amor está “além do versículo”

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Cântico dos Cânticos: quando o amor está “além do versículo”

 

Entrevista com o biblista padre Francesco Giosuè Voltaggio. A essência do Cântico dos Cânticos não é a posse, mas o desejo. O biblista explica porque o significado literal e alegórico não estão em contraposição, mas em estreita continuidade

 

É curiosa a presença do Cântico dos Cânticos na Bíblia hebraica e cristã. É verdade que o Cântico se inspira em alguns poemas antigos da Mesopotâmia? E quando poderia ter sido escrito? A riqueza deste texto emerge com toda a sua determinação na entrevista com o padre Francesco Giosuè Voltaggio, biblista e professor de Arqueologia e Sagrada Escritura na Terra Santa e também reitor do Seminário Redemptoris Mater da Galiléia.

Amor conjugal - Marc Chagall - Foto: Gandalf's Gallery

Amor conjugal – Marc Chagall – Foto: Gandalf’s Gallery

 

Pe. Voltaggio: O fundo literário do Cântico deve ser buscado nos cantos de amor egípcios e na poesia nupcial mesopotâmica nas quais se exaltava a beleza dos noivos, chamados “rei” e “rainha”. Foram percebidas também semelhanças entre o Cântico dos Cânticos e um gênero poético árabe, chamado wasf, no qual descreve-se a beleza dos noivos com a descrição poética de seus corpos. Todavia há novidades decisivas no Cântico. Por exemplo, ao contrário dos cantos de amor egípcios que se caracterizam por um monólogo dos protagonistas, o Cântico é um verdadeiro diálogo entre o amado e a amada, com a intervenção de um coro. Portanto, a revelação bíblica assume a humanidade – e também a literatura humana – mas a transfigura, como é o caso, do Cântico que trata do amor humano como humano mas que ao mesmo tempo o transfigura. Com relação à datação ainda há uma discussão entre os estudiosos. Varia entre o século X e o século I A.C. A pesquisa exegética atual é propensa a uma datação perto do final do domínio ptolemaico na Palestina, ou seja, na primeira metade do século III A.C. Também é muito interessante que o texto é atribuído a Salomão. Isso é de fundamental importância para a interpretação do Cântico, porque Salomão significa Sábio por excelência, e na tradição judaica e cristã é uma figura do Messias.

 

O Cântico dos Cânticos é fundamentalmente um canto de amor, de paixão, mas não um amor efêmero: fala-se de um noivo e de uma noiva. E a característica que talvez torne o amor tão sublime é justamente porque se trata de um amor de eleição, de escolha, um amor que como diz o Cântico é “forte como a morte”. Na sua opinião, há esta característica de amor de eleição que pesa insistentemente no Cântico?

 

Pe. Voltaggio: Muito. O nome Cântico dos Cânticos em hebraico tem um valor superlativo por isso pode ser traduzido também como o “Cântico mais belo”, o “Cântico sublime”. O amor humano é uma realidade sublime e profunda demais para ser descrita com palavras humanas e por isso recorre-se à poesia. Portanto, saindo de todos os esquemas, o amor situa-se no âmbito do estático, do sublime, do divino, ou seja o amor do Cântico dos Cânticos não é somente de paixão ou de aprazimento, mas é feito de relação e de distância, de proximidade e de afastamento, de palavras e de silêncios, de vida e de morte, etc. Por exemplo, no amor entre os dois amados do Cântico , há duas noites, momentos nos quais o amado e amada se perdem. Mas o amor humano do Cântico é um amor forte como a morte, uma chama do Senhor. Este versículo é o ápice do livro e em hebraico sente-se o som da letra shin que se repete, do fogo, isto é o amor tem o “som” do fogo. Este é o único versículo do Cântico onde de modo velado encontra-se o nome do Senhor. Trata-se de um amor de eleição, que vem do próprio Deus que é – segundo o que diz a Escritura – um fogo devorador e este amor humano entre os noivos é um reflexo do amor apaixonado que Deus tem pela humanidade, porque Deus é o noivo e a humanidade é a noiva, em uma leitura espiritual ou alegórica.

 

Debora Donnini – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

O Papa no Dia do Migrante e Refugiado: “Forçados como Jesus Cristo a fugir”

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O Papa no Dia do Migrante e Refugiado: “Forçados como Jesus Cristo a fugir”

 

Segundo um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, divulgado nesta sexta-feira (06/03), a mensagem é centrada no cuidado pastoral dos deslocados internos, que atualmente são mais de 41 milhões em todo o mundo.

 

“Forçados como Jesus Cristo a fugir”. Este é o tema, escolhido pelo Papa Francisco, da mensagem para o 106º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado que será celebrado no domingo, 27 de setembro de 2020.

 

Segundo um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, divulgado nesta sexta-feira (06/03), a mensagem é centrada no cuidado pastoral dos deslocados internos, que atualmente são mais de 41 milhões em todo o mundo.

 

Como é bem evidente no título, a mensagem parte da experiência de Jesus deslocado e refugiado junto com os seus pais, a fim de reiterar a importância da base cristológica específica do acolhimento cristão.

Papa durante a missa para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado em setembro de 2019 - Foto: Vatican Media

Papa durante a missa para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado em setembro de 2019 – Foto: Vatican Media

 

A mensagem será desenvolvida em seis subtemas, expressos em seis verbos: conhecer para compreender; aproximar-se para servir; ouvir para se reconciliar; compartilhar para crescer; envolver para promover e colaborar para construir.

 

Para favorecer uma preparação adequada da celebração desse dia, também este ano, a Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral deseja lançar uma campanha de comunicação. Todos os meses, serão propostas reflexões, material informativo e recursos multimídia para aprofundar o tema escolhido pelo Santo Padre.

 

secretário adjunto da Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, pe. Fabio Baggio, fala ao Vatican News a propósito do tema e sua tradução na atualidade.

 

Pe. Baggio: O Santo Padre escolheu esse título da mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado deste ano, a fim de manifestar sua preocupação pela categoria de pessoas em movimento que muitas vezes é esquecida. Trata-se de deslocados internos. Falamos de mais de 40 milhões de pessoas, 41 milhões, segundo os dados mais recentes, que representam uma grande porção das pessoas que estão em movimento hoje, mas que não atravessam os confins, permanecem em seu território nacional. É por isso que eles são obviamente de competência dos vários governos e geralmente permanecem anônimos. O fato de dedicar a mensagem a eles significa destacar essa situação particular e também dedicar-lhes palavras que são indicações e reflexões destinadas aos agentes pastorais para que também possam trabalhar com essas pessoas. O ícone do qual o Santo Padre quis iniciar é o de Jesus Cristo Menino que, com sua família exilada, viveu a experiência de ser forçado a deixar sua terra por causa de uma perseguição, naquele caso, ou por causa de conflitos, ou por causa de desastres naturais. Essas são as principais razões, junto com outras, que são reconhecidas mundialmente e que levam esses milhões de pessoas a abandonar suas terras. Existe sempre o desejo, é claro, de poder retornar. Às vezes, isso não é possível. São desafios também lançados às nossas comunidades cristãs que, por um lado, devem acolher, e de outro, reconstruir uma história juntos. Também, muitas vezes, acompanhar os processos de retorno, quando possível, aos territórios que foram abandonados devido aos fenômenos que mencionei antes.

 

Esta mensagem reitera uma “base cristológica do acolhimento cristão”. O que significa?

Pe. Baggio: Não nos esqueçamos de que em cada pessoa que bate à nossa porta, o pobre, o faminto, o sedento, o nu, o estrangeiro e todas as pessoas vulneráveis, há sempre Jesus Cristo. Nós chamamos isso de “base cristológica”, dada por Mateus 25, 35: “Pois eu, neste caso, era estrangeiro, e vocês me receberam”. Eu era estrangeiro porque vinha de outro município, de outra região ou de outro país. É o que todos os “outros” têm em comum com quem normalmente não nos vemos partilhando uma experiência de vida quando, em momentos de necessidade, batem à nossa porta. É Jesus Cristo que bate e pede para ser acolhido, para ser servido e amado, e essa é a “base cristológica” do nosso acolhimento cristão.

 

A mensagem se desenvolve em seis subtemas expressos em seis verbos ricos de significado: conhecer, aproximar, ouvir, compartilhar, envolver e colaborar, que são hoje particularmente fortes, dada a situação atual. É assim?

Pe. Baggio: Certamente. Lembremos, também neste quinto aniversário da Laudato si’, que cada um desses subtemas foi bem aprofundado pelo Santo Padre a partir da Laudato si’ em adiante, reconhecendo que é apenas com uma nova perspectiva humanística bem fundamentada no que é o projeto divino da criação, ou seja, o que é o nosso dicastério, o Desenvolvimento Humano Integral que deve ser promovido num contexto de fé baseado no projeto de Deus, no qual podemos realmente trabalhar. Então, começando pelo conhecimento, nós realmente iremos ao promover; depois, começando do servir, iremos ao construir juntos. Todos esses verbos serão lidos, na mensagem do Santo Padre que será publicada daqui a poucas semanas, num desenvolvimento progressivo de atividades concretas que nos tornam, por um lado, mais “pessoas” de acordo com o projeto de Deus, e fazem com que os outros também sejam.

 

Gabriella Ceraso/Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Arquivos do Pontificado de Pio XII poderão ser consultados a partir de 2 de março

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Arquivos do Pontificado de Pio XII poderão ser consultados a partir de 2 de março

 

Somente o arquivo dos Assuntos Gerais da Secretaria de Estado inclui quase 5.000 caixas que foram reordenadas, numeradas e descritas por um grupo de 15 arquivistas, que produziu um inventário de cerca de 15.000 páginas, que podem ser consultadas em formato digital e onde estão retratados vinte anos da Igreja e da sociedade. Reservas para consultar documentos deste período foram feitas a partir de outubro de 2019.

Documento armazenado no Arquivo Apostólico Vaticano - Foto: Vatican Media

Documento armazenado no Arquivo Apostólico Vaticano – Foto: Vatican Media

 

Os documentos do Pontificado de Pio XII (1939-1958) poderão ser consultados por estudiosos no Arquivo Apostólico Vaticano e em outros arquivos da Santa Sé a partir de 2 de março de 2020.

 

A abertura destes arquivos anunciada pelo Papa Francisco em 4 de março de 2019, foi precedida por um trabalho de mais de quatorze anos e envolve, além do Arquivo do Vaticano, também o Arquivo Histórico da Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado, o Arquivo da Congregação para a Doutrina da Fé, o Arquivo Histórico da Congregação para a Evangelização dos Povos (de Propaganda Fide), o Arquivo Histórico da Congregação para as Igrejas Orientais, o Arquivo da Penitenciaria Apostólica e o Arquivo Histórico Geral da Fábrica de São Pedro.

 

Todos os envolvidos apresentaram o significado da abertura dos arquivos no evento à imprensa em 20 de fevereiro, assim como na Jornada de Estudos realizada em 21 de fevereiro no Instituto Patrístico Augustinianum.

 

Uma vastidão de documentos

 

Em 27 de fevereiro, algumas emissoras de televisão puderam gravar imagens dos espaços de armazenamento do Arquivo Vaticano e de alguns documentos selecionados. Para dar uma ideia da vastidão da documentação disponibilizada, poderão ser consultados no Arquivo Vaticano – no que tange ao Pontificado do Papa Pacelli – 73 arquivos de representações pontifícias, 15 séries da Secretaria de Estado, 21 acervos de Congregações romanas e escritórios da Cúria e palatinos, 3 do Estado da Cidade do Vaticano e outros oito acervos.  No total, portanto, 120 entre acervos e séries, com 20.000 documentos.

Papa Pio XII - Foto: Vatican Media

Papa Pio XII – Foto: Vatican Media

 

Somente o arquivo dos Assuntos Gerais da Secretaria de Estado inclui quase 5.000 caixas que foram reordenadas, numeradas e descritas por um grupo de 15 arquivistas, que produziu um inventário de cerca de 15.000 páginas, que podem ser consultadas em formato digital e onde estão retratados vinte anos da Igreja e da sociedade.

 

Ao lado dos arquivistas, trabalharam técnicos dos laboratórios de encadernação e restauração, de reprodução de fotos, de organização das caixas em material que garante a conservação e do Centro de Processamento de Dados.

 

Arquivos abertos por outros Pontífices

 

Como de praxe, é o Papa quem decide pela abertura dos documentos de um Pontificado de seu predecessor. Quando, em 1881, Leão XIII abriu progressivamente o Arquivo do Vaticano para as pesquisas dos estudiosos, os documentos ficaram disponíveis até 1815.

 

Em 1921, Bento XV prolongou a consulta para 1830, enquanto pouco depois (1924) Pio XI estendeu o período a ser consultado para 1846 (final de Pontificado de Gregório XVI).

 

Paulo VI, em 1966, abriu para consultas os documentos de Pontificado de Pio IX (1846-1878). João Paulo II, em 1978, estendeu o prazo até o final do Pontificado de Leão XIII (1878-1903) e, em 1984, estendeu a consulta de documentos até 1922, incluindo os Pontificados de Pio X (1903-1914) e Bento XV (1914-1922).

 

Novamente o Papa Wojtyła, em 2002, disponibilizou os documentos para os pesquisadores, a partir do início de 2003, relativos à Alemanha no Pontificado de Pio XI (1922-1939), conservados no Arquivo Vaticano e no Arquivo Histórico da Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado.

 

Contemporaneamente, o Papa decidiu a publicação antecipada dos dados relativos aos prisioneiros da última guerra (1939-1945), conservados nos documentos do acervo “Ufficio Informazione Vaticano” (o inventário foi disponibilizado em 2004).

 

Em 2006, por fim, Bento XVI tornou acessível todos os documentos do Pontificado de Pio XI, permitindo, porém, o inventário e a consulta antecipada no que tange aos acervos censitários dos arquivos eclesiásticos italianos de 1942 e da Pontifícia Comissão Central de Arte Sacra na Itália (os inventários ficaram prontos respectivamente em 2010-2011 e 2013).

 

Número de pesquisadores

 

Os vários arquivos da Santa Sé poderão receber um total de cerca de 120 pesquisadores, que em alguns casos, poderão usufruir da digitalização dos documentos e poderão frequentemente interrogar digitalmente os novos inventários.

Arquivo Apostólico Vaticano - Foto: Vatican Media

Arquivo Apostólico Vaticano – Foto: Vatican Media

 

No Arquivo do Vaticano (que pode acolher diariamente 60 pesquisadores), as reservas para a consulta dos documentos do Pontificado de Pio XII tiveram início em meados de outubro passado. Aquelas recebidas até então foram distribuídas no arco de diversos meses (até maio-junho), procurando assim assegurar na distribuição das vagas um certo equilíbrio entre os estudiosos do Pontificado do Papa Pacelli e os de outros períodos.

 

Anos complexos e dramáticos

 

Os quase vinte anos do Pontificado de Eugenio Pacelli, complexos e dramáticos, envolvem a Segunda Guerra mundial, a reconstrução, a contraposição dos blocos ocidentais e orientais, mas também instâncias e fermentos nascidos neste período na Igreja e na sociedade e desenvolvidos no anos seguintes.

 

A importância da abertura consiste na possibilidade oferecida aos estudiosos de acessar todas as fontes, estudando esses e outros problemas de um ponto de vista que até agora não era possível. Os anos do Pontificado de Pio XII também são caracterizados por uma marcada globalização da sociedade e da abertura da Igreja a uma dimensão menos eurocêntrica e mais universal.

 

Pio XII encontrou uma enorme quantidade e variedade de pessoas, não apenas no Ano Santo de 1950. Em 1952, quase meio milhão de pessoas foram recebidas em audiências: órfãos e mutilados de guerra, agricultores, mineiros, esportistas, jornalistas e psicólogos do esporte, médicos, artistas, astrônomos, entre tantos outros.

 

Para oferecer a todos uma mensagem de compreensão e encorajamento, o Papa preparava minuciosamente seus discursos, que ainda hoje impressionam pelo altíssimo nível deontológico, técnico e científico. Também esse aspecto de sua versatilidade intelectual e de sua sensibilidade pastoral poderá ser estudado em detalhes nos acervos e arquivos agora disponibilizados para consulta dos estudiosos.

 

Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Papa Francisco aos brasileiros: fortalecer o valor da vida (Campanha da Fraternidade)

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Papa Francisco aos brasileiros: fortalecer o valor da vida (Campanha da Fraternidade)

 

O Papa Francisco dirigiu sua tradicional mensagem aos fiéis brasileiros por ocasião do início da Campanha da Fraternidade, na Quarta-feira de Cinzas. “Somos chamados a ser uma Igreja samaritana”, afirma.

 

“Que a Quaresma e a Campanha da Fraternidade, inseparavelmente vividas, sejam para todo o Brasil um tempo em que se fortaleça o valor da vida, como dom e compromisso”: esses são os votos do Papa Francisco aos brasileiros por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade.

Papa Francisco aos brasileiros - fortalecer o valor da vida - Foto: Vatican Media

Papa Francisco aos brasileiros – fortalecer o valor da vida – Foto: Vatican Media

 

Este ano, o tema é “Fraternidade e vida, dom e compromisso”, com o lema “Viu e sentiu compaixão e cuidou dele”.

 

“Alegro-me que, há mais de cinco décadas, a Igreja do Brasil realize, no período quaresmal, a Campanha da Fraternidade, anunciando a importância de não separar a conversão do serviço aos irmãos e irmãs, sobretudo os mais necessitados”, escreve o Pontífice.

 

Citando trechos dos Evangelhos de Mateus e Lucas e documentos pontifícios como Laudato Si’ e Evangelii gaudium, Francisco recorda que a superação da globalização da indiferença só será possível se nos dispusermos a imitar o Bom Samaritano.

 

Esta Parábola nos indica três atitudes fundamentais: ver, sentir compaixão e cuidar. A Quaresma, escreve o Papa, “é um tempo em que a compaixão se concretiza na solidariedade”.

 

Francisco conclui pedindo a intercessão de Santa Dulce dos Pobres para que a “Quaresma e a Campanha da Fraternidade, inseparavelmente vividas, sejam para todo o Brasil um tempo em que se fortaleça o valor da vida, como dom e compromisso”.

 

Confira a mensagem na íntegra:

 

*************

Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

 

Iniciamos a Quaresma, tempo forte de oração e conversão em que nos preparamos para celebrar o grande mistério da Ressurreição do Senhor.

 

Durante quarenta dias, somos convidados a refletir sobre o significado mais profundo da vida, certo de que somente em Cristo e com Cristo encontramos resposta para o mistério do sofrimento e da morte. Não fomos criados para a morte, mas para a vida e a vida em plenitude, a vida eterna (cf. Jo 10, 10).

 

Alegro-me que, há mais de cinco décadas, a Igreja do Brasil realize, no período quaresmal, a Campanha da Fraternidade, anunciando a importância de não separar a conversão do serviço aos irmãos e irmãs, sobretudo os mais necessitados. Neste ano, o tema da Campanha trata justamente do valor da vida e da nossa responsabilidade de cuidá-la em todas as suas instâncias, pois a vida é dom e compromisso; é presente amoroso de Deus, que devemos continuamente cuidar. De modo particular, diante de tantos sofrimentos que vemos crescer em toda parte, que “provocam os gemidos da irmã terra, que se unem os gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós outro rumo” (Carta Enc. Laudato Si’, 53), somos chamados a ser uma Igreja samaritana (cf. Documento de Aparecida, 26).

 

Por isso, estejamos certos de que a superação da globalização da indiferença (cf. Exort. Ap. Evangelii gaudium, 54) só será possível se nos dispusermos a imitar o Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). Esta Parábola, que tanto nos inspira a viver melhor o tempo quaresmal, nos indica três atitudes fundamentais: ver, sentir compaixão e cuidar. À semelhança de Deus, que ouve o pedido de socorro dos que sofrem (cf. Sl 34, 7), devemos abrir nossos corações e nossas mentes para deixar ressoar em nós o clamor dos irmãos e irmãs necessitados de serem nutridos, vestidos, alojados, visitados (cf. Mt 25, 34-40).

 

Queridos amigos, a Quaresma é um tempo propício para que, atentos à Palavra de Deus que nos chama à conversão, fortaleçamos em nós a compaixão, nos deixemos interpelar pela dor de quem sofre e não encontra quem o ajude. É um tempo em que a compaixão se concretiza na solidariedade, no cuidado. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5, 7)!

 

Por intercessão de Santa Dulce dos Pobres, que tive a alegria de canonizar no passado mês de outubro e que foi apresentada pelos Bispos do Brasil como modelo para todos os que veem a dor do próximo, sentem compaixão e cuidam, rogo ao Deus de Misericórdia que a Quaresma e a Campanha da Fraternidade, inseparavelmente vividas, sejam para todo o Brasil um tempo em que se fortaleça o valor da vida, como dom e compromisso.

 

Envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.

 

Vaticano, 26 de fevereiro de 2020 

 

Em outra matéria do site do Vatican News pode-se ler:

 

Dom Walmor: a solidariedade é o grande remédio para um mundo novo

 

Sobre o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, o arcebispo de Belo Horizonte destaca o convite a vencer a indiferença, as desigualdades e as injustiças. “A solidariedade é o grande remédio para o mundo novo, justo e fraterno.”

 

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, dirigiu uma mensagem a todos os ouvintes da Rádio Vaticano e seguidores do Vatican News nas redes sociais por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade 2020.

Papa Francisco aos brasileiros - fortalecer o valor da vida - Foto: Vatican Media

Papa Francisco aos brasileiros – fortalecer o valor da vida – Foto: Vatican Media

Campanha da Fraternidade 2020 - CNBB

Campanha da Fraternidade 2020 – CNBB

 

O arcebispo de Belo Horizonte destaca o convite deste ano: vencer a indiferença, as desiguladades e as injustiças. “A solidariedade é o grande remédio para o mundo novo, justo e fraterno.”

 

Eis a mensagem do presidente da CNBB:

 

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Amado irmão, amado irmã, saúde e paz.

 

“Fraternidade e vida, dom e compromisso” é o tema da Campanha da Fraternidade deste ano na Igreja no Brasil. O lema muito oportuno, interpelante – “Viu e sentiu compaixão e cuidou dele” – nos inspira a seguir os exemplos do bom samaritano e de Santa Dulce dos Pobres para melhor compreender e cultivar o compromisso com a solidariedade, ajudando o irmão que sofre.

 

A Campanha da Fraternidade deste ano traz um bonito convite para todos nós: vamos vencer a indiferença em relação ao próximo, as desigualdades, aos pobres, as injustiças. Precisamos cultivar sempre mais a compaixão, conforme orienta o horizonte rico da Campanha da Fraternidade.

 

Por isso, convido a você que acompanha o Vatican News a se inspirar nas indicações diversas que estão reunidas nas publicações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil sobre a Campanha da Fraternidade, cultivando sempre mais no seu coração a solidariedade. A solidariedade é o grande remédio para o mundo novo, justo e fraterno. Deus abençoe a todos nós neste caminho.

 

Vídeo com mensagem do Papa Francisco e do Presidente da CNBB:

 

https://www.youtube.com/watch?v=WDxO5zjsGP8&feature=youtu.be

 

Vídeo oficial da Campanha da Fraternidade 2020 CNBB

 

https://www.youtube.com/watch?v=ALFdxGH5bx4&feature=youtu.be

 

Fonte: Vatican News

O Papa no Angelus: com o diabo não se dialoga jamais

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O Papa no Angelus: com o diabo não se dialoga jamais

 

Francisco no Angelus deste domingo recorda que “a tentação é a tentativa de percorrer caminhos alternativos aos de Deus”. Depois do Angelus, o Papa pediu para rezar pelos migrantes que fogem da guerra e fez saber que, por causa de um resfriado, não participará este ano dos exercícios espirituais para a Cúria Romana, que começarão esta noite em Ariccia. O Papa explicou que seguirá as meditações, unindo-se espiritualmente à Cúria.

Papa Francisco - Angelus - Foto: Vatican Media

Papa Francisco – Angelus – Foto: Vatican Media

 

Diante das tentações, existe um caminho a seguir. O Papa Francisco, ligando suas palavras no Angelus com as do Evangelho deste domingo, incorporado no tempo da Quaresma, lembra-nos que este caminho é aquele percorrido por Jesus no deserto, onde ele enfrenta as tentações do maligno. O diabo primeiro sugere a Jesus, que tem fome, que transforme as pedras em pão. Mas a resposta é clara: “Não se vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. Então o diabo pede a Jesus para experimentar a confiança em Deus, de se atirar do ponto mais alto do templo, porque ele seria socorrido pelos anjos. “Quem crê – enfatiza Francisco -, sabe que não se coloca à prova Deus, mas confia na sua bondade”. Por esta razão, Jesus responde ao diabo com estas palavras: “Não porás à prova o Senhor teu Deus!”.. Na terceira tentação, o maligno oferece “uma perspectiva de messianismo político”. Mas Jesus, recorda o Pontífice, “rejeita a idolatria do poder e da glória humana” e, no final, expulsa o tentador dizendo: “Vai embora, Satanás, pois está escrito: ‘Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto’”.

 

Quanto mais longe de Deus, mais indefesos nos sentimos…

 

Jesus, recorda o Pontífice, não dialoga com o diabo, mas responde ao maligno com a palavra de Deus. Nunca se deve dialogar com o diabo. Nisto, enfatiza, é preciso ter muito cuidado. A experiência de Jesus, explica o Papa, deve ajudar-nos a estar vigilantes, a não nos submetermos a nenhum ídolo:

Também hoje Satanás irrompe na vida das pessoas para tentá-las com suas propostas atraentes; ele mistura a sua às muitas vozes que tentam domar a consciência. De muitos lugares chegam mensagens convidando as pessoas a “deixarem-se tentar” para experimentar a embriaguez da transgressão. A experiência de Jesus ensina-nos que a tentação é a tentativa de percorrer caminhos alternativos aos de Deus, que nos dão a sensação de autossuficiência, de gozo da vida como um fim em si mesmo. Mas tudo isso é ilusório: logo percebemos que quanto mais nos afastamos de Deus, mais nos sentimos indefesos e inermes diante dos grandes problemas da existência.

 

E Francisco conclui:

“Que a Virgem Maria, a Mãe d’Aquele que esmagou a cabeça da serpente, nos ajude neste tempo de Quaresma a estar vigilantes diante das tentações, a não nos submetermos a nenhum ídolo deste mundo, a seguir Jesus na luta contra o mal; e conseguiremos também nós ser vencedores como Ele”.

 

Oração pelos migrantes que fogem da guerra

 

No final da oração mariana, Francisco recordou os muitos migrantes que procuram refúgio no mundo, “muitos homens, mulheres e crianças expulsos por causa da guerra”. E pediu para rezar por eles.

 

Exercícios Espirituais em Ariccia

 

Depois do Angelus, o Papa recordou ainda que nesta noite terão início os exercícios espirituais da Cúria Romana. E ele anunciou que este ano, por causa de um resfriado, não participará do retiro em Ariccia. “Uno-me espiritualmente à Cúria e a todas as pessoas que estão vivendo momentos de oração, fazendo os exercícios espirituais em casa”.

 

 

Silvonei José – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News