Monthly Archives: dezembro 2019

O 2019 do Papa Francisco: a certeza da fé e a luta contra as idolatrias

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O 2019 do Papa Francisco: a certeza da fé e a luta contra as idolatrias

 

Um ano intenso para Francisco, com muitas viagens e muitos encontros, com um objetivo: anunciar a Boa Nova da misericórdia de Deus.

 

Também neste ano, o Papa Francisco nos presenteou com uma catequese simples, para todos, sobre o amor de Deus. A missão mais importante é anunciar o Evangelho, disse ele, e neste 2019 ele o fez com as 41 Audiências Gerais (com os ciclos sobre o Pai Nosso e sobre os Atos dos Apóstolos, este último em andamento), 56 Angelus e Regina Caeli, mais de 60 homilias em celebrações públicas, 44 homilias na Santa Marta (isto sem falar nas mensagens, cartas, documentos, entrevistas que se tornaram livros e cerca de 260 discursos públicos).

Francisco recorda a todos que, na base da nossa vida, há uma certeza consoladora Deus nos ama e em Jesus deu a vida por nós - Foto: AFP or licensors

Francisco recorda a todos que, na base da nossa vida, há uma certeza consoladora Deus nos ama e em Jesus deu a vida por nós – Foto: AFP or licensors

 

Certezas, não confusão

 

Francisco recorda a todos que, na base da nossa vida, há uma certeza consoladora: Deus nos ama e em Jesus deu a vida por nós. Trata-se da mensagem central de toda a sua missão (Evangelii gaudium, texto programático do Pontificado de Francisco). Convida a recordar a “fé simples e robusta” das mães e avós, que “dava a elas força e perseverança para seguir em frente e não deixar cair os braços”, “uma fé caseira, que passa despercebida, mas que constrói pouco a pouco o reino de Deus”. Uma fé que não se deixa confundir, porque se baseia nos fundamentos do Evangelho.

 

Fé e idolatria

 

Francisco exorta a adorar o único verdadeiro Deus, Uno e Trino, em uma sociedade que se torna cada vez mais pagã. “A idolatria – disse ele – não é somente ir a um templo pagão e adorar uma estátua. Não, idolatria é uma atitude do coração”, é quando se prefere algo porque é mais cômodo para si e se esquece do Senhor. Os ídolos mudaram de nome, mas estão mais presentes do que nunca: o ídolo do dinheiro, do sucesso, da carreira, da auto realização, do prazer e todos aqueles ídolos que prometem felicidade, mas que não a dão, antes pelo contrário, escravizam, nos roubam o amor. Os ídolos prometem vida, mas a tiram – disse o Papa em uma bela catequese no ano passado – enquanto o verdadeiro Deus não pede a vida, mas a dá.

 

O fariseu dentro de nós não quer ser corrigido

 

Às vezes, as palavras do Papa são fortes, como sabia fazer Jesus. No fundo é o seu Vigário. Como ele, adverte em particular para o comportamento farisaico daqueles que se consideram justos, mais ortodoxos, melhores que os outros. É “a religião do eu”, com seus ritos e suas orações, daqueles que “se confessam católicos, mas esqueceram de ser cristãos e humanos”, esqueceram de prestar o “verdadeiro culto a Deus, que sempre passa pelo amor ao próximo”.

 

Francisco propõe o caminho da autoacusação: em todos nós – observa – ressurge sempre “o fariseu”, presunçoso, campeão em justificar-se. O caminho da fé é sempre o de ter a humildade de deixar-se corrigir.

 

Mansidão diante dos ataques

 

Como as palavras fortes de Jesus, também as do Papa têm um duplo efeito: ou se sai convertidos ou ainda mais endurecidos. Disto as resistências internas e os ataques. Francisco não teme um cisma, disse no voo de volta da África.

 

“Hoje – observa – temos tantas escolas de rigidez dentro da Igreja, que não são cismas, mas são caminhos cristãos pseudocismáticos, que terminarão mal”, porque por trás desse comportamento rígido “não há santidade do Evangelho”.

 

O Papa convida a responder ao mal com o bem, a “ser mansos com as pessoas que são tentadas a fazer esses ataques”, porque “estão passando por algum problema” e devem ser acompanhadas “com mansidão”.

 

Eles temem que a Igreja de hoje não seja mais católica, colocando palavras nunca ditas na boca do Pontífice: mas não mudou nenhum dogma, há somente um passo adiante na acolhida e na misericórdia; não foram canceladas devoções, há somente o convite para vivê-las com o coração. Com a exortação para caminhar unidos como povo, para que o desenvolvimento da doutrina esteja sempre unido à verdadeira Tradição. E fica uma pergunta: os cristãos conseguirão ser misericordiosos entre eles?

 

Sínodo para a Amazônia: conversão a Jesus, Ele é o centro

 

Em outubro passado realizou-se o Sínodo para a região Pan-Amazônica. O Papa repetiu muitas vezes a palavra “conversão”, que é o conceito que encontrou seu lugar no Documento final como a principal exortação da assembleia. O Sínodo pede uma conversão quádrupla: sinodal, porque a Igreja deve ser cada vez mais um caminhar juntos e não dividida ou sozinha; cultural, porque é necessário saber falar com as diferentes culturas; ecológica, porque a exploração egoísta do meio ambiente leva à destruição dos povos; pastoral, porque o anúncio do Evangelho é urgente.

 

Na base dessas quatro conversões há a única conversão ao Evangelho vivo, que é Jesus. A verdadeira conversão é colocar-se de lado – diz Francisco – sair do centro, colocar Cristo no centro e deixar que o Espírito Santo seja o protagonista de nossa vida.

 

Lutar contra os abusos, dentro e fora da Igreja

Papa Francisco na acolhida no Palácio Presidencial em Bangcoc - Foto: AFP or licensors

Papa Francisco na acolhida no Palácio Presidencial em Bangcoc – Foto: AFP or licensors

 

Pode-se definir como histórico o encontro realizado em fevereiro no Vaticano: os responsáveis das Igrejas de todos os continentes trataram do flagelo dos abusos de menores, cometidos na esfera eclesial, e fizeram isso diante do mundo inteiro com coragem e transparência.

 

No discurso de encerramento do encontro, Francisco recorda, citando dados, que a maior parte dos abusos são cometidos por familiares e educadores, portanto no âmbito doméstico, escolar, esportivo e eclesial, sem mencionar o flagelo do turismo sexual e outras violências.

 

O fato de ser “um problema universal e transversal que infelizmente se encontra em toda parte” – precisa o Pontífice – “não diminui sua monstruosidade dentro da Igreja”, onde se torna ainda mais grave e escandaloso”, porque em contraste com sua autoridade moral e sua credibilidade ética”.

 

Com o Motu proprio Vos estis lux mundi, o Papa estabelece novos procedimentos para denunciar abusos, moléstias e violências, e assegurar que os bispos e superiores religiosos respondam por seu agir.

 

É introduzida a obrigação para clérigos e religiosos de denunciar os abusos. Cada diocese deve criar um sistema facilmente acessível ao público para receber denúncias. Francisco também abole o segredo pontifício para esses casos e altera a norma relativa ao delito de pornografia infantil, incluindo na categoria “delicta graviora”  – os delitos mais graves – a posse e a disseminação de imagens pornográficas envolvendo menores de 18 anos.

 

Reforma: mais estruturas missionárias

 

Tiveram continuidade os trabalhos do Conselho de Cardeais (C6) para a reforma da Cúria Romana, para que todas as estruturas da Igreja sejam mais missionárias.

 

Está sendo finalizado o exame do esboço da nova Constituição Apostólica, cujo título provisório é “Praedicate evangelium”, para significar que o principal serviço que a Santa Sé deve prestar é o do anúncio do Evangelho.

 

O Papa altera, enquanto isso, o papel do Decano do Colégio Cardinalício: aceita a renúncia do cardeal Sodano, no cargo desde 2005, e com um Motu proprio fixa um tempo determinado para esta missão: cinco anos, eventualmente renováveis.

 

Que o dinheiro seja para servir ao Evangelho e aos pobres

 

Prossegue também a reforma financeira, especialmente nos quesitos transparência e contenção de custos. O Papa Francisco renovou o Estatuto do IOR: é introduzida de forma permanente a figura do Auditor externo para a verificação das contas, segundo os padrões internacionais.

 

Os princípios católicos subjacentes à missão do IOR são especificados, para que a instituição seja mais fiel à sua missão original.

 

O jesuíta Juan Antonio Guerrero Alves é nomeado prefeito da Secretaria para a Economia. O Papa autoriza uma investigação da magistratura vaticana em relação a várias pessoas que servem à Santa Sé, no âmbito de algumas transações financeiras.

 

E a Propósito do Óbolo de São Pedro, o Pontífice ressalta que é uma boa administração fazer o dinheiro recebido render, e não deixá-lo parado, guardado na gaveta. Mas o investimento deve sempre ser “moral”, porque o dinheiro está a serviço da evangelização e dos pobres.

 

Redescobrir a Palavra de Deus para conhecer Jesus

Papa Francisco em Bangkok - Foto: AFP or licensors

Papa Francisco em Bangkok – Foto: AFP or licensors

 

Com a Carta Apostólica “Aperuit illis“, de 30 de setembro, o Papa institui o Domingo da Palavra de Deus, um dia especial para exortar todos os fiéis a ler e meditar a Bíblia, porque – como dizia São Jerônimo – a “ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo.”

 

É preciso redescobrir a importância fundamental de uma Palavra que transforma concretamente a vida. A data solene foi estabelecida, todos os anos, no terceiro domingo do Tempo Ordinário (em 2020, será em 26 de janeiro).

 

Que não falte a bela tradição do Presépio

 

Em 1º de dezembro, Francisco assina em Greccio a Carta Apostólica Admirabile signum, na qual exorta a se redescobrir e revitalizar a bela tradição do presépio.

 

“Representar o evento do nascimento de Jesus – escreve – é equivalente a anunciar o mistério da Encarnação do Filho de Deus com simplicidade e alegria”. É um ato de evangelização, bonito de se ver “nos locais de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nas prisões, nas praças”.

 

Cristãos perseguidos, hoje mais do que nos primeiros tempos

 

Francisco nunca se cansa de denunciar as perseguições anticristãs. Hoje – repete – há mais mártires do que nos primeiros tempos do cristianismo.

 

Em janeiro, a Suprema Corte do Paquistão absolveu definitivamente Asia Bibi, da acusação injusta de blasfêmia, pela qual havia sido condenada à morte. Esta mulher católica, mãe de 5 filhos, estava presa desde 2009. Ela deixou o país com sua família. Tanto Bento XVI quanto o Papa Francisco haviam acompanhado o desenrolar de sua história com grande discrição, por razões de segurança.

 

Uma das filhas, Eisham, havia encontrado Francisco no ano passado, trazendo a ele um beijo de sua mãe. O Papa disse a ela: “Penso seguidamente em sua mãe e rezo por ela”. E a define como “maravilhosa mulher mártir”.

 

21 de abril é Páscoa: um ataque de extremistas islâmicos contra igrejas cristãs no Sri Lanka provoca a morte de mais de 250 pessoas enquanto rezavam. O apelo do Papa chega no mesmo dia. Mas Francisco não deixa de denunciar também ataques contra outras religiões, como aquele contra a mesquitas em Christchurch, Nova Zelândia, em 15 de março, que provocou mais de 50 vítimas fatais.

 

Defender a família e a vida, toda vida

 

O Papa, em 25 de março em Loreto, reitera que, em particular no mundo de hoje, “a família fundada no casamento entre um homem e uma mulher assume uma importância e uma missão essenciais”, e seu representante na ONU, o arcebispo Bernardito Auza, recorda suas palavras sobre a ideologia de gênero: é um “passo atrás” para a humanidade.

 

Francisco defende a vida desde a concepção até seu fim natural. Ele intervém diretamente em favor de Vincent Lambert, o enfermeiro francês de 42 anos, em estado de consciência mínima, que faleceu em julho do ano passado: “Não construímos – foi sua advertência – uma civilização que elimina pessoas cuja vida acreditamos não vale mais a pena ser vivida: toda vida tem valor, sempre”.

 

O olhar do Papa é de 360​​°: a vida, os direitos e a dignidade devem ser sempre defendidos, desde os nascituros àqueles que sofrem de fome ou sofrem violências, dos doentes e dos anciãos aos migrantes que correm o risco de morrer em busca de um futuro melhor. A justiça não é seletiva, não é para algumas categorias humanas e outras não, é universal.

 

Aos jovens: descubram o amor de Deus e caminhem contra a corrente

 

Este ano o Papa publicou a Exortação Apostólica “Christus vivit“, fruto do Sínodo sobre os jovens realizado no Vaticano em outubro de 2018. Este é o incipit: “Cristo vive. Ele é a nossa esperança e a juventude mais bonita deste mundo. (…) Por isso, as primeiras palavras que quero dirigir a cada jovem cristão são: Ele vive e quer você vivo!”.

 

O Papa escreve: “Peçamos ao Senhor que liberte a Igreja daqueles que querem envelhecê-la, fixá-la no passado, freá-la, torná-la imóvel. Peçamos também que a liberte de outra tentação: acreditar que é jovem porque cede a tudo o que o mundo lhe oferece,” mimetizando-se com os outros. “Não! Ela é jovem quando é ela mesma.”

 

Francisco propõe “caminhos de fraternidade” para viver a fé, evitando correr “o risco de fechar-se em pequenos grupos”. Convida os jovens a viver o compromisso social em contato com os pobres e a serem protagonistas da mudança para uma civilização mais justa e fraterna.  Por fim, exorta-os a se tornarem “missionários corajosos”, testemunhando o Evangelho em todos os lugares com suas próprias vidas, indo também contra a corrente, especialmente contra as chamadas colonizações ideológicas.

 

Viagens internacionais: paz para o mundo, porque somos irmãos

 

Neste 2019, Francisco realizou 7 viagens internacionais, visitando 11 países em 4 continentes, um ano recorde para suas missões fora da Itália. Anuncia o Evangelho da alegria no Panamá para a Jornada Mundial da Juventude; nos Emirados Árabes Unidos assina o histórico documento sobre a Fraternidade humana com o Grão Imame de al- Azhar; no Marrocos reitera a importância do diálogo inter-religioso; na Bulgária, Macedônia do Norte e Romênia, fala da unidade dos cristãos; em Moçambique, Madagascar e Maurício, levanta sua voz em defesa dos pobres e da Criação; na Tailândia, apela à promoção dos direitos das mulheres e das crianças, e no Japão, uma viagem centrada na paz, repete que não apenas o uso, mas também a posse de armas nucleares é imoral.

 

Santos e Beatos: mártires, leigos e com a púrpura

 

Também neste ano houve inúmeras canonizações e beatificações. Muitos mártires de todos os continentes e de todas as ideologias: muitos foram mortos por ódio à fé durante a guerra civil espanhola, mortos perdoando seus assassinos; outros, como os sete bispos da Igreja Greco-católica na Romênia beatificados por Francisco em Blaj, são mártires do regime comunista; outros ainda, como o bispo argentino Enrique Angel Angelelli e seus companheiros, foram vítimas de ditadura de direita.

 

Mas há também os santos leigos, como a suíça Margherita Bays, santos da “porta ao lado” que viveram sua vocação em família, em meio a mil dificuldades. E há tantos santos cardeais, como John Henry Newman, um convertido anglicano à fé católica.

 

Sacerdote há cinquenta anos, pela misericórdia de Deus

 

Em 2019, o Papa celebrou 50 anos de sacerdócio. Sua vocação remonta a 21 de setembro de 1953, memória de São Mateus, o cobrador de impostos convertido por Jesus: durante uma confissão, ele tem uma profunda experiência da misericórdia de Deus. É uma imensa alegria que o leva a tomar uma decisão “para sempre”: tornar-se sacerdote para dar aos outros a misericórdia recebida.

 

O padre, afirma Francisco, vive entre as pessoas com o coração misericordioso de Jesus. Hoje é o tempo da misericórdia. A Igreja compreende isso cada vez mais em sua caminhada na história: com João XXIII, ela dá um importante passo nessa direção, continuado por todos os seus sucessores, em particular por João Paulo II, que institui o Domingo da Divina Misericórdia, inspirado por Santa Faustina Kowalska. Um dia, todos sem distinção, invocaremos o excesso de misericórdia de Deus que talvez aqui não tenhamos entendido.

 

Sergio Centofanti – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Papa convida a retomar a comunicação em família, um tesouro precioso

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Papa convida a retomar a comunicação em família, um tesouro precioso

 

No Angelus deste domingo, Festa da Sagrada Família, o Papa fez os votos que todos terminem o ano em paz, paz do coração, e comunicando-se em família, um com o outro.

 

A família é um tesouro precioso que precisa ser apoiado e tutelado, disse o Papa neste domingo, 29, Festa da Sagrada Família, quando deu uma tarefa: retomar a comunicação em família: os pais, os pais com os filhos, com os avós, os irmãos entre eles.

Papa Francisco no último Angelus de 2019 - Foto: Vatican Media

Papa Francisco no último Angelus de 2019 – Foto: Vatican Media

 

No último Angelus do ano de 2019, Francisco propôs a Sagrada Família de Nazaré como modelo para nossas famílias. “O termo “sagrada” – começou explicando – insere essa família no âmbito de santidade que é dom de Deus mas, ao mesmo tempo, é uma adesão livre e responsável ao projeto de Deus. Assim foi para a família de Nazaré: foi totalmente disponível à vontade de Deus.”

 

Maria ouve a Palavra de Deus e a coloca em prática

 

Falando aos milhares de peregrinos e turistas presentes na Praça São Pedro em um domingo ensolarado, com a temperatura por volta dos 9º C, Francisco chamou a atenção para o fato de que “os três componentes da Família de Nazaré, ajudam-se um ao outro a descobrir e realizar o plano de Deus”, e explicou brevemente o papel desempenhado por cada um nesta missão divina, a começar por Maria:

“Como não ficar maravilhados, por exemplo, com a docilidade de Maria à ação do Espírito Santo, que pede a ela para se tornar mãe do Messias?”

Maria, como toda jovem do seu tempo, estava para concretizar seu projeto de vida, isto é, casar-se com José. Mas quando percebe que Deus a chama para uma missão particular, não hesita em proclamar-se sua “serva”.

 

O Papa explica que Jesus exaltará a grandeza de Maria não tanto por seu papel de mãe, mas por sua obediência a Deus: “Bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática, como Maria”:

“E quando não compreende bem os eventos que a envolvem, Maria medita no silêncio, reflete e adora a iniciativa divina. A sua presença aos pés da Cruz consagra essa total disponibilidade”.

 

José, homem do silêncio e da obediência

 

Quanto a José, ele “não fala, mas age obedecendo”, “é o homem do silêncio, o homem da obediência” – ressalta Francisco – sob a condução de Deus, representada pelo anjo:

A página do Evangelho de hoje recorda três vezes essa obediência de José, relacionada à fuga para o Egito e ao retorno à terra de Israel. Sob a guia de Deus, representada pelo anjo, José distancia sua família das ameaças de Herodes, e a salva. A Sagrada Família solidariza assim com todas as famílias do mundo forçadas ao exílio, solidariza com todos aqueles que são forçados a abandonar a própria terra por causa da repressão, da violência, da guerra.

 

Jesus, a vontade do Pai

 

Por fim Jesus, a terceira pessoa da Sagrada Família. Jesus, em quem – explica o Papa – houve somente “sim”, o que é manifestado em tantos momentos de sua vida terrena, citando o episódio em que seus pais aflitos o acharam no templo pregando aos doutores da lei, sua oração de entrega ao Pai no Jardim das Oliveiras, todos eventos que são a perfeita realização das próprias palavras de Cristo que diz: “Não quiseste sacrifício nem oblação […]. Então disse: “Eis que eu venho […] fazer vossa vontade, Meu Deus”.

 

Uma tarefa: retomar a comunicação em família

 

Assim, disse Francisco, “Maria, José e Jesus, a Família de Nazaré, representam uma resposta uníssona à vontade do Pai. Os três componentes dessa família singular se ajudam reciprocamente a descobrir e realizar o plano de Deus. Eles rezavam, trabalhavam, se comunicavam”E então o Papa se pergunta:

Tu, em tua família, sabes te comunicar, ou és como aqueles jovens na mesa, cada um com o telefone celular, [que] estão [trocando mensagens] em chats? Naquela mesa parece um silêncio, como se estivessem na Missa … Mas não se comunicam. Devemos retomar a comunicação em família: os pais, os pais com os filhos, com os avós, mas comunicar-se, com os irmãos, entre eles… Esta é uma tarefa a ser feita hoje, precisamente no dia da Sagrada Família.

 

“Devemos retomar a comunicação em família: os pais, os pais com os filhos, com os avós, mas comunicar-se, com os irmãos, entre eles… Esta é uma tarefa a ser feita hoje, precisamente no dia da Sagrada Família”

 

Sagrada Família, modelo para as famílias

 

“Que a Sagrada Família possa ser modelo para nossas famílias, para que pais e filhos se apoiem mutuamente na adesão ao Evangelho, fundamento da santidade da família.”

 

Confiemos a Maria “Rainha da família” – disse o Papa ao concluir – todas as famílias do mundo, especialmente aquelas provadas pelo sofrimento, e invoquemos sobre elas a sua materna proteção.

 

Família, um tesouro a ser protegido

 

Ao saudar os peregrinos e turistas presentes na Praça São Pedro, o Papa dirigiu uma saudação às famílias:

“Hoje dirijo uma saudação especial às famílias aqui presentes e àquelas que participam de casa através da televisão e do rádio. A família é um tesouro precioso: é preciso sempre apoiá-la, protegê-la: em frente!”

 

Acabar o ano com paz no coração

 

Antes de despedir-se com o tradicional bom domingo, bom almoço e não se esqueçam de rezar por mim, o Papa fez votos de que todos terminem o ano em paz:

Saúdo a todos, e a todos desejo um bom domingo e um final de ano sereno. Terminemos o ano em paz, paz de coração: esses são meus votos a vocês. E em família, se comunicando. Agradeço novamente a vocês pelas felicitações [de Natal] e pelas orações. E por favor continue rezando por mim. Bom almoço e até logo!

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Mensagem Urbi et Orbi: “Que o Emmanuel seja luz para toda a humanidade ferida”

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Mensagem Urbi et Orbi: “Que o Emmanuel seja luz para toda a humanidade ferida”

 

Síria, Líbano, Iêmen, Iraque, Venezuela e nações do continente americano, Ucrânia, República Democrática do Congo, Burkina Faso, Mali, Níger e Nigéria. Regiões da humanidade onde há dor e sofrimento provocados pelas trevas nos corações humanos, nas relações pessoais, familiares, sociais, nos conflitos econômicos, geopolíticos e ecológicos, receberam a atenção do Santo Padre em sua mensagem Urbi et Orbi neste dia de Natal: “Mas a luz de Cristo é maior”, reiterou.

Mensagem de Natal e Bênção Urbi et Orbi - Foto: Vatican Media

Mensagem de Natal e Bênção Urbi et Orbi – Foto: Vatican Media

 

A Mensagem e a Bênção Urbi et Orbi do Santo Padre:

«O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9,1).

 

Queridos irmãos e irmãs, feliz Natal!

 

Nesta noite, do ventre da mãe Igreja, nasceu de novo o Filho de Deus feito homem. O seu nome é Jesus, que significa Deus salva. O Pai, Amor eterno e infinito, enviou-O ao mundo, não para condenar o mundo, mas para o salvar (cf. Jo 3, 17). O Pai no-Lo deu, com imensa misericórdia; deu-O para todos; deu-O para sempre. E Ele nasceu como uma chamazinha acesa na escuridão e no frio da noite.

 

Aquele Menino, nascido da Virgem Maria, é a Palavra de Deus que Se fez carne; a Palavra que guiou o coração e os passos de Abraão rumo à terra prometida, e continua a atrair aqueles que confiam nas promessas de Deus; a Palavra que guiou os judeus no caminho desde a escravidão à liberdade, e continua a chamar os escravos de todos os tempos, incluindo os de hoje, para saírem das suas prisões. É Palavra mais luminosa do que o sol, encarnada num pequenino filho de homem, Jesus, luz do mundo.

 

Por isso, o profeta exclama: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9,1). É verdade que há trevas nos corações humanos, mas é maior a luz de Cristo; há trevas nas relações pessoais, familiares, sociais, mas é maior a luz de Cristo; há trevas nos conflitos econômicos, geopolíticos e ecológicos, mas é maior a luz de Cristo.

 

Que Jesus Cristo seja luz para tantas crianças que padecem a guerra e os conflitos no Médio Oriente e em vários países do mundo; seja conforto para o amado povo sírio, ainda sem o fim à vista das hostilidades que dilaceraram o país nesta década; sacuda as consciências dos homens de boa vontade; inspire os governantes e a comunidade internacional, para encontrar soluções que garantam a segurança e a convivência pacífica dos povos da Região e ponham termo aos seus sofrimentos; seja sustentáculo para o povo libanês, para poder sair da crise atual e redescobrir a sua vocação de ser mensagem de liberdade e coexistência harmoniosa para todos.

 

Que o Senhor Jesus seja luz para a Terra Santa, onde Ele nasceu, Salvador do homem, e onde continua a expectativa de tantos que, apesar de cansados mas sem se perder de ânimo, aguardam dias de paz, segurança e prosperidade; seja consolação para o Iraque, atravessado por tensões sociais, e para o Iémen, provado por uma grave crise humanitária.

 

Que o Menino pequerrucho de Belém seja esperança para todo o continente americano, onde várias nações estão a atravessar um período de convulsões sociais e políticas; revigore o querido povo venezuelano, longamente provado por tensões políticas e sociais, e não lhe deixe faltar a ajuda de que precisa; abençoe os esforços de quantos se empenham em favorecer a justiça e a reconciliação e trabalham para superar as várias crises e as inúmeras formas de pobreza que ofendem a dignidade de cada pessoa.

 

Que o Redentor do mundo seja luz para a querida Ucrânia, que aspira por soluções concretas para uma paz duradoura.

 

Que o Senhor recém-nascido seja luz para os povos da África, onde perduram situações sociais e políticas que, frequentemente, obrigam as pessoas a emigrar, privando-as duma casa e duma família; haja paz para a população que vive nas regiões orientais da República Democrática do Congo, martirizada por conflitos persistentes; seja conforto para quantos padecem por causa das violências, calamidades naturais ou emergências sanitárias; dê consolação a todos os perseguidos por causa da sua fé religiosa, especialmente os missionários e os fiéis sequestrados, e para quantos são vítimas de ataques de grupos extremistas, sobretudo no Burkina Faso, Mali, Níger e Nigéria.

 

Que o Filho de Deus, descido do Céu à terra, seja defesa e amparo para todos aqueles que, por causa destas e outras injustiças, devem emigrar na esperança duma vida segura. É a injustiça que os obriga a atravessar desertos e mares, transformados em cemitérios; é a injustiça que os obriga a suportar abusos indescritíveis, escravidões de todo o género e torturas em campos de detenção desumanos; é a injustiça que os repele de lugares onde poderiam ter a esperança duma vida digna e lhes faz encontrar muros de indiferença.

 

Que o Emmanuel seja luz para toda a humanidade ferida. Enterneça o nosso coração frequentemente endurecido e egoísta e nos torne instrumentos do seu amor. Através dos nossos pobres rostos, dê o seu sorriso às crianças de todo o mundo: às crianças abandonadas e a quantas sofreram violências. Através das nossas frágeis mãos, vista os pobres que não têm nada para se cobrir, dê o pão aos famintos, cuide dos enfermos. Pela nossa frágil companhia, esteja próximo das pessoas idosas e de quantas vivem sozinhas, dos migrantes e dos marginalizados. Neste dia de festa, dê a todos a sua ternura e ilumine as trevas deste mundo.

 

 

Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Manifestou-se a graça de Deus

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Manifestou-se a graça de Deus

 

Na véspera de Natal, o Papa Francisco nos recorda que “Deus continua a amar cada pessoa, mesmo a pior”. E na mensagem Urbi et Orbi, nos convida a rezar pelas muitas crianças que sofrem com a guerra

 

 “Manifestou-se a graça de Deus. Nesta noite, damo-nos conta de que, não sendo nós capazes da altura d’Ele, por amor nosso desceu à nossa pequenez; vivendo preocupados apenas com os nossos interesses, veio Ele habitar entre nós. O Natal lembra-nos que Deus continua amando todo o homem, mesmo o pior.”

Papa Francisco na Bênção Urbi et Orbi - Foto: Vatican Media

Papa Francisco na Bênção Urbi et Orbi – Foto: Vatican Media

 

Ao celebrar a Missa na noite de Natal, Francisco nos recordou do amor incondicional de Deus, que se faz pequeno, indefeso, criança, para nos atrair a ele. “Deus não te ama, porque pensas certo e te comportas bem; ama-te… e basta – disse o Papa – o seu amor é incondicional, não depende de ti. Podes ter ideias erradas, podes tê-las combinado de todas as cores, mas o Senhor não desiste de te querer bem … nos nossos pecados, continua a amar-nos.” Em Belém, Jesus nasceu “pobre em tudo, para nos conquistar com a riqueza do seu amor”.

 

Ao meio-dia, Francisco assomou à sacada central da Basílica de São Pedro, para a tradicional mensagem Urbi et Orbi, para a cidade de Roma e para o mundo inteiro. “Que Cristo seja luz para as muitas crianças que sofrem guerra e os conflito no Oriente Médio e em vários países do mundo”, disse ele, pedindo que Jesus traga “conforto para o amado povo sírio” e para o libanês, e seja luz para o Terra Santa, onde muitos “esperam dias de paz, de segurança e de prosperidade”. O papa pediu consolação para o Iraque e o Iêmen.

 

Francisco então rezou por todo o continente americano, marcado por convulsões sociais e políticas, “pela querida Ucrânia” e pelos povos da África “, onde persistem situações sociais e políticas que muitas vezes obrigam as pessoas a emigrar, privando-as de uma casa e de uma família.” E citou os conflitos na República Democrática do Congo e os “perseguidos por causa de sua fé religiosa, especialmente os missionários e os fiéis sequestrados, e aqueles que são vítimas de ataques por parte de grupos extremistas, especialmente em Burkina Faso, Mali, Níger e Nigéria”.

 

Ele pediu que o Menino de Belém “seja defesa e apoio” para aqueles que “devem emigrar na esperança de uma vida segura”, atravessando “desertos e mares transformados em cemitérios”, forçados “a sofrer abusos indizíveis, escravidão de todos os tipos e tortura em campos de detenção desumanos”. “Que o Emanuel seja luz para toda a humanidade ferida – concluiu Francisco – enterneça nosso coração muitas vezes endurecido e egoísta e nos torne instrumentos de seu amor”.

 

Às 10 horas da manhã do dia de Natal, o Papa Francisco, o primaz anglicano Justin Welby e o reverendo John Chalmers, ex-moderador da Igreja Presbiteriana da Escócia, enviaram uma mensagem conjunta aos líderes políticos do Sudão do Sul, na qual os convidam para um renovado compromisso no caminho da reconciliação e da fraternidade, para que seja possível sua visita ao querido país.

 

Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Papa: confiança inabalável em Deus permite aceitar situações incompreensíveis

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Papa: confiança inabalável em Deus permite aceitar situações incompreensíveis

 

São José, homem manso e sábio, esteve ao centro da alocução do Papa Francisco antes de rezar o Angelus neste IV Domingo de Advento. Seu exemplo, nos exorta a elevar o olhar, procurando ver além, recuperando assim surpreendente lógica de Deus que, longe dos pequenos ou grandes cálculos, é feita de abertura a novos horizontes, a Cristo e à Sua Palavra.

Papa Francisco - Confiança inabalável em Deus - Foto: Vatican Media

Papa Francisco – Confiança inabalável em Deus – Foto: Vatican Media

 

São José, “uma figura aparentemente secundária, mas em cuja atitude está encerrada toda a sabedoria cristã”. Assim tem início a alocução do Papa Francisco antes de rezar o Angelus com os milhares de peregrinos e turistas de todas as partes do mundo presentes na Praça São Pedro neste IV Domingo de Advento. E foi justamente o exemplo “desse homem manso e sábio” narrado no Evangelho de São Mateus proposto pela liturgia do dia, que inspirou sua reflexão.

 

José é um homem modesto, “não prega, não fala, mas busca fazer a vontade de Deus; e a cumpre no estilo do Evangelho e das Bem-aventuranças”, enfatiza o Papa. Pensemos: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”:

“E José é pobre porque vive do essencial, trabalha, vive do trabalho; é a pobreza típica daqueles que tem consciência de depender totalmente de Deus e nele depositam toda sua confiança.”

 

Busca de uma solução para preservar a dignidade e integridade da amada Maria

 

A situação narrada pelo Evangelho é constrangedora, pois José e Maria estão prometidos como esposos, ainda não vivem juntos, mas “ela espera um filho por ação de Deus”:

José, diante dessa surpresa, naturalmente fica perturbado, mas, ao invés de reagir de maneira impulsiva e punitiva – como se costumava fazer, a lei o protegia – busca uma solução que respeite a dignidade e a integridade de sua amada Maria.

 

José sabia que consequências teria uma possível denúncia sua, mas “tem total confiança em Maria, a quem ele escolheu como esposa. Não entende mas busca outra solução (…), com grande sofrimento, decide se separar de Maria sem criar escândalo”.

 

Total confiança em Deus

 

Diante de tal decisão, entra em ação um anjo do Senhor que lhe diz que a solução por ele pensada “não é aquela desejada por Deus. Antes pelo contrário – observa o Papa – o Senhor abre a ele um novo caminho, um caminho de união, de amor e de felicidade e diz a ele: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo”:

A este ponto, José confia totalmente em Deus, obedece às palavras do anjo e toma consigo Maria. Precisamente essa confiança inabalável em Deus permitiu a ele aceitar uma situação humanamente difícil e, em certo sentido, incompreensível.

 

Resgatar a lógica de Deus que abre novos horizontes

 

Pela fé, José passa a compreender que a criança gerada no ventre de Maria não é seu filho, mas é o Filho de Deus e que ele “será seu protetor, assumindo plenamente sua paternidade terrena”:

“O exemplo desse homem manso e sábio nos exorta a elevar o olhar, procurando ver além. Trata-se de resgatar a surpreendente lógica de Deus que, longe dos pequenos ou grandes cálculos, é feita de abertura a novos horizontes, a Cristo e à Sua Palavra.”

 

Que a Virgem Maria e seu castíssimo esposo José – foi a exortação final do Santo Padre – nos ajudem a nos colocar à escuta de Jesus que vem e que pede para ser acolhido em nossos projetos e nas nossas escolhas.

 

Às famílias: Natal com fraternidade, crescimento na fé e solidariedade

 

Ao saudar os peregrinos presentes, após rezar o Angelus, Francisco dirigiu um pensamento especial às famílias, fazendo votos que o Natal seja uma ocasião de fraternidade, crescimento na fé e solidariedade:

Dentro de três dias será Natal e meu pensamento vai especialmente às famílias, às famílias de vocês, que nestes dias de festa se reúnem: quem vive longe de seus pais, parte e volta para casa; os irmãos procuram se reencontrar. Que o Santo Natal seja para todos uma ocasião de fraternidade, de crescimento da fé e de gestos de solidariedade para com os necessitados. E que São José nos acompanhe neste caminho para o Natal.

 

 

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Dom Walmor para o Natal: “Qualquer gesto de bondade toca nosso coração”

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Dom Walmor para o Natal: “Qualquer gesto de bondade toca nosso coração”

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo presidente da CNBB e arcebispo de Belo Horizonte enviou através da Rádio Vaticano suas felicitações de natalinas

Dom Walmor Azevedo - Presidente da CNBB - Foto: Vatican Media

Dom Walmor Azevedo – Presidente da CNBB – Foto: Vatican Media

 

Recebemos uma bela e profunda mensagem de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB e arcebispo de Belo Horizonte desejando a todos os ouvintes um “feliz, santo e fecundo Natal, preparando alegrias novas para o ano de 2020”.

 

Dom Walmor afirma: “Desejo de coração a você que o seu coração seja profundamente tocado pela experiência de celebrarmos o Natal do Senhor”. “É preciso fazer a experiência da novidade do amor de Deus que vem ao nosso encontro em Cristo”.

 

Por isso, continua o presidente da CNBB, “viva a experiência bonita do encantamento pela encarnação do Verbo”, e recorda: “Qualquer gesto de bondade toca o nosso coração”.

 

Por fim Dom Walmor anima a todos para que “Caminhemos juntos com alegria, sejamos Igreja em saída com o amado Papa Francisco indo na direção que ele nos aponta, caminhando com ele lado a lado, para que possamos nos dar conta neste tempo do terceiro milênio, de ser a Igreja hospitaleira, Igreja em diálogo, Igreja de encontro, uma Igreja que nos congrega pela força do testemunho do seguimento de Cristo Jesus.

 

Ouça a mensagem completa de Dom Walmor acessando a página no Vantican News (clicando aqui)

 

Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Angelus: o Advento é tempo de graça para purificar a fé

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Angelus: o Advento é tempo de graça para purificar a fé

Ao rezar o Angelus dominical com os fiéis na Praça São Pedro, o Papa Francisco falou da alegria e da dúvida, ambas experiências que fazem parte da nossa vida.

 

O Advento nos diz que não basta acreditar em Deus: é preciso todos os dias purificar a nossa fé. Palavras do Papa Francisco ao rezar com os fiéis e peregrinos na Praça São Pedro a oração do Angelus.

Advento é tempo de graça - Foto: Vatican Media

Advento é tempo de graça – Foto: Vatican Media

 

Em sua alocução, o Pontífice comentou as leituras deste terceiro domingo do Advento, conhecido como domingo “da alegria”.

 

Alegria e dúvida

 

De um lado, o profeta Isaías faz um convite à alegria: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus […] ele que vem para vos salvar”. E então tudo se transforma: o deserto floresce, o consolo e a alegria tomam conta dos perdidos de coração, o coxo, o cego e o mudo são curados.

 

Já no Evangelho, João Batista vive um momento de dúvida: ‘És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?’. Jesus então realiza prodígios: “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”.

 

Novo nascimento

 

Esta descrição nos mostra que a salvação envolve todo o homem e o regenera, explicou o Papa. Mas este novo nascimento sempre pressupõe uma morte a nós e ao pecado que está em nós.

 

Por isso devemos nos converter e converter, sobretudo, a ideia que temos de Deus.

 

“O Advento, tempo de graça, nos diz que não basta acreditar em Deus: é preciso todos os dias purificar a nossa fé.”

 

Fábula

 

Trata-se de se preparar para acolher não um personagem de uma fábula, mas o Deus que nos interpela, nos envolve e diante do qual se impõe uma escolha.

 

O Menino que está no presépio, disse ainda Francisco, tem o rosto dos nossos irmãos e irmãs mais necessitados, dos pobres que “são os privilegiados deste mistério e, muitas vezes, aqueles que melhor conseguem reconhecer a presença de Deus no meio de nós”.

 

“Que a Virgem Maria nos ajude para que, enquanto nos aproximamos do Natal, não nos deixemos distrair pelas coisas exteriores, mas façamos espaço no coração Àquele que já veio e que quer vir mais uma vez a curar as nossas doenças e a nos dar a sua alegria.”

 

 

Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Em destaque: um novo passo no tempo do Advento

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Em destaque: um novo passo no tempo do Advento

 

As atividades do Papa e da Santa Sé nesta terça-feira. Hoje Francisco completou 83 anos. Publicou dois rescritos: no primeiro, aboliu o segredo pontifício para as investigações de casos de abusos de menores cometidos pelo clero. Em um tuíter para o Advento, recorda que a conversão nasce da misericórdia.

Advento - Foto: Vatican Media

Advento – Foto: Vatican Media

 

No dia em que comemorou seus 83 anos de idade, Francisco publicou um rescrito segundo o qual o “segredo pontifício” é abolido para documentos relativos a denúncias e testemunhos de processos canônicos em casos de abuso de menores perpetrados por clérigos. A decisão, que pode ser definida histórica, representa um novo passo ligado ao encontro sobre a proteção de menores realizado no Vaticano em fevereiro último. Os documentos processuais relativos aos casos de violência e abuso sexual conservados nos arquivos dos Dicastérios vaticanos, bem como os que se encontram nos arquivos das dioceses, até agora sujeitos ao segredo pontifício, poderão ser entregues aos magistrados de investigação dos respectivos países, atendendo ao seu pedido. Um sinal de transparência e colaboração com as autoridades civis. O rescrito, naturalmente, não diz respeito em algum modo ao segredo da confissão. Também hoje, com um segundo rescrito, Francisco estabeleceu que faça parte dos crimes mais graves reservados ao julgamento da Congregação para a Doutrina da Fé, também a detenção ou divulgação de imagens pornográficas de menores de 18 anos por parte de um clérigo. Até agora, esse limite era fixado em 14 anos.

 

Também hoje o Papa Francisco aceitou a renúncia por motivos de idade, apresentada por dom Luigi Ventura, núncio apostólico na França. O prelado, que tinha completado 75 anos no passado dia 9 de dezembro, havia renunciado à imunidade jurisdicional para manifestar a sua total disponibilidade para colaborar com as autoridades judiciais francesas em relação às acusações de assédio sexual feitas por alguns homens: acusações sempre rejeitadas pelo núncio.

 

Hoje a Igreja entra na segunda parte do Advento, tempo forte de conversão: se até ontem a liturgia nos convidava a meditar sobre a última vinda de Cristo, agora nos exorta a preparar-nos para celebrar o seu nascimento na gruta de Belém. O juízo final tem como premissa o Deus que se faz criança para a nossa salvação e é um chamado constante a acolher o amor divino que se propõe com humildade. Assim, no tuíter de hoje o Papa escreve: “Toda conversão nasce de uma antecipação da misericórdia, da ternura de Deus que sequestra o coração”.

 

Hoje, portanto, é o aniversário de Francisco. Pelos seus 83 anos chegaram felicitações de todo o mundo, dos líderes políticos e religiosos, mas sobretudo de simples fiéis e também de pessoas não católicas que vêem no Papa um testemunho de fraternidade e acolhimento – para além das diferenças -, tão necessário para uma humanidade tentada por medos e divisões. Entre as muitas mensagens recordamos, a de Liliana Segre, senadora italiana e testemunha do Holocausto, que deseja que o Papa continue com êxito o seu compromisso de denuncia da “cultura do descarte” e de promoção da paz baseada na memória. Também as felicitações do cardeal brasileiro João Braz de Aviz, através das ondas da Rádio Vaticano.

 

Sergio Centofanti – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

Jerusalém: novas restaurações na Basílica do Santo Sepulcro

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Jerusalém: novas restaurações na Basílica do Santo Sepulcro

 

Esta segunda fase de restauração diz respeito ao piso da Basílica, à segurança da Edícula do Santo Sepulcro e às pesquisas arqueológicas. Estreita cooperação entre as Igrejas cristãs responsáveis pelo Status Quo do Santo Sepulcro (greco-ortodoxa, católica e armênia) após as restaurações de 2016.

Edícula da Santo Sepulcro em Jerusalém - Foto: Vatican Media

Edícula da Santo Sepulcro em Jerusalém – Foto: Vatican Media

 

Apresentados nesta terça-feira (10/12) no convento franciscano de São Salvador, em Jerusalém, os novos trabalhos na Basílica do Santo Sepulcro que incluem a conservação e restauração do piso da igreja, a avaliação da estabilidade e segurança da Sagrada Edícula, a implementação de estruturas técnicas (hídricas, elétricas, mecânicas, anti-incêndio), e pesquisas arqueológicas. A Custódia da Terra Santa informa que esta é a segunda fase dos trabalhos de restauração ilustrados aos responsáveis das três Igrejas cristãs responsáveis pelo Status Quo do Santo Sepulcro (greco-ortodoxa, católica e armênia) pelo diretor do projeto e arquiteto supervisor Stefano Trucco, pela coordenadora Michela Cardinali e pela vice-diretora do projeto, Paola Croveri, membros da Fundação Centro para a Conservação e a Restauração dos Bens Culturais “La Venaria Reale” de Turim (Ccr). A Fundação, junto com o Departamento de Ciências da Antiguidade da Universidade “La Sapienza” de Roma, assinou no último dia 8 de outubro um acordo com a Custódia da Terra Santa para o estudo e o projeto executivo destas novas obras de restauração.

 

Nova restauração graças à colaboração das Igrejas presentes na Basílica

 

O Padre Francesco Patton, custódio da Terra Santa, recordou a maravilhosa experiência de cooperação entre as Igrejas para as primeiras restaurações concluídas em 2016, esperando que esta segunda fase dê os mesmos frutos. “Como Igrejas, é importante que nos empenhemos em proteger e preservar a autonomia do Santo Sepulcro, o que também é coisa boa para os nossos cristãos, comentou o patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém Teófilo III. A apresentação deste projeto é importante para nós, mas também pela sua transparência, que nos pode dar crédito e confiança com os nossos patrocinadores”. O Padre Samuel Aghoian, representando o patriarca armênio de Jerusalém Nurhan Manougian, também parabenizou o projeto e desejou-lhe sucesso. Todas as intervenções, explicou a arqueóloga Carla Benelli da Associação Ats Pro Terra Sancta, ONG da Custódia da Terra Santa, serão financiadas graças à doação de um privado de 500.000 euros, recolhidos pela Custódia.

 

A restauração do pavimento da Basílica

 

Para a conservação do piso, se partirá dos dados recolhidos pelos precedentes estudos realizados pela professora Antonia Moropolou, da Universidade de Atenas, com o apoio do patriarcado greco-ortodoxo de Jerusalém, responsável pelas restaurações anteriores. Depois irá se proceder às investigações científicas para a caracterização dos diferentes materiais do pavimento para então planejar a limpeza com base em levantamentos geofísicos e monitorização do ambiente. Para permitir a utilização dos espaços, a área afetada pela restauração – além da área da Anástases que circunda a Sagrada Edícula – será estendida até ao ambulatório e à entrada da Basílica.

 

Estabilidade e segurança da Edícula do Santo Sepulcro

 

Uma equipe interdisciplinar de restauradores, arqueólogos e projetistas também avaliará a estabilidade e a segurança da Sagrada Edícula. Serão analisados todos os dados relativos à história da construção e subsequentes intervenções; será verificada a existência de canais subterrâneos e serão realizados levantamentos geométricos. Dada a elevada presença diária de peregrinos no Santo Sepulcro, serão analisadas as condições do ambiente – temperatura, humidade, concentração de poluição – para decidir com as comunidades cristãs responsáveis pelos diversos cultos quais as soluções a adoptar para a salubridade. As pesquisas arqueológicas exigidas pelos novos trabalhos serão realizadas pelo Departamento de Ciências da Antiguidade da Universidade “La Sapienza” de Roma, enquanto o Departamento elétrico astronáutico e de engenharia de energia vai estudar as transformações da luz natural e acústica no Santo Sepulcro.

 

Tiziana Campisi, Silvonei José – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News

O Papa: os cristãos são perseguidos com “luvas de pelica”, deixados de lado, marginalizados

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O Papa: os cristãos são perseguidos com “luvas de pelica”, deixados de lado, marginalizados

 

“O martírio é o ar da vida de um cristão, de uma comunidade cristã. Sempre haverá mártires entre nós: este é o sinal de que estamos seguindo o caminho de Jesus”, disse Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira.

 

A catequese da Audiência Geral do Papa Francisco, nesta quarta-feira (11/12), na Sala Paulo VI, no Vaticano, teve como tema, extraído do Livro dos Atos dos Apóstolos, «Ainda um pouco, e você me convence a tornar-me cristão!» Paulo prisioneiro diante do Rei Agripa.

Papa Francisco - Audiência Geral: Cristãos Perseguidos - Foto: Vatican Media

Papa Francisco – Audiência Geral: Cristãos Perseguidos – Foto: Vatican Media

 

Francisco continua a viagem do Evangelho no mundo narrado pelo Livro dos Atos dos Apóstolos, e o testemunho de Paulo é cada vez mais marcado pelo sigilo do sofrimento. “Paulo não é apenas um evangelizador cheio de ardor, missionário intrépido entre os pagãos que dá vida a novas comunidades, mas é também a testemunha sofredora do Ressuscitado”, disse o Papa.

 

Paulo e Jesus, ambos odiados pelos adversários

 

A chegada do Apóstolo a Jerusalém, descrita no capítulo 21 dos Atos, desencadeia um ódio feroz contra ele. Paulo é censurado: “Mas, este era um perseguidor! Não confiem!” “A cidade é hostil, assim como foi para Jesus. Tendo ido ao templo, Paulo foi reconhecido e levado para ser linchado. Foi salvo por um fio pelos soldados romanos. “Acusado de ensinar contra a Lei e o templo, ele foi preso e começa a sua peregrinação de encarcerado, primeiro diante do Sinédrio, depois diante do procurador romano em Cesaréia e, por fim, diante do rei Agripa”, sublinhou Francisco, acrescentando:

“Lucas evidencia a semelhança entre Paulo e Jesus, ambos odiados pelos adversários. Jesus foi odiado pelos seus adversários e Paulo a mesma coisa, acusados publicamente e reconhecidos como inocentes pelas autoridades imperiais; e assim Paulo é associado à paixão de seu Mestre, e sua paixão se torna um evangelho vivo.”

 

A seguir, o Papa recordou o seu encontro, esta manhã, com os peregrinos ucranianos, de uma diocese na Ucrânia.

 

“Quanto essas pessoas foram perseguidas; quanto sofreram pelo Evangelho! Mas não negociaram fé. É um exemplo. Hoje, no mundo, na Europa, muitos cristãos são perseguidos e dão a vida por sua fé, ou são perseguidos com “luvas de pelica”, ou seja, deixados de lado, marginalizados. O martírio é o ar da vida de um cristão, de uma comunidade cristã.”

 

“Sempre haverá mártires entre nós: este é o sinal de que estamos seguindo o caminho de Jesus. É uma bênção do Senhor que haja no povo de Deus, alguém que seja testemunho de martírio.”

 

A apologia de Paulo é um testemunho eficaz de fé

 

Paulo é chamado a defender-se das acusações e na presença do rei Agripa, a sua apologia se transforma num testemunho eficaz de fé. Mesmo quando fala de si, Paulo anuncia e manifesta o seu Senhor.

 

Depois, Paulo relata sua própria conversão: Cristo ressuscitado o tornou cristão e confiou-lhe a missão entre as nações, “para que se convertam das trevas para a luz, do poder de Satanás para Deus, e recebam o perdão dos pecados e a herança entre os santificados pela fé em Cristo”.

 

Paulo obedeceu a essa tarefa e não fez nada além de mostrar como os profetas e Moisés prenunciaram o que agora anuncia: «que o Messias devia sofrer e que, ressuscitado por primeiro dentre os mortos, ele devia anunciar a luz ao povo e aos pagãos». O testemunho apaixonado de Paulo toca o coração do rei Agripa, que diz: «Ainda um pouco, e você me convence a tornar-me cristão! » Paulo é declarado inocente, mas ele não pode ser libertado porque apelou a César. Assim, continua a viagem irreversível da Palavra de Deus em direção a Roma.

 

A partir desse momento, o retrato de Paulo é o do prisioneiro cujas correntes são sinal de sua fidelidade ao Evangelho e do testemunho dado ao Ressuscitado.

 

As correntes são certamente uma provação humilhante para o apóstolo, que aparece aos olhos do mundo como um “malfeitor”. Mas seu amor por Cristo é tão forte que mesmo essas correntes são lidas com os olhos da fé; fé que para Paulo não é “uma teoria, uma opinião sobre Deus e o mundo”, mas é “o impacto do amor de Deus em seu coração, é o amor por Jesus Cristo”.

 

O Papa concluiu sua catequese, dizendo que “Paulo nos ensina a perseverança na provação e a capacidade de ler tudo com os olhos da fé. Peçamos ao Senhor, por intercessão do Apóstolo, para reavivar a nossa fé e nos ajudar a ser fiéis até o fim à nossa vocação de discípulos missionários”.

 

 

Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano

Fonte: Vatican News